UM DIA COM CLARICE LISPECTOR – A UCRANIANA QUE FOI NATURALIZADA BRASILEIRA

UM DIA COM CLARICE LISPECTOR – A UCRANIANA QUE FOI NATURALIZADA BRASILEIRA

No exato dia 09 de dezembro de 1977, a literatura Brasileira chorava com perca de uma filha brasileira naturalizada. Via do destino, um dia a mais e no mesmo mês nascia a menina Haia Lispector, uma judia nascida em Chaya, na Ucrânia. Era o dia 10 de dezembro de 1920. Com alguns meses de nascida, seus pais vieram para o Brasil.

A jornalista, contista e escritora Clarice Lispector nasceu na Ucrânia no dia 10 de dezembro de 1920. Naquela época existia uma grande perseguição aos judeus. Em virtude das perseguições seu pai trocou seu nome e de suas irmãs.

Naturalizada brasileira residiu em Recife, no Bairro da Boa Vista, hoje região metropolitana, centro da cidade. Foi aluna egressa do Ginásio Pernambucano, o melhor Colégio Público de Recife. Considerava sua cidade querida, onde viveu uma parte de sua mocidade. Mas, antes foi morar em Maceió, onde morava uma de suas tias, irmã de sua mãe. Lá viveu em um breve espaço de tempo. Foi contista, romancista, se tornando uma das mais importantes escritoras do Século XX. Com sua linguagem poética colocou em choque as narrativas tradicionais das escritas.

Amava Recife e dizia que a Cidade Maurícia (Maurício de Nassau), e do Diplomata Joaquim Nabuco era toda sua de coração e alma.  Em seus discursos declarava ser brasileira e pernambucana. Recebeu o Prêmio Graça Aranha em 1943 e o Prêmio Jabuti em 1961 e 1978.

Sua vinda ao Brasil se deu devido a grande perseguição aos judeus na época e seus pais vieram se refugiar no Brasil. Daí se dava uma grande mágoa de sua terra natal, a Ucrânia. Dizia em alto tom “Naquela terra literalmente nunca pisei, fui carregada no colo”.  Talvez por ter sido arrancada ainda quando tinha meses de vida.

Aos oito anos de idade perdeu sua mãe. Aos 14 anos, mudou para a cidade do Rio de Janeiro com seu pai e suas duas irmãs, residindo no Bairro da Tijuca. Matricula-se no Colégio Silvio Leite.

Entre suas obras estão Laços de Família, escrita quando tinha 24 anos. Depois escreveu: “Hora da Estrela”; “Um Sopro de Vida”, “Perto do Coração Selvagem” e muitos outros escritos. Considerada por críticos da Literatura como a maior escritora judia, desde Franz Kafka, apesar de não adotar sua nacionalidade.

Deixou dois filhos. Foi casada com Amaury Gurgel Valente, seu amigo de turma e de Curso, que era Diplomata em carreira, na qual viajou com ele para fora do Brasil. Viajou para Itália, e Nápoles.

Na Europa, devido está em guerra, foi assistente de enfermagem no Hospital da Força Expedicionária Brasileira. Escreveu novelas, vários romances, contos, poesias, e literatura infantil. Em 1946 publicou o Lustre. Nesse mesmo ano passou a residir na Suíça. Uma visita inusitada alegra sua família, nasce seu primogênito Pedro. Publicou em 1949, devido a grande guerra “A cidade Sitiada.” Fez viagens para Inglaterra, e Estados Unidos. Nos EUA, nasceu seu segundo filho, batizado de Paulo.

Dez anos depois em 1959, Clarice volta para a cidade do Rio de Janeiro,  juntos acompanharam seus filhos. Assumiu uma coluna no Jornal Correio da Manhã. Dois anos mais tarde publica “A Maçã no Escuro”, recebendo o prêmio como o melhor livro do ano. Clarice foi integrante do Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Também recebeu o Prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília.

Hora da Estrela foi sua última obra escrita, já no ano de 1977, na narrativa conta uma moça do interior que busca sobrevivência na cidade grande. Virou versão cinematográfica com essa obra onde rendeu a atriz Marcélia Cartaxo o Prêmio no Festival de Cinema de Brasília.

Faleceu aos 56 anos de idade, no Rio de Janeiro, vitima de um câncer no ovário. Seu corpo foi encontra-se sepultado no Cemitério Israelita do Caju, de orientação judaica na Zona Norte do Rio.

Uma de suas fortes frases:

“Sou como você me vê.

Posso ser leve como uma ventania,

Depende de quando e como você me ver passar.”    

[Clarice Lispector]

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Wilamy Carneiro é professor, historiador, memorialista, cordelista, poeta e escritor. Autor do Livro " Os Estados Unidos de Sobral". "Tempo de Sol". "Einsteins e Sobral - A Cidade Luz". Escreveu o livro de Crônicas " Um Passo a Mais" e Livro poético "O Zé dos Sonhos". Autor do cordel  "O Barão de Sobral" e outros. É acadêmico da ALMECE - Academia de Letras do Município do Ceará, Patrono da Cadeira de Nº 97 do Município de Forquilha - Ceará. Formado em Direito pela FLF - Faculdade Luciano Feijão em Sobral no Ceará.  Publicou em 2017 o Cordel " Luzia- Homem. A Mulher que traiu o Coração de Crapiúna. Obra Naturalista do escritor Sobralense Domingos Olímpio, onde participou da Primeira Feira do Livro Domingos Olimpio Centro de Convenções em Sobral.    Autor da "Poesia é um Saco" movimento de poetas que acontece em sua cidade. É autor da poesia "Diario de Um Professor" e da Poesia " Doce Loucura". Colaborador de inumeros artigos científicos, poéticos e de opinião na web. Autor do Poema  "Mãe MULHER" publicado em homenagens ao Dia Internacional das Mulheres.