Uma Ação Nada Seletiva
Por Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho | 25/07/2025 | HistóriaDesde há poucos dias, estamos diante de novas ofensivas do governo israelense contra a Faixa de Gaza. O pequeno enclave palestino, de apenas trezentos e sessenta e cinco quilômetros quadrados, é, mais uma vez, confrontado por Benjamin Netanyahu, sob a alegação de que de uma ação a libertar os reféns capturados pelo Hamas.
Senhores, sejamos claros: acreditar em dita premissa consistiria na atribuição de eventual infalibilidade ao Mossad (inteligência exterior israelense), o que não se coaduna com a verdade, pois, se assim fosse, os reféns já teriam sido libertados, havendo, então, uma confissão explícita de ataque por motivos de “limpeza étnica”. Mas, se tomarmos em conta que os integrantes da inteligência exterior israelenses são, como todos, passíveis de falhas, há um dos maiores escândalos protagonizados por Netanyahu, que é a colocação de seus próprios cidadãos em altíssimo risco de óbito, eis que sabidamente reclusos com os terroristas.
Por ironias do destino, não são “assassinatos seletivos”, tão praticados por vários dos governos israelenses, desde a fundação do moderno Estado Judeu, no final da década de 1940 (agora, põe-se os reféns em um risco mais explícito que quando do sequestro, o que é lamentável).
Assassinatos seletivos, aliás, têm gênese na interpretação literal, fundamentalista, do sionismo pregado ao final do século XIX por Theodor Heizl. Como exemplo, o cidadão na condição de Primeiro-Ministro de Israel, durante a Guerra do Golfo (1991), foi Yitzhak Shamir. Muitas décadas antes, era membro de um esquadrão homicida que assassinou o Conde Folke Bernadotte, responsável, junto a outros e por atribuição da Organização das Nações Unidas (ONU), da tarefa de uma mais correta partição da Palestina, logo antes sob mandato britânico.
No nosso mundo, infelizmente são pessoas como Shamir e Netanyahu que sobem ao Poder. E, estes, num país cujo povo, da forma mais triste e repugnante, tanto sofreu nas mãos de anteriores psicopatas, no próprio século XX.
Assim caminha a Humanidade.