Um Grande Silêncio.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 03/10/2013 | PoesiasSou eu mesmo.
Fui descoberto.
Na solicitude.
De uma grande ilusão.
Lacaniana.
Fui prisioneiro.
Da minha imaginação.
Quando olhei para o infinito.
Descobri uma constelação.
Mas não era o céu.
Nem o mundo dos deuses.
Vi o encanto.
Na acepção de uma intensa.
Solidão.
Que coisa inexoravelmente.
Bela.
Hilética.
O sorriso da descrição.
Pude apenas contemplar.
A imaginação.
O que foi o bastante.
Fiquei preso.
Dentro de mim mesmo.
Conheci.
Todos os seus segredos.
Heuristicamente.
Senti a felicidade.
Pelos olhares distantes.
Fui condenado.
Por esquecer o pensamento.
Sentir a distância.
Heteronimicamente.
Apenas o mecanismo.
Da abstração.
O sentimento.
Do vosso segredo.
Mas o mundo.
Já não era meu.
Tinha apenas.
Um pequeno coração.
Todo cortado.
Mas isso era bobagem.
Deveria apenas não ter.
Perdido a imaginação.
Descobrir as leis.
Das forças do giramento.
Transportar suas veleidades.
Sentir a redenção.
De uma ação indelével ao tempo.
Da sua emoção.
Viver se possivelmente.
O esplendor.
Da vossa ilusão.
Vou.
Embora.
Solitariamente.
Sentindo a redenção
O seu esplendor.
Não sei quem deseja.
Entender.
Quanto a mim.
Escrevo apenas.
O sussurro prematuro.
Da respiração.
Das fontes.
Que saem de dentro.
Da minha pessoa.
Esquecer quem eu sou.
Sem poder dizer.
Transportando os segredos.
Das vossas sensações.
Apofânticas.
O que é comum.
E o que não poderá ser.
Exatamente simples.
Agonizam-se os sinais.
Igual ao vento.
Que leva distantemente.
O fluir das essências.
O encantamento.
Dos juramentos.
A satisfação.
Ontogênese.
De um elo.
Indispensavelmente.
Mortal.
O que devo dizer.
Ou solertemente.
Esconder.
Os resquícios.
De um passado ainda perto.
Silenciosamente.
O que se espera no paraíso.
Onde os seus segredos.
Escutarão os murmúrios.
Dos corações.
A luz da vida.
Uma pedra.
Um arranjo musical.
Do tempo esquecido.
Na infância dos silêncios.
Tudo que sempre sonhei.
Não poderei dizer.
Talvez apenas.
A resplandecência.
Dos vossos entendimentos.
A luz da minha vida.
A noite fez renascer.
Num tempo de claridade.
O que não mais.
Revelarei.
Nem mesmo.
O fetichismo.
A esse instante.
Esconderei.
As vossas sapiências.
Como se fosse.
Um rapaz qualquer.
O frio.
Da melancolia.
Um sonho perdido.
Nas paginas.
Dos paradigmas.
Entrópicos.
Dos caminhos perdidos.
Em pleno.
Desencontro.
O que mais revela.
Não devo dizer.
Além de um doce.
Cheiro de emoção.
Quando tudo passa.
Inclusive o tempo.
Quando nada mais.
Deve ser recordado.
Surge a luz.
Da escuridão.
O destino meu.
Páginas escritas.
Na imensidão.
Da mais absoluta.
Axiologia prescrita.
Tudo que devo.
Apenas.
O soçobrar desse silêncio.
Que escuta as pálpebras.
Do vosso coração.
Edjar Dias de Vasconcelos.