Nos próximos dias nosso querido e honrado semanário, “Jornal A Semana”, da cidade catarinense de Capinzal, deixará de circular e a saudade começa a ser algo eminente.

Como ainda este artigo de opinião será publicado, tentarei rememorar alguns momentos agradáveis guardados na memória. Há os que podem rememorar as situações de tristezas, mas, elas irão ficar nos subterfúgios da mente, pedindo para a espiritualidade maior ser socorro daqueles que porventura, nestas recordações se encontrem em desamparo e até, caso necessitem, recebam auxílio espiritual!

Dentre as inúmeras alegrias para desfrutar com os leitores, encontram-se as vivenciadas nos bons tempos em Capinzal, especialmente, junto à ‘casa’ onde acabei vindo ao mundo, em 29 de novembro de 1962, portanto, como ‘recém-sexagenário’, tenho muitas recordações positivas relacionadas com a Rua Carmelo Zocolli, com o numero 816, onde passei a infância e adolescência. Atenção para este detalhe: a sede administrativa deste ‘Jornal’, também se encontra junto desta Rua. Seria apenas uma mera coincidência? Acredito que não!

As brincadeiras relacionadas com a ‘Escolinha Menino Deus’, junto com amigos de infância que se tornavam ‘meus alunos’, no porão de nossa casa, levam-me ao vislumbre de algo que se tornou real, pois, profissionalmente tornei-me um professor graduado e com mestrado em História, além de ter exercido inúmeras funções pedagógico-administrativas na educação, desde diretor de escola pública até o cargo de Secretário de Educação do Município de Naviraí, no Mato Grosso do Sul, cidade onde estou residindo a mais de trinta anos.   

Tenho a convicção que nesta vida, nada ocorre por acaso, de maneira especial quando somos levados a entender quais são os propósitos de nossa existência. Assim, a bela fase da infância/adolescência vivenciadas naquela Rua, foram os mentores espirituais que me levaram a ter este preparo para o exercício do futuro magistério!

O fato deste ‘Jornal’ se encontrar nesta mesma Rua, também é algo relacionado com os meus mentores espirituais, pois, apesar de estar a mais de trinta anos residindo em outro estado, tive a oportunidade de estar conectado semanalmente com muitos colegas de infância e adolescência e, principalmente, com o leitor número um: minha mãe!

Dentre inúmeros registros, selecionarei mais um este relacionado com a questão familiar! Sendo filho primogênito, vindo de uma família de onde nasceram quatro filhos, o destino levou-se ao auxilio de minha mãe para contribuir nos cuidados de minhas três irmãs. E, são muitas lembranças e episódios com cada uma delas. Muitas que levam ao deleite de risos e descontração, contudo, alguns de medo, angústia e dor, como enfatizado, estes devem ser esquecidos.

Quando faço a memória divagar, sinto enorme gratidão, pois, aquelas três menininhas, cresceram, tornaram-se mulheres, casaram-se e são mães de filhos, meus sobrinhos, que me proporcionam muita alegria. Minhas irmãs buscaram ter formação acadêmica em áreas diferentes e exercem com muita propriedade e dignidade suas profissões e, por onde passam, deixam os rastros dos bons exemplos que recebemos de nossos pais. Toda a boa energia e fluídos positivos foram vivenciados no aniversário de oitenta anos de nossa mãe, não tenho dúvidas que conseguimos dar a ela seu presente mais desejado: celebrar com seus quatro filhos aquele momento sublime!

Aos leitores que estão abnegados neste pequeno artigo, ressalto não ser fácil expressar em forma de escrita ‘sentimentos, emoções e todos os aspectos que a existência proporciona’; aliás, quando o assunto é vida a tudo ganha à dinâmica do encanto, nostalgia e de sensações muitas vezes inexplicáveis. Sendo assim, devo dizer que não há como descrever as emoções que sinto em cada retorno à casa de mamãe, ela ainda reside em sua casa na Rua Carmelo Zocolli, com o mesmo número e que me recebe sempre com as mesmas vibrações de outrora.

Portanto, a emoção, a gratidão e as profundas vibrações de recordações vivenciadas são algumas das sensações presentes na mente quando estou escrevendo estes últimos artigos para este semanário que fez e sempre irá fazer parte de minha existência, afinal, vinte anos de caminhada, tendo quase mil artigos escritos ininterruptamente, levam ao vínculo ‘eterno’!

Em 2013, quando na cidade onde resido, Naviraí, ao completar seu cinquentenário, naquela época, como Secretário Municipal de Educação, com a Associação Naviraiense dos Poetas e Escritores foi feita a impressão de um livro, onde com 14 escritores da cidade se publicou o livro: Cinquentenário de Naviraí em poesias, versos, contos e crônicas. Nesta obra, foram publicados quatorze artigos de opinião, de minha autoria, todos escritos para o “Jornal A Semana”!

Escrever faz parte de minha existência e este Jornal me proporcionou essa satisfação e alegria, jamais esquecerei isto!

Ainda não chegamos ao fim! Até o próximo!