UM ENFOQUE NO ENFERMEIRO QUE CUIDA DE IDOSOS NESTE NOVO MILÊNIO

Evillin Paula Machado

Nalva Sanches Tabata 1

Silvia Maria Del Secchi Ferreira

RESUMO

A intencionalidade desta pesquisa consiste de abarcar em quais perspectivas inovadoras dento dos conceitos fundamentais do cuidado humano e da ética os enfermeiros poderão construir o cuidado de forma individual e coletiva e atender idosos com fundamento nas práticas do cuidar em saúde diante dos ciclos da vida. Diante deste novo cenário que se apresenta, caracterizado pelo aumento da expectativa de vida, e, conseqüentemente, do crescimento da população idosa, surgem grandes desafios para o Enfermeiro-cuidador, no que diz respeito a proporcionar qualidade de vida para os idosos desta nova geração. Dessa forma, no que se refere ao cuidado do idoso, a ética envolve muito mais do que legislações e normas que permeiam a realizações dos cuidados. Ela exige reflexões por parte do cuidador, na tomada de decisões relacionada às ações realizadas com os idosos, levando-se em consideração, também, a autonomia e respeito ao idoso. Teve como referencial teórico-metodológico os postulados propostos por Bardin e pós-análise emergiram categorizações expressas pelo enfermeiro e pelos idosos institucionalizados que expressaram emoções e percepções frente às ações instituídas. O presente artigo nos permitiu repensar no cuidado humano em sua totalidade uma vez que transcende de um ato em si, da assistência de enfermagem e do reconhecimento das ações do cuidado.

Palavras-Chave: cuidado humano, enfermeiro, idosos

ABSTRACT

The scienter of this research consists to accumulate of stocks in which perspective innovators teethes of the basic concepts of the human care and of the ethics the nurses will be able to construct the care of individual and collective form and to take care of ahead aged with bedding in the practical ones of taking care of in health of the cycles of the life. Ahead of this new scene that if presents, characterized for the increase of the life expectancy, and, consequently, of the growth of the aged population, great challenges for Nurse appear, in what it says respect to provide quality of life for the aged ones of this new generation. Of this form, as for the care of the aged one, the ethics involve many more than what legislações and norms that permeiam the accomplishments of the cares. It demands reflections on the part of the cuidador, in the taking of decisions related the actions carried through with the aged ones, taking itself in consideration, also, the autonomy and respect to the aged one. It had as referencial theoretician-methodological the postulates considered for Bardin and after-analysis had emerged express categorizações for the nurse and the aged ones institutionalized that had expressed emotions and perceptions front the instituidas actions. The present article in allowed them to rethink in the human care in its totality a time that it exceeds of an act in itself, of the assistance of nursing and the recognition of the actions of the care.

Key Words: human care, nurse, aged

INTRODUÇÃO

Diante do novo cenário que se apresenta, caracterizado pelo aumento da expectativa de vida, e, conseqüentemente, do crescimento da população idosa, surgem grandes desafios para o Enfermeiro-cuidador, no que diz respeito a proporcionar qualidade de vida para os idosos da nova geração.

O verbo cuidar denota atenção, cautela, desvelo, zelo. Assume ainda características de sinônimo de palavras como imaginar, meditar, empregar atenção ou prevenir-se. Porém, representa mais que um momento de atenção. É na realidade uma atitude de preocupação, ocupação, responsabilização, envolvimento afetivo com o ser cuidado (1).

Ao idoso faz-se necessário atender todas as suas necessidades básicas, para se poder conceder-lhe melhor qualidade de vida (2).

O enfermeiro-cuidador busca criar um ambiente que propicie aos idosos, condições adequadas para sua recuperação, proporcionando um ambiente no qual prevaleça o respeito, a confiança, a atenção, o reconhecimento e a aceitação das suas limitações e dificuldades, buscando oferecer-lhe apoio e ajuda (3).

A assistência de enfermagem é uma prática complexa e por isso não pode ser pensada como um ato que envolve somente o domínio das técnicas e tecnologias existentes, mas, como uma ação que abrange a complexidade do lidar com o outro, como ser humano.

Por isso o cuidado deve ser entendido na linha da essência humana (que responde à pergunta: o que é o ser humano?). O cuidado deve estar presente em tudo (4).

Os idosos apresentam-se como seres humanos com necessidades diferenciadas dos demais grupos nos quais a enfermagem esta acostumada atuar, pois, sua própria condição orgânica dificulta o processo de recuperação, e assim os tornam mais vulneráveis a intercorrências.

É através do conhecimento do cuidado humano, portanto, buscando reflexões acerca da ciência e da arte na enfermagem (5) que a primeira, como uma informação organizada e técnica e a segunda, como intuição e criatividade, as quais convergem para a ética, se fundam entre si em novos saberes para as práticas do cuidar em enfermagem.

O enfermeiro fornece subsídios para uma prática de cuidado integral, incluindo-se o atendimento das necessidades humanas, adaptações e mudanças que ocorrem ao longo do ciclo vida, de dimensão biológica, psicológica, social, cultural e espiritual.

Mais uma vez percebe-se que há necessidade de ocorrer uma transmutação frente às ações cuidativas para a promoção em saúde e também quanto aos cuidados especiais que proporcionem inovações aos idosos desta nova geração, enfatizados por enfermeiros que sejam atuantes e busquem cuidar com novas concepções, com valores subjetivos frente ao cuidado e ao ser humano idoso, pois, são estes que farão o diferencial no atendimento aos idosos.

Diante desta perspectiva a Organização Mundial de Saúde (6), define a população idosa como aquela a partir dos 60 anos de idade. As expectativas de crescimento da população de idosos é um fenômeno mundial e está ocorrendo a um nível sem precedentes. Em 1950, eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo e, já em 1998, quase cinco décadas depois, este contingente alcançava 579 milhões de pessoas, um crescimento de quase oito milhões de pessoas idosas por ano (7).

As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será 1900 milhões de pessoas, montante equivalente a população infantil de 0 a 14 anos de idade (8).

O conhecimento e ações sobre a ética se inserem no contexto desta problemática. Cabe então ressaltar o conceito de ética, como sendo derivado do termo grego éthos, que significa modo de ser, conduta de vida ou caráter (9).

A ética, portanto, tem o propósito de refletir o agir humano e de compreender os critérios e valores que orientam a realizações dessas ações.

Dessa forma, no que se refere ao cuidado do idoso, a ética envolve muitos mais do que legislações e normas que permeiam a realizações dos cuidados. Ela exige reflexões por parte do cuidador, na tomada de decisões relacionadas às ações realizadas com os idosos, levando-se em consideração, também, a autonomia e o respeito ao idoso (9).

A Constituição Federal Brasileira (Brasil, 1988) citar a CFB, deixa claro que “os pais tem o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores tem o dever de ajudar a amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (art. 229) e “a família, a sociedade e o Estado tem o dever de amparar pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem estar e garantindo-lhes o direito a vida (art. 230) (10).

Frente a estes aspectos constitucionais o enfermeiro deve também conhecer a Constituição Federal Brasileira e contribuir para assegurar os preceitos desta e do Estatuto do Idoso (10).

Vale ressaltar ainda que o processo de cuidar não deve se pautar somente na identificação dos sinais e sintomas clínicos da doença, mas nas modificações que ocorrem na estrutura dos seres humanos as quais abalam a sua totalidade (11).

A compreensão desses aspectos é fundamental para o reconhecimento do conceito e do significado de cuidar para o profissional de saúde, pois “a tarefa de cuidar é um dever humano. Cuidamos porque queremos ser mais felizes, plenos e para alcançarmos a felicidade é fundamental que cuidemos bem de nós mesmos e dos outros. A condição humana é tão frágil como efêmera, requer equilíbrio e constantes cuidados pessoais, sociais e ambientais” (12).

Portanto, cabe-nos enquanto profissionais de enfermagem alcançar desafios que serem necessários e ainda estarão por vir ao encontro de grandes desafios. A população de outrora, acabara por ter uma concepção de vida acerca de cuidados familiares e cercada por seus entes familiares que estavam a sua disposição a todo o momento.

Atualmente, já não se pratica tal satisfação ao idoso quanto ao tão esperado convívio familiar que ocorria em décadas anteriores, mas, devido à globalização, e tantas outras tarefas que a constelação familiar esta envolta, o idoso tem sofrido com a solidão, a falta de solicitude, o (des) encanto familiar, mesmo frente às possíveis indicações de que este esteja hígido e em plena forma.

Como poderemos enquanto profissionais, atender preventivamente estes indivíduos em suas carências, talvez afetivas, talvez orgânicas para que gozem plena satisfação de um envelhecer carismático e sem se sentir abandonado por seus familiares.

À medida que as estimativas da população mundial de idosos aumentam, nós, profissionais de Enfermagem temos novos desafios a serem enfrentados para o próximo milênio.

As projeções informam indicadores que são alarmantes para a geração atual, que crescerá exponencialmente até 2050 (7).

O que fazer com índices tão expressivos de idosos numa geração que recruta cuidados de enfermagem tanto a nível nacional quanto internacional?

A intencionalidade da pesquisa consiste de se abarcar em quais perspectivas inovadoras dento dos conceitos fundamentais do cuidado humano e da ética os enfermeiros poderão construir de forma individual e coletiva atender esta nova demanda que aí surge como fundamento as práticas do cuidar em saúde diante dos ciclos da vida.

Promover aos enfermeiros-cuidadores conhecimentos sobre ações inovadoras diante das perspectivas futuras no que tange o cuidado ao idoso e compreender os conceitos fundamentais do cuidado humano e da ética.

A metodologia utilizada para a pesquisa será a qualitativa seguindo-se os preceitos propostos pela autora (13), onde a pesquisa qualitativa pode ser entendida como “aquela capaz de incorporar a questão do SIGNIFICADO e da INTENCIONALIDADE como inerentes aos atos, às relações, e às estruturas sociais”.

A “análise qualitativa apresenta certas características particulares. É válida, sobretudo, na elaboração das deduções específicas sobre um acontecimento ou uma variável de inferência precisa, e não em inferências gerais”.

Então, para a coleta e análise da pesquisa seguir-se-á o referencial metodológico, e os dados coletados serão avaliados por meio da análise de conteúdo proposta por esta autora (13).

Para tal, foi realizado um instrumento investigativo com cinco enfermeiros que atuam em clínicas de atendimentos a idosos situadas na cidade de Curitiba e região metropolitana e também nestes mesmos locais foi realizada uma investigação com cinco idosos que são atendidos nas respectivas clínicas.

Esclarece-se que a pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa aos seres Humanos da UNIANDRADE e autorizada pelas referidas clínicas que fizeram parte da investigação e que foram respeitados os preceitos éticos legais conforme a Res. 196/96 do MS (2000).

ANÁLISE CATEGORIAL

A análise deste estudo mostrou que CUIDAR é um processo, um modo de se relacionar com alguém, que envolve desenvolvimento e cresce em confiança mútua, provocando uma profunda e qualitativa transformação no relacionamento. Assim deste vinculo emergirão três categorias as quais se dividirão em seis subcategorias, tratadas abaixo.

1 - CATEGORIA 1: AÇÕES DO ENFERMEIRO JUNTO AO IDOSO

 1.1 Buscando informações referentes ao atendimento e a relação cuidado/cuidador;

 Ao inquirir os enfermeiros sobre o cuidado tivemos alguns relatos divergentes evidenciados por meio das seguintes falas dos enfermeiros:

“Hoje em dia percebemos que é muito complicado cuidar de idosos, devido às muitas informações que eles recebem. E tentar convencê-los que muitas informações não são eficazes para o seu caso, ou para determinada situação que vivenciam, realmente não é fácil. Às vezes coloco por meios práticos para mostrar que esta ou aquela informação não é prioridade ou não se aplica para o seu diagnostico”. [EB1]

“Tenho observado que o atendimento ao idoso hoje tem que ser de forma individualizado e dentro do seu contexto, pois os idosos hoje sabem muito bem o que querem e como querem”. [EB2]

Ao evidenciar que há por parte dos idosos maiores esclarecimentos quanto aos seus direitos enquanto cidadãos e também quanto à necessidade de ser cuidado, o enfermeiro tem se sentido cobrado em suas atividades cotidianas e isto ele expressa como uma interferência na interação cuidado/cuidador.

Uma interação empática, entre enfermeiro (cuidador) e o idoso e seus familiares (ser cuidado), pressupõem, considerar a essência do ser, o respeito à sua individualidade, para então poder priorizar o idoso, enquanto razão primeira do seu agir profissional. Implica, portanto, em uma relação de cuidar pautada na reflexão sobre o significado da vida, na capacidade de perceber e compreender a si e ao outro (14).

 1.2 Cuidando da família que vivencia o idoso:

 Ao captar dos enfermeiros como atuam frente aos familiares no momento de (des) vínculo com o idoso os mesmos discursam algumas falas como as a seguir:

“Com relação ao relacionamento com os familiares dos idosos da nossa instituição é muito bom, mas também percebemos que às vezes a convivência se torna difícil devido não entenderem as necessidades dos idosos em ter os familiares por perto”. [EA1]

“Em relação ao idoso busco respeitar o seu conhecimento que adquiriu ao longo de sua vida, e a família tento orientá-la da melhor forma possível, para que todos vivam com harmonia’. [EB2]

“Procuro explicar a família e ao idoso que às vezes as coisas nem sempre são como a família quer, um exemplo, é quando a família leva algum tipo de alimentação fora do padrão nutricional que aquele idoso tem, suponhamos que ele seja diabético, mostro a família que aquele determinado alimento vai aumentar sua glicemia”. [EB1]

Há significância por parte dos relatos quanto à importância de se esclarecer desde as pequenas dúvidas até mesmo as atitudes mais complexas que podem surgir quando da estada do idoso na instituição. Para tanto as expressões citadas são compreendidas por que o enfermeiro age como um instrumento de ação em si no cuidar do idoso, estabelecendo uma relação social e como tal assumindo seu compromisso ético e profissional (15).

 1.3 Desvinculando a família do cuidado:

 Ao se buscar informações por parte dos enfermeiros sobre como foi à atuação deste junto aos familiares no momento da recepção/atendimento ao idoso/familiares obtivemos considerações como:

“Nestes casos procuro ser o mais afetuoso com os familiares, e atendê-los de maneira mais clara possível”. [EA1]

“Com relação à família, tento explicar da melhor forma possível como temos que proceder em relação ao idoso e seu diagnostico. Sento com a família e oriento em relação aos cuidados básicos, tais como; higiene, alimentação, medicação, entre outros... Procuro deixar a família bem orientada com tudo o que acontece com seu familiar”. [EB1]

“Quanto à família sempre procuro pautar sobre as principais necessidades básicas que o idoso tenha, e ainda gosto de deixar bem claro as orientações em relação a sua saúde mental”. [EB2]

Percebeu-se por parte dos enfermeiros uma conotação sempre de afetividade, cordialidade, afabilidade, carinho, acendendo uma chama de expressão com gestos e mimos por parte deste envolver humano. O cuidar abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, de preocupação, de responsabilização e de envolvimento com o outro. Portanto, o cuidar para uma relação empática evoca além do afeto e da responsabilidade, um compromisso com o saber, com o fazer e com o agir, cujas dimensões estão vinculadas aos conhecimentos técnico-científicos e, principalmente, à sensibilização e à consciência ética do enfermeiro (4).

2 - CATEGORIA 1: EMERGINDO AS EMOÇÕES NO VIVER PROFISSIONAL

 2.1 Anseios/sentimentos vivenciados pelo profissional enfermeiro:

Há um sentimento expresso de carência por parte dos enfermeiros que atuam com o idoso no sentido de, como cuidador permanecer longos períodos com convivendo com os idosos se sentir integrante da família. A falta de reconhecimento por parte do idoso e do familiar parece interpor na relação cuidado/cuidador conforme seguem os relatos.

“Hoje em dia percebemos que o enfermeiro faz de um tudo para melhora no atendimento, mas não tem nenhum tipo de reconhecimento, e ainda acham que é pouco o que fazemos por eles”. [EA2]

[...] mas, às vezes notamos que não se da tanta importância e muito menos reconhecimento por parte dos idosos para com as pessoas que cuidam deles. [EA1]

O cuidar e o cuidado do SER só existem sob a égide de uma ampla compreensão da vida. É preciso saber por que cuidamos, para então estabelecer o como cuidamos. Cuidar é “remédio” para a vida de quem cuida e para a vida de quem é cuidado e é um “remédio” que nasce da nossa essência humana e universal; assim, ele é cósmico. Não é possível existir vida sem cuidado (16).

3- CATEGORIA 1: PERCEPÇÃO DA INSTITUCIONALIZAÇÃO NA ÓTICA DOS IDOSOS

 3.1. Buscando informações referentes à institucionalização do idoso;

Os motivos da institucionalização, conforme os relatos dos idosos são fundamentados em várias situações, como: viuvez, conflitos familiares, dificuldades do familiar em ficar com o idoso por motivos de trabalho e situação financeira. Percebe-se, através de algumas falas, que as razões, segundo suas óticas, são divergentes, cada qual apontando fortes argumentos diante dos motivos que acarretaram a institucionalização.

“E como me lembro minha filha, foi o pior dia da minha vida. Porque vi como é fácil se livrar das pessoas. Simplesmente te internam aqui e nunca mais aparecem para fazer uma visita, nem mesmo para perguntar se já morreu”. [IB1]

“Eu tive um derrame, e meus filhos não podiam cuidar de mim, como eu cuidei deles. Eles dizem que todos têm que trabalhar”. [IA2]

“Eu fico muito sozinha, e não tinha ninguém para ficar fazendo companhia para mim, e daí meu filho me colocou aqui”. [ IA4]

Aqui se percebe que algumas famílias não mantêm uma relação afetuosa com o idoso e também que os filhos têm o senso de responsabilidade do qual se espera.

Entretanto, entrevistas com o idoso e a família tem revelado conflitos familiares que exacerbam quando nunca resolvidos na etapa de convívio em família e, até mesmo, agravado com o estresse resultante das novas responsabilidades para com o idoso (17).

 3.2 Sentimentos expressos pelos idosos em relação ao cuidador enquanto institucionalizado;

Nos relatos dos idosos os enfermeiros não se restringem apenas em estabelecer uma relação social com idosos, vão muito além de suas necessidades básicas. Os enfermeiros concebem a comunicação verbal ou gestual do idoso como um dos determinantes para ser instrumento de ação no cuidar.

“Aqui os cuidados comigo é feito com muito mais carinho, e tenho tudo na hora certa, como minha medicação, e outra aqui seguem uma rotina”. [IA1]

"Não sei como seria se os meus filhos fossem cuidar de mim, mas sei que aqui eles cuidam muito bem, de nós todos”. [IA2]

Então enfatizamos que devemos estabelecer uma relação de confiança entre o cuidador e o ser cuidado, porém se o cuidador se mostrar ao outro com atitude de carinho e respeito esta relação se estabelecerá além de.

Ao cuidarmos mostramos ao outro como ele é importante para nós, e para isso é preciso ter atitude de responsabilidade, preocupação, é dedicar parte da vida ao outro.

CUIDAR é mais que um ATO; é uma ATITUDE.

Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilidade com o outro (4).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo nos permitiu repensar no cuidado humano em sua totalidade uma vez que transcende de um ato em si, da assistência de enfermagem e do reconhecimento das ações do cuidado.

Compreendeu-se que o cuidar é muito além do enfoque meramente assistencialista, e que, para vivificá-lo neste novo milênio temos que estar constantemente se preparando, pois, é continuo.

Ainda mais, caberá ao novo enfermeiro corresponder a esta pós-modernidade com atos e atitudes que dêem compreensão e maturidade na relação indivíduo-cuidador para que não permaneça inexpressivo frente aos diversos atos do cuidar, aqui expressos aos idosos e seus familiares, pois, ambos não se separam, mas, vivem distintos momentos, ora se entrelaçando, ora se isolando.

REFERÊNCIAS

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