Você deve conhecer o pensamento oriental atribuído a Buda que diz:

" Se você quer saber o que fez no passado olhe sua condição no presente
Se você quer saber o que será no futuro, olhe sua mente no presente "

Quando falamos de planos e sonhos, tudo fica muito mais fácil quando falamos no tempo futuro. É fácil se comprometer em reuniões de evolução a investir em seu aprendizado. É fácil, em horas quentes ou dóceis de paixão, rodeados por um entardecer bonito, fazer promessas ao amor de sua vida contando como fará para eliminar suas falhas em prol de seus sentimentos. É ainda mais simples começar ano após ano com desorganizadas listas de planejamento - todas sempre muito mal planejadas claro.

Mas imagine-se parando para refletir sobre suas ações no passado e comparando-as com suas expectativas no momento das mesmas. Boa parte de nossas promessas ficam arquivadas em folhas de rascunho ou em cantos tristes de nossa mente. Tão pouco é preciso para se resolver uma lâmpada queimada, porém o ser humano ainda insiste em objetivar arrumar a casa inteira de uma vez. Das ações que tomamos todas são resultado de atitudes que resolvemos ter após aprender que essa se fazia necessária.

Ontem já foi e nada mais há o que fazer. Só nos resta redesenhar nosso destino a partir do hoje, mas usando como base nossos erros, acertos e até as nossas inércias de ontem.

Fico muito triste em ver como muitas pessoas tratam a questão da evolução ou crescimento pessoal com pouco caso. Vejo muitos casos de busca intensa por resultados, dinheiro, sucesso, posições e até a tão bela felicidade, porém sem a conscientização de que não há reações que não advenham de ações. Muita gente quer chegar ao topo pulando todo o caminho a percorrer ou mesmo passando por ele achando que não há nada o que fazer nesse tempo. E há muito.

Para todos os dias de nossa jornada rumo a cada objetivo, seja sucesso ou felicidade, há obstáculos e aprendizados que não devemos ignorar. Se nesse tempo alguns insistem em passear neutros outros preferem perceber cada complicação da vida como sendo elementos gratificantes e fortalecedores.

Como na maioria de meus textos, não trago respostas prontas muito menos afago a quem precisa. Trago questionamentos e reflexões para cada um obter suas respostas. E ainda assim essa é uma tarefa que poucos conseguem concluir. Saber ou ter força de vontade para se colocar diante de questionamentos internos não é para qualquer um. Sempre é mais fácil evitar esses pensamentos e esperar que no próximo ano as coisas mudem, talvez por mágica ou milagre.

Por muito tempo venho insistido em minhas reflexões e discussões filosóficas, quando encontro com quem as debater, na importância que tem o conhecimento do porque fazer muito mais do que no fazer. Quando entendemos o motivo real de cada ação que necessitamos ter, quando entendemos e compreendemos o valor de uma questão, quando vivenciamos claramente os motivos que nos levam para caminhos diferentes estamos - em todos os casos - nos dando conta de que só estamos em determinado estágio por uma junção de conhecimento x aplicação do mesmo. Chamo a essa conhecimento e sua aplicabilidade de conscientização. Quando nos conscientizamos da importância das coisas é quando realmente a valorizamos.

É verdade que em muitos casos de situações e experiências as quais as pessoas são levadas o fator determinante é a ignorância, no sentido de falta de conhecimento ou sabedoria. Mas o que dizer então das pessoas ditas inteligentes e cultas que já vivenciaram inúmeras situações difíceis e ainda se perdem nos mesmos erros?

Creio que desses resta concluir, como assim dizem, dos piores ignorantes restam aqueles que assim são por opção.

Minha conclusão é simplista e superficial como nos manuais de "sinta-se bem", mas se assim não for terei de me aprofundar em mares que ainda desconheço. Até onde fui nos meus trinta e poucos anos veja dessa maneira, que até desrespeitosa pode ser de tão simplória, que há os que sofrem por falta de condições, conhecimento ou sabedoria. E há os que sofrem porque não tem força ou disciplina para colocarem em prática o que aprenderam.

Por isso questiono novamente: Onde estão os resultados de seus planos? Ou pior, será que você conseguiu gerar as ações que se comprometeu para conseguir esses resultados?

" Daqui a um tempo estarei mais magro" "Já eu serei mais prevenido pra entrar nessa de novo" "Eu mesmo irei criar minhas oportunidades, nada de depender dos outros" "Percebi que preciso ler mais e o farei, você vai ver daqui a um ano" "Vou ser mais culto, chega de vender meu precioso tempo as mídias de massa" "Vou correr e fazer mais exercícios" "Vou melhorar minha qualidade de vida, vou comer alimentos saudáveis todos os dias" "Vou voltar as minhas raízes religiosas" "Vou falar mais com Deus" "Vou acordar mais cedo" "Vou sair mais, vou dançar, vou pular, vou viver, vou pirar, vou equilibra" "eu vou, eu vou, eu serei, eu....Ahhhh" Não consegui...

Será que alguns dos seus planos de mudança de atitude, feitos um ou dois anos, tiveram esse triste fim? E olha que nem falei dos sonhos dos tempos de escola de ficar rico, viver na praia e ser um artista de circo. Falo dos pequenos, realistas e nobres planos. Esses razoáveis e necessários, será que na soma de todos você tem conseguido realizar-se e ver seu crescimento pessoal? É, como todo ser humano, passível de erros, nesse exato momento me faço as mesmas perguntas. As porcentagens de cada um assim o são, de cada um. Mas a verdade é que a pergunta e as respostas valem apenas para cada um mesmo. Não há quem venha nos cobrar, não há quem venha nos ajudar, não há superiores quando tratamos de nossas vidas e destino. Só o tempo e a situação em nos encontramos, seja boa ou ruim, é que nos mostra hoje os resultados de nossas ações de ontem.

É bem provável que a um ano você tenha dito pra si mesmo, em momentos de reflexão, angústia ou mesmo de euforia, palavras que - se transformadas em atitudes - tinham tudo para serem o ponto de virada de sua vida. Mas e se não viraram realidade? O que pode ter ocorrido? Esquecimento, falta de motivação, falta de fé, falta de disciplina, falta de coragem ou uma soma de tudo isso aliada a falta de ambição o suficiente pra querer se ver melhor?

A resposta não é fácil, mas com certeza mais que se indignar com a situação atual ou com esse texto é preciso preocupar-se em como entender esses inibidores de produtividade. E ao entendê-los nunca parar de buscar evolução e crescimento. Ainda acredito e muito que passamos por essa vida para seremos felizes e ao mesmo tempo crescer e evoluir a níveis sempre maiores. Seja em abranjantes estágios espirituais ou nos níveis de suas expectativas saiba que será inevitável que, para conseguir suas metas, você precisará passar pelos estágios de estudos, experiências, amadurecimento e colheita.

Reinaldo Luz Santos - Fevereiro de 2008

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