Diz o velho ditado: “Quem não aprende em casa a rua ensina”. A rua ensina, na maioria das vezes, pela dor. Creio que somente na Família ou no Colégio temos a oportunidade de aprendermos alguma coisa pelo caminho do amor. Na rua encontramos amizades, aventuras, paixões, mas o amor é muito raro. Há aqueles privilegiados e abençoados que conseguem encontrá-lo na rua, mas a maioria encontra a dor. Em resumo, temos o aprendizado que vem da Família, do Colégio eu da Rua, então entendemos que o aprender (a conhecer, a fazer, a viver com os outros e a ser) é oriundo de três escolas: a Escola da Família, a Escola Institucional (pública ou privada) e a Escola da Vida. Então, quando a Escola da Família não ensina; não educa; e, não forma, principalmente dos zero aos seis anos de idade (Educação Infantil), acaba transferindo para a Escola Institucional uma dupla função: que é preencher a carência da Escola da Família e a sua formação especifica: uma missão, às vezes, impossível, pois, o professor ou professora não tem uma única criança para educar, e sim, 15, 20, 25,30, 35 ou mais em determinados casos. E isso, leva-nos a dois momentos: a escola se esforça ao limite extraordinário para preencher o papel da Escola da Família e o seu; ou, esse ser humano não vai à Escola Institucional, evadindo-se, e com isso, não adquirindo sua formação acadêmica necessária caindo automaticamente na Escola da Vida, a qual também forma, mas para a sobrevivência, ou seja, para manter-se vivo. Esse ser humano matriculado na Escola da Vida pode encontrar alguma coisa na pouca ou nenhuma formação que tem.  Se, ele tem uma inteligência nata, habilidade ou competência para alguma coisa ou para várias coisas, poderá ter uma oportunidade de sobreviver, manter-se vivo e até prosperar. Mas, se ele não tem uma inteligência nata, se as suas habilidades e competências não forem tão despertas ou desenvolvidas pode cair em outros caminhos não legais, não morais ou não éticos. A Escola da Vida formá-lo-á utilizando todas as maneiras possíveis, principalmente a da dor. Muito esporádico encontrar alguém que a vida formou somente pelo amor, pelo carinho ou pelo afeto; pois, esses atributos teoricamente pertencem à Escola da Família ou à Escola Institucional. Assim, já que temos três Escolas formativas devemos procurar fortalecer aqueles que trabalham com o amor: Escola da Família e a Escola Institucional e enfraquecermos a Escola da Vida. Quando o ser humano voluntariamente ou involuntariamente escolhe a Escola da Vida como sua formadora, deve entender que o caminho é árduo e sua formação será pela dor. Se, queremos para o nosso futuro um bairro, uma cidade, uma sociedade melhor, nós deveremos trabalhar e incentivar para que a Escola da Família não se acabe, não se destrua. A entender que Família, não se restringe somente ao seu termo tradicional, mas à contemporânea, ou seja, uma Escola que forma com amor, cuidado e carinho, com o objetivo de que a criança não venha a se formar na Escola da Vida. Finalizo e registro de forma enfática, se não houver um grande compromisso socioeducativo da Escola Família e da Escola Institucional; se não houver um entrelaçamento entre essas duas escolas, essas crianças de zero a seis anos de idade (Educação Infantil), terá a sua formação de caráter e conhecimento arruinados. E na rua - Escola da Vida -, encontrará a sua formação, que será uma incógnita.