UM CAMINHO OBSCURO!

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

Como esta difícil compreender o que se passa em nosso país! A cada dia, além da corrupção, do querer vantagens em tudo e do não estar nem ai para nada, leva a acontecer ações que nos entristecem, desanimam e frustram as criaturas de bem!

Dentre muitas questões frustrantes, neste artigo, retrata-se o setor da educação, especificamente quanto ao Exame Nacional para Certificação de Jovens e Adultos, o ENCCEJA, aplicado no último final de semana. Este Exame é um momento salutar que oportuniza aos que não terminaram a Educação Básica (Ensino Fundamental e Médio), ter a possibilidade de concluí-los, tendo a perspectiva de direcionar seu caminho pela via da sabedoria!

Entretanto, em que pese os esforços do Ministério da Educação - MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP que colocam seu aparato com milhões de reais, fazendo com que este Exame chegue aos mais distantes rincões brasileiros, não é suficiente para deixar de expressar frustração, bem como afirmar que trilhamos no caminho obscuridade.

Há vários pontos que evidenciam este caminho tortuoso pré-estabelecido pelos dirigentes que conduzem nossa Educação Básica. O primeiro deles relaciona-se aos candidatos que se inscreveram neste Exame e deixaram de comparecer. Na sala em que estava escalado para trabalhar o percentual de ausência chegou a 70%. No Brasil o montante do não comparecimento chegou a 50%. Esta falta de consciência revela a insensibilidade desta gama populacional que não valoriza o dinheiro público, bem como  a falta de planejamento dos órgãos responsáveis que deixam este fator repetir-se ao longo dos anos.

O segundo é ligado ao MEC, INEP e ao próprio governo federal que não se importam com a dimensão deste Exame. Na verdade estes organismos apenas têm interesse por dados estatísticos para confirmar “melhoras” no estudo do país, quando na verdade há uma nítida demonstração do caminho da obscuridade, traçado por quem deveria resolver os problemas da educação em sua raiz. Enquanto se apresentam meras estatísticas, na conceituação mundial, nossa educação a cada dia perde pontos e fica sempre nos últimos lugares.

A educação precisa ser pautada pela competência, dos seus organizadores que deve atingir os professores e alunos. O desafio é fazer que os envolvidos com o conhecimento se comprometessem, não em questões individuais, mas no contexto coletivo. Sem esquecer o ranço histórico que separa nosso ensino: de um lado a educação privada e do outro a pública, enquanto existir essa separação não haverá avanços em nosso sistema educacional.

O terceiro, também preocupante, diz respeito às mudanças pelas quais passa a estrutura da Educação Básica, também permeia o caminho da obscuridade, uma vez que nem toda a categoria educacional foi mobilizada e as medidas adotadas estão sendo insuficientes para alavancar as mudanças radicais e necessárias para vislumbrar a saída desta escuridão! Este ponto requer um artigo especifico, faremos em momento oportuno!

Mais uma vez nos resta lutar, sonhar e ter esperança: sairemos desta escuridão intelectual que permeia nossa nação! Não se pode “entregar os pontos”, mas ter a consciência da importância da luta, com a cabeça erguida, para quem sabe, um dia, trilhar os caminhos da luz e do discernimento.

Pense nisto, até o próximo!