RESUMO

Paulo Freire (1921-1997) foi um educador, filósofo e escritor brasileiro, conhecido por seu trabalho no campo da educação popular e crítica. Sua abordagem à educação foi influenciada por suas próprias experiências de pobreza e fome durante a infância, e por suas crenças políticas e sociais. Foi também um ativista político e social, lutando pelos direitos dos trabalhadores rurais e pela democracia no Brasil. Ele foi preso e exilado durante o regime militar, mas continuou a escrever e ensinar em outros países, influenciando educadores e líderes sociais em todo o mundo.

 

  1. Sua bibliografia

Nascido em 19 de setembro de 1921, Paulo Freire veio ao mundo na cidade de Recife, no Estado de Pernambuco. Seu pai era Joaquim Temístocles, um capitão da Polícia Militar, e sua mãe atendida pelo nome de Edeltrudes Neves Freire, quem fazia trabalhos domésticos. A família morou em Recife até 1931, quando se mudaram para o município vizinho de Jaboatão dos Guararapes, onde residiram durante 10 anos.

Aos 13 anos, Paulo perdeu seu pai, e sua mãe assumiu a responsabilidade de sustentar os quatro filhos. Como a família passava por dificuldades financeiras, passou a ter uma infância muito difícil, recorrendo ao trabalho como vendedor ambulante como única fonte de sustento.

Não possuindo condições financeiras, o suficiente para continuar pagando a escola, sua mãe, Edeltrudes, pediu ajuda ao diretor do Colégio Oswaldo Cruz, que concedeu a Paulo Freire gratuidade de ensino durante toda sua trajetória escolar, além de colocá-lo como auxiliar de disciplina.  

Quando jovem, ele ingressou na faculdade de Direito do Recife, mas mudou para a área da educação depois de se tornar um crítico do governo autoritário que governava o Brasil na época.

Depois de formado, Paulo Freire passou a lecionar português no Colégio Oswaldo Cruz, onde lhe foi concedida gratuidade de ensino, e Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, onde se formou eventualmente.

Em 1955, ele fundou o Instituto Capibaribe, uma escola inovadora, juntamente com outros educadores. A escola atraiu a atenção de muitos intelectuais da época e continua ativa até hoje.

 

2.A ditadura militar como um período de transformação para a educação

Com o golpe militar de 1964, a Ditadura extinguiu, de imediato, o Plano Nacional de Alfabetização e Paulo Freire foi acusado de agitador e traidor da pátria, que, de fato, nesta época, o governo não admitia contradições. Por ser um crítico aberto do regime autoritário que regia o país, Paulo Freire foi preso e exilado por suas ideias e ativismo político, onde permaneceu restrito de sua liberdade por 70 dias, sendo liberado apenas após intervenção de colegas intelectuais. Todavia, em 1969, foi preso novamente e levado para o exílio, passando os próximos 16 anos no Chile, nos Estados Unidos e na Suíça.

Esse período foi muito importante na vida de Paulo Freire, e, consequentemente, para o reconhecimento da educação como um direito e sua importância, uma vez que a ditadura militar representava uma ameaça direta a esses valores.

No exílio, Paulo Freire continuou a escrever e a defender suas ideias sobre educação e política. Ele se tornou um símbolo da resistência contra a ditadura militar e um defensor da luta pelos direitos humanos e pela justiça social.

Após o fim da ditadura, tão somente em 1985, Freire retornou ao Brasil, onde continuou a trabalhar como educador e ativista social. Atualmente, é lembrado como uma das vozes mais influentes da educação crítica e como um defensor da liberdade, da justiça e da democracia.

 

3.Pedagogia do Oprimido e sua influência

Sua obra, “Pedagogia do Oprimido”, publicada em 1968, é um feito importante para a educação e foi construído a partir de sua experiência como educador vivida durante os anos passados no Chile.

Por meio dela, Paulo Freire apresenta sua abordagem à educação como um processo de libertação dos oprimidos e um meio para a transformação social. Ele acreditava que a educação deve ser uma via de mão dupla, em que tanto o professor quanto o aluno têm um papel ativo na construção do conhecimento. Seu método, que ficou conhecido como "educação popular", propunha uma abordagem não hierárquica, onde professor e aluno se colocavam em igualdade de condições, num processo de aprendizado mútuo. Ou seja, a educação deve ser um diálogo entre professores e alunos, em que ambos aprendem e ensinam uns aos outros.

Além disso, Paulo Freire propunha uma educação que estivesse intimamente ligada à realidade social, cultural e política das pessoas. Ele acreditava que a educação não poderia ser vista de forma isolada, mas deveria estar integrada às lutas sociais em busca de uma sociedade mais justa e igualitária.

Enfatiza, por fim, que a educação deve ser libertadora, ajudando os alunos a reconhecem sua posição social e política e a agir para mudas as condições opressivas em que vivem. Isto é, que a sociedade possa desenvolver consciência crítica acerta de questões pertinentes ao reconhecimento e a garantia do direito à educação como um todo.

 

4.Conclusão

Como se sabe, Paulo Freire foi um dos mais influentes educadores do século XX e sua obra "Pedagogia do Oprimido" é considerada um dos principais marcos na história da educação. Sua contribuição para o campo da pedagogia transcendeu o Brasil, alcançando reconhecimento e influência em todo o mundo.

A importância de Paulo Freire e sua obra "Pedagogia do Oprimido" reside na sua capacidade de desafiar e transformar a educação convencional. Ele trouxe à tona a necessidade de uma educação que fosse crítica, reflexiva e comprometida com a transformação social. Seu legado é um chamado à ação para que a educação seja vista como uma ferramenta de libertação e empoderamento das pessoas, em vez de uma forma de reproduzir as desigualdades e opressões sociais.

Em resumo, Paulo Freire é um exemplo inspirador para educadores, estudantes e todos aqueles que acreditam na possibilidade de uma sociedade mais justa e igualitária. Sua obra continua a desafiar as estruturas tradicionais da educação e a inspirar aqueles que buscam uma educação verdadeiramente libertadora e transformadora.

  1. Jane Gomes de Castro : Graduação Ciências Biológicas e Pedagogia; Especialização: Ecoturismo e Educação Ambiental
  2. Adriana Peres de Barros: Graduação  Pedagogia; Especialização em Educação Infantil e Psicopedagogia.