Uma mera reflexão 

Qual a tua estrada? Qual o teu caminho? No que acreditas? O que queres? Aonde pretende chegar? Suas palavras são direcionadas ao vento, ou cada coisa dita tem uma razão de ser? Você apenas passa? Ultimamente tenho convivido em meio às falácias, em meio aos percalços, em meio aos escombros, no beco! No direcionamento sem direção, na decisão sem julgamento, em meio ao imediato, no agora no para já! Coisas não fundamentadas tem sido plano base, a palavra chave é desorientação, desorganização. Até onde alcança meu breve conhecimento, não entendo este tipo de linha. Não acredito em decisões autoritárias, e nem arbitrárias, acredito em construção coletiva, em ouvir opiniões, em buscar direções conforme o alcance das pernas de cada um. Os dias se arrastam, e nada, digo e repito nada muda! É o pesar brutal dos dias, que estão ai impostos dados e determinados, em meio ao caos desorientado. Palavras, palavras e mais palavras são ditas a deriva, a deriva do fraco conhecimento e embasamento de alguns. As atitudes e ações vão ao total desencontro ou esbarrando no que foi dito. Falam sem direcionamento, sem diretrizes, isso tudo é pouco convincente. Ah é claro que dentro do jogo existem pessoas, algumas marionetes, outros bodes expiatórios, outros polianas, os indignados, os rebeldes, os teimosos, os que não se cansam, os que já jogaram a toalha, os que passaram a se pegar no transcendental, os cordeirinhos e é claro que apenas os outros. Mediar toda a situação contextualizada e administrar o impacto disto de fato é algo improbo. Tenho pensando muito em Pedro Almodóver, onde em sua obra é necessário desenvolver um entendimento das criaturas e a relação que as envolve, havendo sempre na criação de seus personagens a necessidade de forças compensatórias, para entender as violações de seus personagens e as suas opções existenciais. Almodóver não é muito bem quisto no meio cinematográfico, visto que suas obras são realmente intrigantes, perturbadoras, mas desvela de fato sublimemente o comportamento humano, baseando-se no cotidiano, nos gestos banais, quase imperceptíveis, desvelando ai os mecanismos internos, ele de fato traduz os movimentos da vida comum. Nada é inventável, nada é criado, são reproduções rotineiras, o impacto pode talvez ser proveniente por escancarar para a plateia a monstruosidade que existe no ser humano, as quais que muitas vezes não queremos ver, pois é sempre mais difícil olhar para os monstros. Como já dizia Nietzsche: quando olhamos muito para o abismo, o abismo também olha para nós. Cada ser tem a expressão do seu desejo, e o materializa de forma consciente ou não. As escolhas feitas com o passar do tempo vão tomando forma. O meu caminho é a busca do conhecimento do intelecto, do embasamento teórico, pois a leitura da realidade é dinâmica, contraditória e dialética. A práxis vem em segundo plano, após as arestas necessárias, pois somente assim é possível buscar transformação e superação do contraditório. Categoricamente apenas o empirismo não é autossustentável. Enfim é nisso que acredito, minha busca é essa, sou cética, para mim argumento vem respaldado e embasado por algum conceito, por algum estudo, por algum diagnóstico. Pretendo e desejo sempre a busca eterna do conhecimento, este que transforma este que alivia este que é indutor de mudanças, que é incentivo de buscas e sede eterna. O resto é apenas o resto.