TRISTE FASE
Por Maria Estela Ximenes | 18/11/2012 | CrônicasTRISTE FASE
Estamos vivendo uma fase de profissionais deformados. São trabalhadores inseridos no mercado de trabalho que prestam um desserviço à população. O cliente recebe uma fatura com o seu nome substituído por um xingamento. Uma criança de dois anos recebe um comunicado que seu nome está incluído no cadastro de proteção ao crédito. Médico receita cadeados para paciente.
A vocação profissional, que antes pesava na escolha de uma profissão está em desuso e as escolhas estão sempre associadas aos interesses pessoais e salariais. É imprescindível que todo profissional seja bem remunerado por seus serviços, mas a pergunta que não quer calar: o que se espera de um profissional?
As más condições de trabalho, sobrecarga de tarefas, intrigas e o baixo salário não favorecem a prestação de um serviço de qualidade, mas se não é possível ser excelente, no mínimo um bom serviço é esperado. A escolha e o exercício de determinada função não é um laço - pressupõe-se que houve a opção de escolha.
Diariamente, o trabalhador é obrigado a engolir porções indigestas de serviço que consome todo o seu estoque de paciência, mas, e a ética profissional?
A falta de ética de um profissional pode justificar a prestação de um serviço deformado, permeados de ações desatentas, passíveis de chacotas.
No entanto, não podemos esquecer que uma grande categoria de profissionais competentes abrirão as portas quando os profissionais deformados deixarem trancadas. Felizmente.