Na vida somos constantemente provados. Nesta sexta feita, 07 de outubro, às 17 horas e 40 minutos, recebia a notícia da morte de tia Clorinda Dambrós que ocorreu no Hospital Nossa Senhora das Dores, em Capinzal SC.

Tia Clorinda, completaria noventa anos; era filha de meus avós maternos, Ciro e Leonor Dambrós. Essa família era formada por cinco filhos: Ilda, Zulmira, Adelir, Clorinda e Romilda (minha mãe) a única ‘vivente’.

Desde a tenra idade minha mãe, seguidora da tradição italiana nos levou a ter ligação aos nonnos maternos. Aos domingos íamos a casa destes nonnos e lá encontrávamos a radiante tia Clorinda.

Quantas memórias estão em minha mente, confesso que estas recordações trazem-me lágrimas, pois escrevo de um ser de luz, por opção não casou, mas utilizou da maternidade espiritual para ajudar quem lhe era próximo.

O trabalho foi uma de suas virtudes. Aposentou-se na antiga ACARESC (Associação de Crédito e Assistência Rural do Estado de Santa Catarina), hoje extinta e foi sucedida pela EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). Enquanto esteve nesse órgão, por algum tempo residiu em Joaçaba SC.

Neste cenário, lembro-me que nos idos anos de 1980, ao obter minha carteira de motorista, como não havia autoescolas, era preciso ir até Joaçaba e ter um veículo para fazer o teste de habilitação e ela emprestou-me seu Gol branco para fazer aquele teste. Para minha alegria fui aprovado, e minha tia saboreou comigo a estupenda conquista.

Não esquecerei que nos momentos de dificuldades financeiras, justamente ao cursar a faculdade (FUOC) em vários momentos esse ser de luz, como um anjo iluminou meu caminho e não me deixou desistir da graduação.

Ela degustava a boa leitura. Amante da boa diversão. Vasculhando seus álbuns de fotos, encontrei retratos de sua viagem para o nordeste com as amigas Said Ribeiro e Rute Baretta, bem como de fotos de sua empolgação nos carnavais do Ateneu Clube e do Clube Floresta. Uma eximia dançarina, além expressar alegria com os cantos em italiano ou nos corais; participou do glorioso Coral Santa Cecília, além dos grupos de canto da Igreja Católica.

E o cuidado que teve com seus pais? Esse ser de luz, não se separou de seus pais até o último instante de suas vidas. Para mim nos altos da Rua Presidente Kenedy, em Ouro SC, apesar de não ter mais a casa física de meus avós maternos, guardarei na memória essa casa tremendamente aconchegante.

Quando não teve mais condições de ficar sozinha, minha mãe a levou para viver com ela em sua casa, pois estava acometida pelo Alzheimer.

A casa de minha mãe, fisicamente não terá mais a sua irmã Clorinda, esse ser que está no plano da espiritualidade e foi para o ‘Nosso Lar’, onde será luz aos seus pais, aos irmãos, sobrinhos e cunhados.

Deixo minha gratidão à minha mãe Romilda que assistiu sua irmã até seu desencarne; às minhas irmãs Luciana e Lúcia e meus cunhados Luciano e Marcos e a Adriana e Rafael que estiveram na brilhante missão de cuidar e acompanhar essa criatura enferma. As irmãs e médicos do Hospital Nossa Senhora das Dores, gratidão.

Obrigado tia Clorinda por ser luz em nossas vidas. Nosso compromisso é continuar fazendo o bem, praticando a caridade e sendo luz; assim, poderemos serenar no momento de nosso desencarne, pois noutro plano espiritual, continuaremos a missão do aperfeiçoamento.

Deus abençoe todos!