Acadêmica: Vanessa Ruffatto Gregoviski

 

Treinamento, Terapia e Desenvolvimento

 

Treinamento x terapia, qual a diferença afinal? As linhas que separam educação de terapia não são rígidas, ambas se complementam. Os objetivos gerais delas são similares: modificações comportamentais para uma melhor adaptação. Enquanto os objetivos específicos diferem; de treinamento visa insights sobre pontos cegos para desenvolvimento da eficiência enquanto membros e líderes de um grupo; de terapia ajudam a obter insights sobre suas dificuldades interpessoais, permitindo alívio da ansiedade. Na terapia o paciente é visto como detentor de certas disfunções, coisa que no treinamento é visto a partir da óptica de que a pessoa não se conhece e não conhece suas dificuldades. Outra diferença, entre tantas apresentadas no texto, que julguei ser importante destacar é que na terapia a confiança é depositada em um profissional, enquanto em treinamento é em si e nos demais membros do grupo. Papel do coordenador de laboratório: Exige uma pós-graduação, estudos e experiência. Ele é um educador, devendo gerar ambiente propicio para que os membros cresçam e aprendam com pessoas. Deve trazer uma visão positiva sobre o sujeito. O educador vai manipular o ambiente (não as pessoas) para criar um ambiente favorável à aprendizagem. Responsabilidade ética e profissional: Não se pode improvisar. Deve-se ter cuidado pois estamos lidando com a vida psíquica de outras pessoas e utilizar uma técnica errada iria afetar profundamente cada um. Pedagogia e andragogia: O processo é diferente com crianças/adolescentes e adultos. Autoconceito: jovens são muito mais dependentes do facilitador do que os adultos. Experiência: Adultos têm muitas experiências acumuladas, coisa que muitas vezes influencia já que podem aprender mais rápido que jovens. Prontidão: Jovens precisam atingir certo nível de maturidade para aprender determinados comportamentos e conhecimentos. Adultos também desenvolveram maturidade em conhecimentos específicos. Jovens percebe-se mais na pressão social de desenvolvimento biológico, enquanto adultos nas tarefas de desenvolvimento de papéis sociais. Perspectiva temporal: Jovens aprendem para aplicação futura e adultos imediata. Orientação da aprendizagem: Jovens centram mais na matéria, com um olhar futuro. Já os adultos focam mais em resoluções de problemas atuais, de seu dia a dia. Podem adultos aprender bem em qualquer idade? As crenças populares dizem que não, coisa que não corresponde à realidade. “Os adultos sofrem, com a idade, certo declínio nas funções orgânicas e intelectuais, o que ocasiona limitações fisiológicas, mas não significa impossibilidade de aprender coisas novas ou de efetuar mudanças em seus comportamentos” (p. 20). Apesar da idade deixar a aprendizagem um processo mais lento, outros fatores estão a seu favor, como motivação, status social, etc. A experiência está a favor do adulto, bem como, se exercitada, o exercício da atividade intelectual. Implicação para educação de adultos: A aprendizagem deve ser realizada em uma “atmosfera adulta”, propicia para tal. O clima psicossocial é de respeito e aprendizagem, a independência e conhecimento de experiências são de extrema relevância. A motivação é uma das molas principais junto com a experiência. Técnicas de dinâmica de grupo e de laboratório auxiliam também, permitindo uma comunicação mais fluente e uma troca de experiências mais rica. Se isso for bem realizado, o adulto adquirá confiança e o método eficácia. A atividade socioemocional preparatória é fundamental para o sucesso no programa. Fica claro então a grande diferença da importância do facilitador, no meio pedagógico é de transmissor de informações e no andragógico de facilitador de aprendizagem.

 

REFERÊNCIAS

 

MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento Interpessoal. Rio de Janeiro: Livros Técnicos Científicos, 1985.