Uma breve análise da educação brasileira, com ênfase no estado de  São Paulo

O que podemos idealizar de um modelo educacional criado em meados de 1.930, para uma camada privilegiada da sociedade que quando teve este espaço utilizado pela população em geral migrou para o modelo nascente de educação particular.

É fator basilar que o modelo pedagógico existente na rede pública é arcaico e retrogrado, quando levamos em consideração as necessidades propostas pelo mercado de trabalho, que é a origem do modelo educacional do Ensino Médio, pois os alunos são preparados para o mercado de trabalho, agora, como podemos idealizar e estabelecer este currículo educacional?

Quando tratamos da preparação para o trabalho no E.M., estamos falando diretamente do sistema de governo que prima pela mão-de-obra especializada o capitalismo, podemos neste contexto citar Cortella que vai dizer:

                                   

A partir de 1.964, nota-se um maior desequilíbrio na educação brasileira, uma disparidade  sócio-econômica gerada pela produção capitalista reduziu o investimento público na educação.

 

           

 E como resposta a esta questão, Cortella aposta na democratização do conhecimento, agora, o grande problema esta justamente nas políticas públicas para viabilizar este ideário. No desenvolvimento de sua discussão Cortella mostra seu ponto de vista sobre o deslocamento da escola de sua função básica, de formar cidadãos, e diz que;

A escola deixou de cumprir seu papel principal para cumprir o papel social. Deverá resgatar seu papel, selecionando e trabalhando conteúdos capazes de proporcionar aos alunos uma compreensão de seu papel de cidadão dedicado ás transformações necessárias na sociedade.

 

  No início de  nossa explanação citamos a importância do currículo na sustentação  do projeto pedagógico e para tanto podemos citar Tomas Tadeu Silva, que formaliza uma base de raciocínio, partindo do principio que os PCNs estabelecem e normatizam diretrizes do ensino, agora segundo Silva:

O currículo é o resultado de uma seleção que contempla e reflete o interesse de classes sociais, grupos sociais, grupos dominantes e interesses particulares.

 

  O marco ou centro desta discussão esta na sociedade, pois o poder segundo a democracia emana do povo e para o povo, e para tanto segundo Silva esta discussão do currículo precisa ser tratada no âmbito da sociedade, entretanto, num país com dimensões continentais como entabular esta discussão de forma macro, regional como tratar a formatação deste currículo no âmbito do estado: governo federal, governo estadual ou governo municipal? O grande problema desta proposição é justamente o fato da proposta curricular segundo Silva, estar embasada numa luta de classes que remonta ao marxismo onde pode ser explica de forma mais arrazoada, muito embora podemos pensar que a teoria de dominação levantada pelo autor esta implícita no cotidiano da população e de forma clara o problema da educação passa necessariamente pelo modelo de domínio existente em nossa sociedade segundo o autor.

Porque nossa discussão se inicia no Ensino Médio e não no Ensino Fundamental, é que justifica esta postura discussão é a falta de políticas públicas educacionais nos chamados ciclos I e II, que causam graves problemas que refletem no Ensino Médio, se pensarmos que a formação básica para atuar no Ensino Fundamental ciclo I, até bem pouco tempo não impunha a formação pedagógica universitária, o que pensar desta política arcaica que envolve o principal ciclo da educação que é a alfabetização e o início da percepção de mundo deste aluno como sujeito, veja bem, não vamos aqui disser que a alfabetização se dá na pré escola, pois sabemos perfeitamente bem que o processo esta fragmentado, estamos tratando aqui do elo básico de mundo onde esse cidadão será inserido, fora do eixo familiar.

Se este processo inicia-se de forma equivocada e mal formatada o que se esperar do ciclo II, onde o sujeito será apresentado as ciências de forma prática e literal, neste ponto precisamos abrir um parêntese para citar um projeto pedagógico de Portugal que data de 1.976 a Escola da Ponte, ou melhor identificando Escola Básica Integrada de Aves/São Tomé de Negrelos, instituição pública que segundo consta tem uma proposta pedagógica totalmente revolucionaria para a época, pois o principal ator deste processo é o aluno e pensam na felicidade deste aluno no processo educacional, o projeto pedagógico é idealizado com base no conceito de Célestin  Freinet e integra o (MEM) Movimento da Escola Moderna o grande legado desta escola esta justamente nos valores que norteiam solidariedade, autonomia e responsabilidade. A importância esta justamente no fato dos alunos serem educados para a sociedade e serem ensinados a exercer sua plena cidadania, o fato basilar que chama a atenção é que não existe uma distinção de séries e os espaços são de uso continuo, ou seja, exercem o direito de cidadão e principalmente discutem e formam conselhos e assembleias compostas por pais, alunos e professores onde é discutida toda a vida social e estrutural da escola, a gestão pedagógica e administrativa é claro é responsabilidade dos técnicos e este modelo é um sucesso comprovado pelo poder público português, da Europa e também de outros países.

Para nosso modelo de  Ensino Fundamental no ciclo I e II, o ideal seria uma política educacional que privilegia-se a formação continuada dos alunos e principalmente dos educadores, pois o que vemos hoje é justamente o oposto, uma pedagogia voltada para o currículo, ou seja, um currículo fechado em si mesmo,  que não privilegia o principal ator deste processo o aluno e menos ainda os condutores deste processo os educadores.

Bibliografia

Weber, Max

                  A Ética protestante e o espírito do capitalismo / Max Weber ; tradução

           José Marcos Mariani de Macedo ; revisão técnica, edição de texto, apresen-

           Tacão, glossário, correspondência vocabular e índice remissivo Antônio

            Flavio Pierucci. – São Paulo : Companhia das Letras, 2004.

WWW.PT.wikipedia.org/wiki/academico – acesso 24/09/2014