Uma tampinha no apartamento do vizinho.
Publicado em 25 de março de 2009 por Jacques Tulio
Uma tampinha no apartamento do vizinho.
Começa como quem não quer nada além de um simples trago. Ora, é domingo!
Depois vem mais uma dose pra “tirar o gosto”.
Aí chega um amigo que traz um irmão, o primo e a namorada. Namorada de quem? Sei lá. Deve ser do primo.
O vizinho lá de baixo também chega querendo emprestado uma chave de fenda, um alicate, a furadeira...
Em seguida aparece um “DJ sertanejo” e sapeca aquele CD tão velho quanto o retrato do casal na parede. E o bacana pensa que pode imitar o cantor e solta a garganta, o verbo, a saliva, digo, o cuspe...
Aí eu me pergunto: e quem não bebe? Não precisa responder.
Tem também aquele assobio agudo de algum rouxinol de plantão querendo mostrar que sabe a melodia e também pra animar um pouco mais o ambiente e incentivar quem está parado.
Com a rapidez dos carrinhos da Fórmula 1 que zumbem na TV, a casa se enche. Colorida e animada.
Na cozinha, a Dona Xepa se desdobra. Ás vezes se queima por um leve descuido, ou efeito natural da “mardita”. Enquanto isso a porta do banheiro se mantém fechada e a fila começa a crescer. É. A loirinha quando dá de sair, bexiga nenhuma segura!
Quando vem a “boate azul”, o mulherio engrossa o coro. E tem sempre uma soprano no meio pra arrepiar sem dó os ouvidos já devidamente calibrados, sem contar os gritos tresloucados dos cowboys (iiiiiiiiiiiiihaaaaaa) no início, no meio e porque não no final de cada canção.
Tem também as famosas palmas que, uma vez começadas, se estendem até perder o ritmo, o compasso, o sentido, etc.
E toma mais uma garrafa aberta e a tampinha serelepe a rolar pelo chão... Que barulhinho filho da...