UM HOMEM

Quase vinte anos de convivência, ainda não havia visto tamanho desespero diante de uma perda. Ouvia seus prantos há alguns metros de distância e não havia sequer uma pessoa que não escutasse e que não se comovia.

Foi ali debaixo do chuveiro, dava à impressão que toda a sua dor fosse também para o ralo.  Era tanta a dor expressada naquele choro...

Uma pessoa sempre tão contida, forte, não demonstrava muito suas emoções e estava tão frágil, não que eu não sentisse, porém estava mais contida e a preocupação agora também era voltada para ele.

Como dói, só quem já sentiu sabe bem o que é este sentimento.