TREINAMENTO RESISTIDO PARA IDOSOS: IMPORTANCIA E PERSPECTIVAS

 

ROZIANE FARIAS DA SILVA SERIQUE¹

MARCOS GOMES DA SILVA ²

 

RESUMO

 

Com o aumento da população idosa, inúmeros especialistas têm procurado por alternativas proveitosas, para tornar independente e saudável essa parcela da população. O treinamento de força está sendo alvo de pesquisas e estudos que mostram o quanto traz benefícios para a saúde física dos idosos. Tendo como problema de pesquisa a necessidade que as pessoas idosas têm em manter uma boa qualidade de vida. Partiu-se do pressuposto que quando o idoso participa de exercícios de força, torna-se bem mais autônomo em suas atividades diárias contribuindo para uma melhor expectativa de vida. Para tanto, objetivou-se: compreender o treinamento resistido como meio de qualidade de vida dos idosos, bem como mostrar as mudanças de comportamento que são alteradas pelo treinamento de força. A relevância deste estudo se dá pelos conhecimentos aqui presentes a respeito dos efeitos das atividades físicas para as pessoas da melhor idade. A metodologia utilizada na confecção do trabalho foi de revisão bibliográfica de artigos, e, de livros que abordam o tema em questão, entre outros tem-se: A prática de Atividade nos idosos: as questões pedagógicas, o qual aborda a relevância de se trabalhar exercícios com idosos e adequar atividades diferenciadas de acordo com a resposta de cada indivíduo; e, Exercício e saúde – como se prevenir de doenças como obesidade e outras relacionadas ao coração, usando o exercício físico para ter uma qualidade de vida melhor nessa fase da vida.

 

Palavras-chave: Exercício Físico. Idosos. Treinamento de força.

2 Licenciatura Plena em Educação Física pelo Centro de Ensino Superior do Amapá, 2009.  Especialista em Gerenciamento Estratégico de Pessoas e Coaching, no Instituto Brasileiro de Atuação no Ensino Superior e Pós Graduação – IBAESP, 2016.

 

  1. INTRODUÇÃO

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS pesquisas apontam que a população idosa tem recorrido a inúmeros métodos para se manter com saúde, visto que entendem a relevância de cuidar do corpo. A velhice denota um processo  de ao longo dos anos pelos quais a pessoa passa o que tem como resultado o enfraquecimento dos ossos e a perda funcional, tornando-se dependentes de outrem. Nesse sentido, é necessário trazer a definição do que seja envelhecimento:

 

“O envelhecimento é um processo gradativo e inexorável, que ocorre ao longo da vida. Caracterizado pela redução na capacidade anátomo-funcional, o qual acarreta baixa na eficiência de todos os sistemas do organismo, gerando modificações de caráter psicológico, oriundos da ação do tempo” (FERNANDES, 2008. p. 58).

 

Com a expectativa de vida aumentando, envelhecer saudável está se tornando objetivo de vida de muitos idosos, uma vez que diminui a negatividade que o envelhecimento provoca. Com o aumento desta parcela da população, a preocupação dos governos com o gasto em saúde é grande, haja vista, serem mais facilmente atingidos por doenças. Contudo, observa-se que não há investimentos na área da saúde da prevenção, o que evitaria que se gastasse mais com internações e tratamentos.

Segundo a OMS e sua política de desenvolvimento ativo, envelhecer com boa saúde é responsabilidade de todos, posto que deveriam ser desenvolvidas políticas públicas no decorrer da vida, em prol de chegar na melhor idade com um estilo de vida saudável. Nesse sentido, é fundamental, na concepção de Neri (2007), que se aumente as possibilidades para que as pessoas possam optar por um método de vida mais saudável, incluindo mudanças de hábitos alimentares e atividades físicas regulares, e, automaticamente, teria o controle tanto da saúde física quanto psicológica.

Assim, a concepção de envelhecer na ativa “é apresentada como uma maneira de otimizar as oportunidades de saúde, segurança e participação, tendo como escopo melhorar a qualidade de vida à medida que os indivíduos ficassem velhos” (OMS, 2005, p. 24). Observa-se que, é preciso cuidar melhor do corpo durante o processo de envelhecimento com investimentos por parte dos governantes em preocupar-se com os seus cidadãos, pois, quando na velhice não enfrentassem tantos problemas relacionados à saúde e ao seu bem estar.

Vieira (2011) descreve o envelhecer como um fenômeno inerente ao ser humano no processo de vida, o qual é marcado por inúmeras mudanças biopsicossociais específicas que estão associadas à passagem do tempo. Contudo, esse processo não deve ser encarado como um acidente de percurso, mas como determinação de um programa de crescimento e maturação em várias dimensões.

Esta fase da vida humana acontece de maneira diferente e em ritmo variado dependendo de cada indivíduo, uma vez que algumas pessoas possuem qualidade de vida melhor que outras. Nesse sentido, a definição de qualidade de vida está intrinsecamente relacionada com a autoestima e ao bem estar da pessoa e abarca uma gama de aspectos como: capacidade funcional, nível socioeconômico, estado emocional, interação social, suporte familiar, estado de saúde, valores culturais, éticos e religiosos, estilo de vida, satisfação com atividades diárias, entre outras situações que colocam que as pessoas colocam como aspirações de futuro (NERI, 2007).

Com o aumento progressivo da idade, aparecem inúmeros problemas na estrutura física das pessoas idosas que podem decorrer da perda acentuada de força e massa muscular. Em consequência dessas perdas o idoso enfrenta muitos problemas como: a ocorrência de desequilíbrio podendo levar a quedas bem como a incapacidade na realização de simples afazeres de dentro de casa, e impossibilidade de se locomover, acarretando lesões ósseas e musculares.

Nesse sentido, a realização de prática de exercícios físicos, com pesos, vem aparecendo como métodos eficazes para reverter essa gradativa perda de força e massa muscular nos indivíduos da terceira idade.

Para Witter & Buriti (2011), compreender o envelhecimento como um processo de várias faces e se conscientizar de que se trata de um fenômeno irreversível é de extrema relevância para todos sejam profissionais da saúde, governo, família e o próprio idoso, para que possam enxergar na velhice não o fim, mas como um momento do ciclo da vida o qual requer cuidados específicos e que deve ser desfrutado com qualidade.

Dessa forma, recorrer a profissionais da saúde para manter uma vida saudável está sendo uma das maneiras encontradas para cultivar uma boa forma. É nesse momento que o Treinamento Resistido (TR) faz toda a diferença para essas pessoas, pois visa tornar os idosos mais autônomos, bem como adquirir resistência para seus afazeres no cotidiano.

Este estudo tem por objetivos: compreender o treinamento resistido como meio de qualidade de vida dos idosos, na visão das literaturas de base, assim como mostrar as mudanças de comportamento que são alteradas pelo treinamento de força nessa população.

O artigo apresenta as discussões a respeito do TR, seus benefícios quando feito de maneira correta e o que pode mudar na vida das pessoas idosas em termos de qualidade. Traz as acepções de autores relevantes no que se refere aos benefícios de optar, no decorrer da vida, por manter uma alimentação saudável e a prática constante de atividades físicas, para que na fase da melhor idade se chegue com menos riscos e com mais qualidade de vida.

As literaturas ressaltam que é necessário refletir sobre a necessidade de formação de profissionais para trabalharem com idosos, contudo, que possuam qualidade profissional e treinamento, reforça, ainda, a necessidade de mudanças de comportamentos e de atitudes, seja do idos ou da família. Este estudo, também, enfoca a relevância das atividades físicas e o treinamento de força para a população da terceira idade, garantindo-lhes autonomia nas atividades do cotidiano e em consequência melhora na qualidade de vida.

  1. METODOLOGIA           

Para a composição da presente pesquisa foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de: Marques (2009), que enfoca o quanto a prática de atividades pelos idosos faz bem à saúde; Okuma (2012), fazendo considerações a respeito do envelhecer com dignidade; e, Matsudo & Matsudo (2000), e a prescrição de exercícios para os benefícios na terceira idade.

Dessa forma, a pesquisa ocorreu em duas fases. A primeira foi caracterizada pela pesquisa do material a ser analisado: livros, artigos. E a segunda compreendeu a leitura e resumos dos trabalhos, com objetivo de uma maior aproximação e conhecimento sobre dados referentes ao treinamento de força pelas pessoas da melhor idade e os resultados dessa prática no melhoramento da qualidade de vida desses indivíduos. [...]