Então, estamos em época eleitoral mais uma vez. E para muitos jovens e algumas pessoas em geral, é considerado um período chato, acompanhado com o horário eleitoral interrompendo as programações nas TVs e rádios, enfim nossos programas preferidos...

Sou de uma época em que meus avós mencionavam que, na época deles, era uma honra prestar nosso serviço/ tempo e trabalhar nas eleições,em caso fossemos convocados. Especialmente meu avô materno, um superpatriota, que passou esse legado à minha mãe, ao meu tio e, consequentemente, aos netos. Enquanto era vivo, suas lições de patriotismo tinham como foco o exercício dos nossos direitos e deveres civis. Não considerava um “dever”, mas sim um direito adquirido do cidadão. Lá atrás ele sim já sabia o poder enorme desta ferramenta chamada “voto”. E nunca perdeu uma eleição pelo simples fato de saber que seu voto era a sua voz, sua opção, sua escolha em forma simples e poderosa de tentar demonstrar amor à sua terra, seus filhos e às proximas gerações.

Minha formação educacional não tem nada a ver com a de uma cientista ou especialista em politicas públicas ou ainda em gestão política ou governamental. Honestamente não gosto de falar sobre política e exercito o meu direito de me manter o máximo possível privada nesse aspecto, pelo menos foi assim até hoje. Entretanto, leio muito e tento me manter informada sempre que posso. Mas saber e perceber que estamos em meio a uma crise no sistema democrático é algo que infelizmente cabe mencionar e, de fato, é muito triste...  Principalmente levando em conta que somos nós, cidadãos, gente comum, que sofre com as consequências de uma má administração.

O mundo atravessa uma fase extremamente crítica, importante e muito delicada, onde as redes sociais são usadas também como ferramentas (boas e ruins) de polarização, centralização e enorme divulgação de notícias, idéias, ideologias e formações de opiniões que algumas vezes emergem de forma errônea e perigosa. Um momento delicado e único. E como toda fase, uma nova evolução histórica no mundo. Cada fase, cada geração, passa por uma transformação e, como resultado, novas ameaças infelizmente surgem no meio do caminho. E com toda evolução envolve mudança, ainda há muito que assimilar, absorver e tentar compreender como parte do processo.

Agora, algo é incontestável, tanto no passado como no presente, o nosso VOTO é a nossa voz e, no momento em que vivemos, mais do que nunca. E essa ferramenta eleitoral é a nossa maior forma de expressão de DEMOCRACIA. E essa pequena reflexão é mais no intuito pessoal de nos relembrar que nossa escolha, neste momento tão especial e delicado em nosso país, se unirá a de várias outras vozes que também serão ouvidas. E uma coisa é certa: decisões vêm acompanhadas de consequências. As indecisões terão também uma responsabilidade enorme para o lado em que a balança vai pender. Então, não adianta mais tarde reclamar se não usou a ferramenta no momento propício. Pois as consequências, estarão lá, a nossa espera. Reflita, busque todas as propostas que estão disponíveis e pondere todos os aspectos que considere prioridades para a sua/nossa nação.

Votar é a nossa contribuição na escolha do rumo do nosso País... então lute por ela, utilize a sua ferramenta. Sempre, é claro com respeito ao próximo e à democracia. Uma boa pitada de bom senso e respeito à opinião do próximo e ouvindo e buscando informações reais sempre, resultará em uma opção sábia para o futuro. Exercer o nosso direito civil e verbalizar a nossa opinião de maneira correta, honesta e democrática, fará com que nos vejamos refletidos no que há de melhor para o país.

“VOTE na mudança que você quer ver no mundo” Já dizia Mahatma Gandhi.

Quando comecei está reflexão tinha um rumo em mente diferente, mas após uma experiência pessoal, ter trabalhado no primeiro turno das eleições de 2018 como mesaria nos EUA, percebi algo tão lindo que não havia visto em anos anteriores quando também trabalhei nas eleições no exterior.

Observei o povo da minha terra de origem, brasileiros indo às urnas em filas quilométricas esperando o seu momento para votar. Alguns com suas bandeiras políticas em punho, alguns verbalizando suas convicções, enquanto outros pediam para trazer seus filhos nas urnas para mostrá-los o que é votar. Foi um dia que ficou marcado na minha mente, e de forma positiva. Essa conscientização que ocorre no país e, principalmente na nossa formação e atitude, é simplesmente fenomenal. Perceber novamente que, em uma nova era, apesar de tão polarizada pelas mídias atuais, estamos buscando ser ouvidos, e demonstrando o nosso posicionamento é realmente algo lindo! É uma forma poderosa, linda e de amor ao nosso país de origem. Lembrando que, mesmo vivendo em outro país no momento (cada um por suas diferentes escolhas e razões), mesmo à distância, não deixam de calar o nosso amor à pátria.

Pessoalmente, me sinto muito honrada de ter a cidadania de dois países maravilhosos, diferentes em muitas coisas e cultura, mas onde hoje tenho ainda uma honra maior de presenciar momentos tão marcantes no mundo. Ondas e bandeiras de forte patriotismo, feminismo, entre outras que seguem ressurgindo, ou melhor, emergindo em prol de um futuro mais justo.

Relembro um detalhe importante: manter a democracia, ouvir e buscar informações reais são essenciais para o sucesso em todos os sentidos. Vamos para frente, encontre o lado que considere certo e sempre com RESPEITO, informação e alegria acima de tudo. O nosso direito termina, quando começa o do nosso próximo.

Gente, outro detalhe importante durante todo este processo. Respeitem sempre os mesários e oficiais da justiça eleitoral. Não comento isso porque participo voluntariamente, mas todos exercem um importante e sério papel para o bom funcionamento do sistema. Estamos lá para atender ao eleitor e fazer com que sua voz seja respeitada. As ações e funções dos mesários materializam a cidadania também. Respeito sempre gente...

Termino com uma das frases mais famosas de um dos maiores líderes políticos, um homem revolucionário, a frente do seu tempo e ex-presidente da África do Sul, um país lindo e com tantos desafios quanto os nossos:

Uma população educada, esclarecida e informada é uma das formas mais seguras de promover uma democracia saudável” Nelson Mandela, Prêmio Nobel da Paz.

E com um sorriso ao mundo, ao meu Brasil e aos meus irmãos(as) brasileiros(as), eu AMO vocês. 

Adriana Maluendas