AS PALAVRAS DAS IMAGENS 20

 UMA FLOR PARA UMA DONZELA

  (ilustraram mais algumas das minhas fotografias publicadas no facebook)

Fragmento de recordação de um poema fabuloso de André Chamson, "A minha casa", da Antologia da Poesia Provençal Moderna (Editorial Futura)

"...tu que és feita de pedra dura
sobre os rochedos da altura,
obra do Homem, obra de Deus."

Olimpo

Não!
O Olimpo não pode ser distante:
Um monte majestoso

E que tu vejas
Gloria e o céu arrebatado;
Estrela brilhante;
E porque é de deuses
A chama das cerejas!.

Algumas nebulosidades

Passado. Quem é que os ouve
Com linguinha que padece?
Lembram uma torpe escola.
"Ad litteram": embrutece!

Há quinhentos anos…

Há quinhentos anos,
mais ou menos,
havia este sol, esta montanha.
A água era mais límpida.
Ao mar levava-se a façanha
de um povo além de si.
Mas, oh! valeu a pena?
Ainda vence aqui?"

Eternamente (aqui)

Ah se o meu pó tivesse essa ventura
de aqui chegar
em brisa doce e leve
sem ácidos
pó desfeito com brandura
e eternamente (aqui)
em viço mesmo breve!

Uma flor para uma donzela

Levavam-me as aves
Com os olhos nela;
E vi-te, passavas,
Das belas, mais bela.

Eu ia sozinho
E as aves singelas.
Viraste o olhar
P'ra mim, não p'ra elas.

Vistosas que eram.
Colhi uma flor.
Fui junto co'as aves
Dá-la ao meu amor.

Zurrapa

É uma fala tão zurrapa
Quase como o zurro dos burros.
Herdaram, crus, este mapa
E a grei, suspensa, em apuros.

Por esta altura, entram assim pela minha janela

São de amarelo brilhante
Os ecos. De ouro? Quimera?
Ah como iluminam o canto
Que desprende a primavera!

Lembrança, no Jardim do Paço, da rainha Sofia, de Espanha, a divulgar, de forma calorosa, a causa dos doentes de Alzheimer, em Salamanca

Os reis dispuseram-se a ficar,
neste Jardim, em honra empedernidos.

Vi ontem uma rainha ao pé, a rir
como menina
a crescer e a amar...
e o coração solvido de sentidos.

Ah podia a pedra, assim,
(neste Jardim),
ter d'ela
realces parecidos!?