Sou eu mesmo.

Fui descoberto.

Na solicitude.

De uma grande ilusão.

Lacaniana.

Fui prisioneiro.

Da minha imaginação.

Quando olhei para o infinito.

Descobri uma constelação.

Mas não era o céu.

Nem o mundo dos deuses.

Vi o encanto.

 Na acepção de uma intensa.

Solidão.

Que coisa inexoravelmente.

Bela.

Hilética.

O sorriso da descrição.

Pude apenas contemplar.

A imaginação.

O que foi o bastante.

Fiquei preso.

Dentro de mim mesmo.

Conheci.

Todos os seus segredos.

Heuristicamente.

Senti a felicidade.

Pelos olhares distantes.

Fui condenado.

Por esquecer o pensamento.

 Sentir a distância.

Heteronimicamente.

Apenas o mecanismo.

Da abstração.

 O  sentimento.

Do vosso segredo.

Mas o mundo.

 Já não era meu.

Tinha apenas.

Um pequeno coração.

Todo  cortado.

Mas isso era bobagem.

Deveria apenas não ter.

Perdido a imaginação.

Descobrir as leis.

Das forças do giramento.

Transportar suas veleidades.

Sentir a redenção.

De uma ação indelével ao tempo.

 Da sua emoção.

Viver se possivelmente.

O esplendor.

Da vossa ilusão.   

 Vou.

Embora.

Solitariamente.

Sentindo a redenção

O seu  esplendor.

Não sei quem deseja.

 Entender.

Quanto a mim.

Escrevo apenas.

O sussurro prematuro.

Da respiração.

Das fontes.

Que saem de dentro.

Da minha pessoa.

Esquecer quem eu sou.

Sem poder dizer.

Transportando os segredos.

Das vossas sensações.

Apofânticas.

O que é comum.

E o que não poderá ser.

Exatamente simples.

Agonizam-se os sinais.

Igual ao vento.

Que leva distantemente.

O fluir das essências.

O encantamento.

Dos juramentos.

A satisfação.

Ontogênese.

De um elo.

 Indispensavelmente.

Mortal.

O que devo dizer.

Ou solertemente.

Esconder.

Os resquícios.

De um passado ainda perto.

Silenciosamente.

O que se espera no paraíso.

Onde os seus segredos.

Escutarão os murmúrios.

Dos corações.

A luz da vida.

Uma pedra.

Um arranjo musical.

Do  tempo esquecido.

 Na infância dos silêncios.

Tudo que sempre sonhei.

Não poderei dizer.

Talvez apenas.

 A resplandecência.

Dos vossos entendimentos.

A luz da minha vida.

A noite fez renascer.

Num tempo de claridade.

O que não mais.

Revelarei.

Nem mesmo.

O fetichismo.

A esse  instante.

Esconderei.

As vossas sapiências.

Como se fosse.

Um rapaz qualquer.

O frio.

Da melancolia.

Um sonho perdido.

Nas paginas.

Dos paradigmas.

Entrópicos.

Dos caminhos perdidos.

Em pleno.

Desencontro.

O que mais revela.

Não devo dizer.

Além de um doce.

Cheiro de emoção.

Quando tudo passa.

Inclusive o tempo.

Quando nada mais.

Deve ser recordado.

Surge a luz.

Da escuridão.

O destino meu.

Páginas escritas.

Na imensidão.

Da mais absoluta.

Axiologia prescrita.

Tudo que devo.

Apenas.

O soçobrar desse silêncio.

Que escuta as pálpebras.

Do vosso coração.

Edjar Dias de Vasconcelos.