Nesse ano de 2020 que a pouco se encerra, todos nós fomos colocados diante de um mesmo problema denominado Covid-19. Antes disso, nossa geração não havia se quer imaginado como seria lidar com algo dessa magnitude. Tudo foi novo. Novas rotinas, novas maneiras de lidar com o outro e principalmente, novas formas de enxergar o outro.

            Já devíamos saber disso, mas o coronavírus veio para nos mostrar o quão despreparado estamos. No universo empresarial, os ensinamentos provocados pelo coronavírus ainda foram mais evidentes e impactantes. É imperativo que empresa vive de lucro. No entanto, com a disseminação do vírus de forma rápida e descontrolada, percebeu-se rapidamente que o centro das atenções não era unicamente a saúde das empresas, mas antes disso, a saúde de seus ocupantes, ou seja, o ser humano voltou a ser o centro das atenções.

            De uma vez por todas, é preciso sim compreender que pessoas não podem ser visualizadas como sendo apenas um número nos livros de registro das empresas. Os clientes são pessoas e os funcionários são pessoas. Se você que é gestor ou líder, não entender de pessoas, seu empreendimento certamente não se sairá bem. Tudo gira em torno de pessoas. São as pessoas que fazem a engrenagem de todo o sistema girar.

Pessoas não podem ser visualizadas com sendo apenas um número no livro de registro das empresas.”

            Toda empresa, além de desempenhar o seu papel financeiro junto aos acionistas, também tem um papel social muito importante. Entendo que, o principal papel de qualquer empresa junto a seus colaboradores é proporcionar equilíbrio entre família e trabalho, com um olhar aguçado na saúde mental dos seus colaboradores.

            Em muitos casos, o salário emocional chega a pesar mais que o salário financeiro. Ninguém é “bobo” mais. As informações estão aí para quem as desejar. O funcionário de hoje sabe muito mais de seus direitos e deveres do que o funcionário de antigamente. As relações de trabalho se estreitaram. Patrões e empregados já negociam situações em paralelo a CLT. Isso é um avanço.

            Por outro lado, precisamos que os funcionários de hoje, não todos é claro, sejam mais comprometidos com suas atribuições e tarefas e que sejam reconhecidos por isso. Não dá mais para esperar que todas as decisões rotineiras estejam a cargo de uma única pessoa. Pessoas precisam e devem ajudar pessoas. Empresa é um conjunto de pessoas que formam uma corrente com objetivos em comum e essa corrente precisa ter elos fortes para que não se rompa.

            As pessoas sempre estiveram no centro das questões, porém, com toda a velocidade dos avanços tecnológicos e da informação, pouco a pouco foram sendo deixadas de lado. Infelizmente, foi preciso uma pandemia para nos alertar sobre isso. Agora é a hora de colocarmos tudo no eixo novamente. Que não deixemos passar em branco essa grande oportunidade. O papel social vai muito além do que pagar salários. É uma questão de humanidade.