Triste Bahia, triste Brasil: um desabafo.

Adson Gomes **

Nos meus quase 53 anos de vida, assistindo a um Manifesto de total discrepância. Eu nunca vi, na minha vida, a anarquia, a falta de vergonha na cara de forma tão exacerbada como estou vendo hoje. Utilizando-se de uma palavra tão nobre, tão linda que é a Democracia, vejo eu professores da elite e empresários; vejo eu bancários; vejo artistas e parasitas - todos imbuídos em querer minar a democracia e se dizendo seus salvadores. Juristas, que passam todo dia por cima de leis vigentes; políticos que votaram conta a Constituinte e hoje dizem eles que são defensores da Constituição. Partidos políticos que lesaram os cidadãos, dizimaram o patrimônio público e hoje querem se colocar como defensores da democracia, mas querem mesmo é dar continuidade à grande roubalheira.

O fato é que destruíram o projeto de um grande país. Quem tem mais de 50 anos de idade sabe a dificuldade que foram os anos 1980, chamados de a década perdida. Perdida, principalmente no Brasil, pois do final do regime militar para o início da democracia com o governo Sarney, a inflação bateu mais de 80% por dia - 80% ao dia! Você sabe o que é isso? Naquela época, nós tínhamos que ir de madrugada para filas quilométricas para comprar resto de feijão, resto de arroz e resto de açúcar – tudo de péssima qualidade e com preços galopantes, que aumentavam três vezes no mesmo estabelecimento e no mesmo dia. Quantas vezes o funcionário tomava o produto nas nossas mãos para remarcar, ainda na fila do caixa?

Foram muitas lutas até se conseguir estabilizar o Brasil tanto política quanto economicamente. O partido político que, inclusive, eu acreditei e lutei para colocar no poder, dizimou os cofres públicos, acabou com o país durante 16 anos de governo. Hoje esse mesmo partido vem com o argumento de que vai nos salvar. Banqueiros aumentaram seus patrimônios, a imprensa tendenciosa utilizou da sua grande mídia para passar ansiedade para as pessoas. As entidades negras que tanto lutaram pela nossa liberdade e igualdade, para que nós pudéssemos ter igualdade de direitos, se aliaram aos mesmos escravistas de sempre.

É nessa desgraça de sociedade onde a vida dos negros nunca tiveram valor e agora, para os politicos de sempre garantirem seus interesses (de sempre) mais uma vez se colocam como nossos redentores. Saibam eles que não somos bucha de canhão! e se temos um imbecil no poder é porque nessa sociedade “café com leite”, drogas e armas foram eles que colocaram.

Essa é a verdade: brasileiros que não tem compromisso com o Brasil; brasileiros que simplesmente quando tem dinheiro vão morar na casa do caralho, e hoje estão dizendo que corremos risco porque estamos sem democracia, com a liberdade de expressão ameaçada. Em que mundo vocês vivem? Aqui não se pode ir ao bar; não se pode ir ao parque por que você pode ser assaltado. Não se pode andar na rua sem o risco de um tiro, nem viver dentro de casa, porque há o risco de receber outro tiro! Se esse cidadão for negro, então, nem se fala! A democracia em que voce pode ser expulso de sua casa; que você não pode ir comprar pão, porque tem que escolher entre comprar um quilo de feijão para se alimentar ou pagar a conta de luz, ou o transporte. É impossível ter democracia com tanta ladroagem; como é impossível ter liberdade sem ter segurança, comida, saúde e educação. Sem esses direitos só se é livre para morrer: de tiro, inanição ou doença. Essa é a democracia? Democracia de bandidos com processo transitado em julgado, sendo soltos. Traficante de drogas mandando na sociedade; dando a ordem de como a sociedade deve se comportar; julgando que vocês querem essa democracia que esses canalhas estão defendendo.

Não lembro de ter visto barricada no meio da rua colocada pelo regime militar. Eu não me lembro de ver mães sendo expulsas de suas casas; não lembro,em momento algum eu nunca vi meu pai dizer que ia para rua pedir a liberação de drogas. Pedir para que o gay, lésbica ou simpatizante possam fazer sexo no meio da rua, já que vivemos em liberdade. Porque isso fere a mente das crianças pequenas elas não podem presenciar esses atos libidinosos como querem essas pessoas, seja de sexo, de violência moral, física ou psicológica: essa não é uma maneira de exigir igualdade, isso não é sequer anarquia. Mas seja o que for, também não é liberdade.

E é isso que eu estou vendo hoje: muita manifestação oca, para eleger candidato implicado. É empregado se aliando a patrão; escravos se aliando aos escravocratas; bandidos, empresários, políticos, todos imbuídos para destruir o desgraçado do país chamado Brasil. O país que Itamar Franco discretamente presidiu: entrou, fez o trabalho dele, saiu, e até hoje não teve nenhum sequer merecido crédito pela lisura e discrição. Ele se empenhou para deixar o país organizado, com um projeto econômico e social de prosperidade no médio prazo; um país que tinha tudo para ser grandioso. Só que parou nas mãos de um monte de corruptos que surrupiou o erário e sugou até a última gota de sangue do brasileiro. Usaram o argumento de que estávamos salvos e hoje nós colhemos os frutos poderes da má gestão, desses partidos, seus políticos e empresários. Esses sim botam para f* e quando a coisa aperta, vão viver nos Estados Unidos ou na Europa às custas do suor do povo brasileiro. Depois voltam aqui para testar popularidade nas redes sociais, vender suas marcas e causar nos programas de televisão.

Quando aqui virar uma Venezuela continental, o que vão fazer? Vão roer o osso? O brasileiro vai fugir em massa para onde? Quem vai aceitar as levas de emigrantes brasileiros? Que países? O Afeganistão? Burundi? Namíbia? O caos nacional está inchando com a chegada de cada vez mais imigrantes. Está se instalando a engrenagem da catástrofe. Eu não gosto do bostético: ele é um imbecil. E entre um imbecil e um bando de ladrões eu prefiro ficar com o imbecil. Infelizmente essa é a política que nós temos.

Que Deus nos ajude.

**Adson Gomes Miranda é músico e Bacharel em Direito, servidor público na área e Segurança Pública do Estado da Bahia e pesquisador interessado em Direito Penal e Ciências Criminais. Foi candidato ao Senado Federal e a vereador em Salvador-Ba