INTRODUÇÃO  

Sabe-se que os jogos cooperativos auxiliam no desenvolvimento humano e nas interações entre os diferentes pares. Deve-se lembrar que para o campo da Educação Física o jogo é considerado muito mais que uma prática corporal, ele requer ações pertinentes ao que se deseja alcançar  e uma metodologia adequada para a utilização do mesmo. Para Huizinga, 2007 “o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária...”.

Diante disso, o presente trabalho vislumbra uma breve reflexão sobre a importância dos jogos cooperativos, na prática da Educação Física. Desencadear ao leitor situar-se mediante a área de concentração com foco na Educação Física: Dimensões Físicas, Cognitivas, Afetivas e Sociais.

Assim delineou-se os seguintes objetivos da pesquisa: compreender o real significado de jogos cooperativos, estimular os participantes a realizar as atividades de forma coletiva, exercitar a colaboração de todas para a realização de uma tarefa comum e desenvolver amplamente os conceitos de trabalho em equipe, companheirismo e concentração.

Portanto, a seguir está delimitado embasamentos dos autores: Comparin (2000); Huizinga (2007), Soler (2006) e outros acerca dos jogos cooperativos no campo da Educação Física.  

FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA 

Os jogos cooperativos são caracterizados por serem dinâmicos e inovadores. A introdução do jogo na primeira infância é primordial para o desenvolvimento motor, psicomotor, afetivo, cognitivo e outros, como Oliveira, 2002 cita em seus estudos.

Segundo Oliveira (2002):

O jogo é fundamental para a educação e o desenvolvimento infantil, o jogo e a criança caminham juntos, desde o momento que se fixa a imagem de criança como um ser que brinca, a infância carrega consigo brincadeiras que se perpetuam e se renovam a cada geração. (OLIVEIRA, 2002, p. 13).

Nota-se que o jogo é considerado desde a primeira infância o protagonista das ações de educação física no âmbito escolar, norteando professores e professoras a desenvolver habilidades das mais simples até as mais complexas nas crianças pequenas. A utilização do jogo permitirá que a criança receba de forma significativa as aprendizagens abordadas, seja essa de cunho físico, motor, intelectual, cognitivo e cultural. Quando a criança joga ela brinca, inicia-se ali sua vivência rica de experimentações significativas que contribuirá para o seu desenvolvimento global.

Para Rizzi: Haydt, 1998:

Brincando e jogando, a criança aplica seus esquemas mentais à realidade que a cerca, aprendendo-a e assimilando-a [...] reproduz as suas vivências, transformando o real de acordo com seus desejos e interesses. Por isso pode-se dizer que através do brinquedo e do jogo, a criança expressa, assimila e constrói a sua realidade (RIZZI; HAYDT, 1998, p. 15).

No contexto escolar, o jogo é aplicado como recurso pedagógico muitas vezes descaracterizado da sua função social, muitos professores incluem em suas atividades de sala de aula, em seus planejamentos, sendo o jogo apenas como objeto de entretenimento, ou seja, sem caráter formador.

 Deixando os estudantes jogar de forma livre sem ações interventivas, banalizando o jogo no meio escolar. O estudante necessita jogar de forma livre, todavia é imprescindível aprender também as regras do jogo para construir estratégias mentais, percepção de temporalidade, raciocínio lógico, atenção, concentração e o mais importante aprender a conviver coletivamente respeitando o outro.

Como menciona Huizinga, 2007:

Jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana (HUIZINGA, 2007, p. 33).

Deve-se lembrar que para o campo da Educação Física o jogo é considerado muito mais que uma prática corporal, ele requer ações pertinentes ao que se deseja alcançar  e uma metodologia adequada para a utilização do mesmo.

Com relação aos jogos cooperativos nas escolas, faz se necessário alicerça-lo nas práticas educativas com maior intensidade, de modo que contemple todas as etapas de ensino, com intuito de desenvolver no aluno habilidades significativas em seu processo de ensino-aprendizagem.

Para Comparin 2000:

Os jogos cooperativos no ambiente escolar especialmente, nas aulas de educação física são de grande valia para os alunos se desenvolverem integralmente. Eles instigam o indivíduo a socializar, dividir e a compreender seus limites e deveres como pessoa inserida no contexto social. (COMPARIN, 2000, p.1).

 

Vale ressaltar que os jogos cooperativos além do caráter lúdico ele têm o caráter social significativo para a construção das relações interpessoais entre os estudantes, indo além da mera satisfação social prazerosa de se jogar, instigando os estudantes a ter um caráter reflexivo e formativo.

Para Soler (2006, p. 23) explica que “os jogos cooperativos são uma abordagem filosófica pedagógica criada para promover a ética da cooperação e a melhoria da qualidade de vida para todos, sem exceção”.

Os jogos cooperativos colaboram no desempenho das relações sociais no ambiente escolar. Portanto, Soler (2006) menciona que o jogo cooperativo é um atrativo muito interessante, pois por meio dele as pessoas conseguem perceber o verdadeiro sentido da vida e entender que ninguém quer sofrer, e que todos nasceram e querem ser felizes.

Os jogos cooperativos com seu papel de inclusão consegue contribuir com o desenvolvimento dos educandos e na sua socialização. Para Comparin apud Soler 2006, “os jogos cooperativos são jogos onde os participantes jogam uns com os outros, em vez de um contra os outros...”. É notório que os jogos cooperativos se apresentam como o recurso facilitador e interventor nas situações de conflitos em sala de aula, onde os educandos deverão respeitar os colegas e terão de jogar coletivamente.

Com esse intuito, percebe-se que essa prática deve ser permanente nas aulas de educação física, pois permite o educando se apropriar e experimentar uma consciência de cooperação e respeito mútuo, efetiva durante a participação nos jogos cooperativos.

Sabemos que os jogos cooperativos na prática educativa tem sido um grande aliado nas aulas de Educação Física, podendo ser propostas em todas as etapas de ensino, é essencial que os professores proponham constantemente aulas diferenciais que incluem nas suas metodologias os jogos cooperativos para gerar harmonia nas diferenças, respeitar os limites do outro e conviver bem nas divergências Brotto, 2001.

REFERÊNCIAS 

BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de convivência. Santos: Projeto cooperação, 2001.

COMPARIN, Elaine. Jogos Cooperativos como Fator de Motivação e Socialização. Disponívelem: < http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2015/02/Artigo-Elaine-Comparin.pdf> acessado em: 15 set. 2022.

HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5edição. São Paulo: Perspectiva, 2007.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

SOLER, Reinaldo. Esporte cooperativo: uma proposta para além das quadras, campos e pátios. Rio de Janeiro: Sprint, 2009.

RIZZI, Leonor; HAYDT, Regina Célia Cazaux. Atividades lúdicas na educação da criança. São Paulo: Ática, 1998.