UMA BELA PORCARIA MUNDIAL

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

O mundo anda infestado de epidemias, entre elas podemos citar a epidemia dos noticiários sobre epidemias, as epidemias de violência e desrespeito de adolescentes contra professores, isso sem falar das epidemias que se concentram em regiões especificas, como a atual epidemia de filhos presidenciais que andam se proliferando no Paraguai. Aliás, se o presidente do Paraguai fosse um dedo, provavelmente seria aquele conhecido pela alcunha de “pai de todos”.

 

A histeria sobre a febre suína é tanta que até pessoas do signo de porco, no horóscopo chinês, podem acabar virando alvo de perseguições sem sentido. Em alguns lugares devem até chegar a proibir a exibição do filme: Baby, o porquinho atrapalhado. Já existem relatos de mães que andam evitando colocar seus filhos dentro dos chamados chiqueirinhos, com medo de contágios. Isto sem falar no vandalismo contra lojas de ferragens, local reconhecidamente repleto de porcas de todos os tamanhos e tipos.

 

Comer carne de porco até pode, mas tente não pegar o mesmo elevador que eles. Ao contrário da administração onde é importante manter o foco sempre presente, no caso das epidemias devemos evitar qualquer tipo de foco a todo custo. Até ditados antigos tais como: “agora é que a porca torce o rabo”, estão sendo atualizados para algo como: “Cuidado quando a porca tosse para o seu lado”.

 

Visando impedir ataques animalescos aos pobres suínos, resolveu-se trocar a denominação da moléstia para A(H1N1), deixando o nome parecido com uma placa de carro, já que presumivelmente as pessoas preferem atacar um porco indefeso a estragar um veículo emplacado. Tudo isto anda se mostrando uma bela porcaria.

 

A história é recheada de epidemias, a primeira foi a do pecado, que era transmitida via fruto proibido, e conforme relatos sobre o assunto, acabou contaminando 100% dos habitantes do paraíso (aproximadamente duas pessoas). O fato foi tão grave que culminou na expulsão de Adão e Eva para uma área de contenção chamada de planeta Terra, onde a epidemia se alastrou junto com a humanidade. Podemos considerar que o pecado é a doença mais antiga de toda nossa existência.

 

O medo maior é que as epidemias se juntem, criando novas doenças do tipo: a dengue suína, ou pior ainda, a gripe do porquinho amarelinho. Mas, com sorte poderiam surgir dessas junções, gripes benéficas, como a gripe política, por exemplo. Uma epidemia transmitida para qualquer indivíduo com falta de escrúpulos. O infectado passaria então a ter crises violentas de honestidade.

 

Infelizmente toda esta onde alarmante de alarmosas doenças acaba justamente desviando o foco de um dos piores (su)focos que enfrentamos, a epidemia de safadeza (corrupção, descaso, roubo, etc), que acontece não somente na política, mas em várias alas da sociedade. Uma doença que se alastra pelo mundo, sem que haja uma vacina conhecida. E a única coisa que ainda podemos fazer para contermos o seu avanço é termos a decência de não nos deixar contaminar.

 

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