Trump e Bolsonaro esperam por transitado em julgado?

Félix Maier

O imbroglio americano só é um embroglio para Donald Trump, que quer judicializar as eleições achando que ainda tem chances de vencer porque a Suprema Corte tem maioria conservadora (6x3), tendo nomeado 1/3 deles.

Nesse aspecto, Trump pensa em se assemelhar a Ali Babá Lula, que junto com os 40 ladrões tiveram defesa certa dos ministros petistas do STF, como Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, no caso do Mensalão. Marotamente, Trump acha que a maioria dos ministros da Alta Corte americana irão atender seu pleito de modo automático, como se fossem serviçais republicanos.

O certo é que os EUA já têm um presidente eleito, Joe Biden, que venceu em vários Estados-chave, como a Pensilvânia, e não há como mudar esse fato, mesmo que Trump reverta em alguns deles. Se fosse apenas um Estado sub judice, haveria chance de reversão, como foi a vitória de George Bush Filho sobre Al Gore na Flórida, no ano 2000, o que não ocorre agora.

Trump alega que as eleições foram fraudadas, que mortos votaram pelos Correios, etc. sem apresentar provas robustas. E que, por isso, se nega a reconhecer a vitória do seu adversário e quer a recontagem dos votos em vários Estados - mesmo que muitos deles façam isso automaticamente, por dever legal.

Todos sabem que nessas eleições americanas, "Inês é morta", por mais beicinho e trejeitos que Trump faça. Se fraude houve, por que seria feita apenas pelos democratas?

No entanto, cabe assinalar que Trump tem toda a razão em esbravejar contra a mídia, totalmente favorável a Biden, exceto a Fox News, que protegeu a vida privada do democrata enquanto demonizou Trump em todos os aspectos de sua vida, não só agora, mas durante todo seu mandato.

Além dessa patifaria da Mídia Antifa, cabe lembrar que os institutos de pesquisa davam a Biden uma vitória esmagadora sobre Trump, como deram a Hilary Clinton quatro anos atrás, o que de novo não se verificou, pois foi uma eleição disputada até o último momento, voto a voto.

Como se sabe, essa patifaria dos institutos de pesquisa com certeza tiveram grande impacto no resultado final, pois muita gente vota no embalo, tipo maria-vai-com-as-outras, para "não jogar fora o voto".

Se há um vencedor nas eleições americanas, cabe ao nosso presidente Jair Messias Bolsonaro reconhecer o fato e enviar um ofício parabenizando Joe Biden. A demora em fazê-lo causa constrangimento.

Bolsonaro esperar pelo trânsito em julgado, junto com o Tsar Vermelho da China e o Tsar mafioso da Rússia, mesmo sabendo que nada poderá mudar esse cenário, só porque se diz amigo de um falso amigo, como Trump, é passar por mero capacho de um sujeito que não merece respeito.

Afinal, qual foi a vantagem de Bolsonaro ser amigo de Trump, se este, para tentar se reeleger, fez média populista com seu eleitorado, aumentando as taxas de importação do aço e do alumínio do Brasil?

Amigos? Não existem amigos entre nações, apenas interesses. Isso Bolsonaro já deveria ter aprendido ainda nos tempos da AMAN.