Uma experiencia gratificante
Publicado em 04 de agosto de 2015 por Marines Tonin Schuster
Uma experiência gratificante
Um dia desses, em uma aula de "leitura" com os alunos do 6º ao 9º anos, propomos uma reflexão sobre o tema "velhice" e seus cuidados e também o preconceito e discriminação que o envolve.
Em um primeiro momento nos preocupamos em criar um espaço e ou ambiente acolhedor e motivador para falarmos sobre o tema proposto para as crianças e adolescentes.
O nosso intuito era aproximar essa geração com seus avós, a fim de que a emoção aflorasse e a afetividade os aproximassem sempre mais.
Iniciamos narrando fatos e experiências vividas por mim na minha infância com meus avós maternos que residiam com minha família. Enquanto narrava, a emoção tomava conta do ambiente e a história tornava-se mais significativa e real.
À medida que a narrativa envolvia mais vida, amor, afetividade, o semblante das crianças ia se modificando e o envolvimento com a aula acontecia e a minha história misturava-se com as histórias narradas pelos alunos. Quem não se emociona ao ouvir histórias da época de infância?
Enquanto os alunos interagiam e narravam suas experiências de vida em família e convívio com os avós ou pessoas idosas que lhes são próximas, ficava evidente para mim que a formação da "cidadania" acontece a partir de experiências vividas e compartilhadas, principalmente no ambiente familiar, onde todos os entes dialogam e interagem.
As crianças e os adolescentes que viveram ou vivem esta realidade demonstravam afetividade, alegria, e sorriam de forma espontânea e passavam a interagir com naturalidade. De outro lado, os alunos que não têm ou tiveram esta oportunidade, ou um ambiente familiar onde a afetividade, o amor, o respeito pelo outro não é fator preponderante, percebia-se uma certa distância e indiferença com o que ali estava acontecendo. Ao mesmo tempo uma necessidade de afeto, amor e de sentir-se "ser" presente e parte da história.
Para que a discriminação e o preconceito com os idosos no ambiente familiar principalmente, não aconteça, faz-se necessário esta aproximação, esse diálogo e interação entre as gerações. Este envolvimento afetuoso e respeitoso nos torna mais cidadãos e por conseguinte mais humanos.
Esta foi uma prática vivida e compartilhada em sala de aula e que produziu excelentes resultados.
Prof. Marines Tonin Schuster
Gentil, 04 de agosto de 2015.