Uma experiência gratificante

Um dia desses,  em uma aula de "leitura" com os alunos do 6º ao 9º anos, propomos uma reflexão sobre o tema "velhice" e seus cuidados e também o preconceito e discriminação que o envolve.

Em um primeiro momento nos preocupamos em criar um espaço e ou ambiente acolhedor e motivador para falarmos sobre o tema proposto para as crianças e adolescentes.

O nosso intuito era aproximar essa geração com seus  avós, a fim de que a emoção aflorasse  e a afetividade os aproximassem sempre mais.

Iniciamos narrando fatos e experiências vividas por mim na minha infância com  meus avós maternos que residiam com minha família. Enquanto narrava, a emoção tomava conta do ambiente e a história tornava-se mais significativa e real.

À medida que a narrativa envolvia mais vida, amor, afetividade, o semblante das crianças ia se modificando e o envolvimento com a aula acontecia e a minha história misturava-se com as histórias narradas pelos alunos. Quem não se emociona ao ouvir histórias da época de infância?

Enquanto os alunos interagiam e narravam suas experiências de vida em família e convívio com os  avós ou pessoas idosas que lhes são próximas, ficava evidente para mim que a formação da "cidadania" acontece a partir de experiências vividas e compartilhadas, principalmente no ambiente familiar, onde todos os entes dialogam e interagem.

As crianças e os adolescentes que viveram ou vivem esta realidade demonstravam  afetividade,  alegria, e sorriam de forma espontânea e passavam a interagir com naturalidade. De outro lado, os alunos que não têm ou tiveram esta oportunidade, ou um ambiente familiar onde a afetividade, o amor, o respeito pelo outro não é fator preponderante, percebia-se  uma certa distância e indiferença com o que ali estava acontecendo. Ao mesmo tempo uma necessidade de afeto, amor e de sentir-se "ser" presente e parte da história.

Para que a discriminação e o preconceito com os idosos no ambiente familiar principalmente, não aconteça, faz-se necessário esta aproximação, esse diálogo e interação entre as gerações. Este envolvimento afetuoso e respeitoso nos torna mais cidadãos e  por conseguinte mais humanos.

Esta foi uma prática vivida e compartilhada em sala de aula e que produziu excelentes resultados.

Prof. Marines Tonin Schuster

Gentil, 04 de agosto de 2015.