Um tal beija-flor

      Quando o desejo me arrebatou e os estímulos eriçaram a pele, o coração a eles se conectou; e sem aviso, me envolveu nesta sequência. Mas, como a rosa ainda era botão, o instinto me aconselhou a esperar o desabrochar da flor, me fazendo escravo do enlevo e servo da irrigação. Porém, no seu primeiro exalar, um atrevido e bicudo beija-flor roubou de mim, o pólen daquela, pela qual, o ritmo dos batimentos tanto oscilou, na ansiedade pelo momento residente e flutuante do vaivém viçoso das ancas, que por caprichos alheios, o meu estame não inaugurou.