TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO

Ive Paula Teixeira

Marcela de Souza Rezende

Talita Oliveira Silva

Yure Noio Sousa 

 

RESUMO. TOC (Transtorno Obsessivo-compulsivo) é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “manual de diagnóstico e estatística de transtorno mentais – DSM. IV”. Este projeto aborda como esse transtorno afeta na vida de jovens que sofrem com os sintomas, prejudicando a vida familiar e social e individual. Além de apresentar formas de tratamentos e visões de diversos autores com seus artigos e livros publicados. O TOC por muitas vezes pode gerar uma isolação social, que interfere de modo acentuado na vida familiar e social do indivíduo. O projeto visa mostrar a importância de um tratamento eficaz para amenizar os sintomas desse transtorno e demonstrar as formas de tratamentos existentes que de certa forma auxiliam no quesito do controle nos sintomas causados pelo TOC, porém há ocorrências de pacientes que são diagnosticados como casos refratários, onde o paciente não apresenta melhora significativa diante de tratamentos, devido a isso novas pesquisas estão sendo feitas para reverter esse caso. Boa parte dos casos reportados do TOC são de crianças com a faixa de idade de 3 a 4 anos, e o pico de maior incidência reportada se dá por volta de 20 anos de idade. A visão de diversos autores confirma que o TOC de fato é uma extensão do transtorno de ansiedade, por alguns entendidos como um disco rígido riscado que se põe a repetir e reproduzir o mesmo ritmo de gravação. O Transtorno Obsessivo-compulsivo possui suas definições, se caracterizando como o Transtorno Obsessivo-compulsivo subclínico e suas ramificações e também o próprio TOC.

 

Palavras-chave:  TOC; Transtorno Obsessivo-compulsivo; Tratamento para TOC em jovens.

 

 

INTRODUÇÃO

 

TOC, ou Transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais-DSM. IV” da Associação de Psiquiatria Americana. Seu principal aspecto é a existência de crises recorrentes de obsessões e compulsões que consomem tempo ou causam grandes dificuldades na vida diária.

Obsessões segundo Ronald J. Comer (2003) são cenas mentais, impulsos ou ideias que persistem na mente do indivíduo e passam a impressão de estarem invadindo o pensamento desse. Já compulsões seriam comportamentos atitudes ou pensamentos reincidentes e imutáveis que os indivíduos são levados a executar diversas vezes como um meio de dar escape a ansiedade e tensões diárias.

Muitas vezes, o TOC inicia-se na infância, sobretudo na adolescência, podendo durar toda a vida. O pico de maior incidência é ao redor dos 20 anos. De acordo com o Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, cerca de 80% dos casos de TOC tratados na fase adulta se iniciaram antes dos 18 anos, mesmo que de forma mais leve. O impacto desse transtorno é bastante intenso na fase juvenil. Nesse sentido é necessário questionar quais são as dificuldades que os jovens com Transtorno Obsessivo Compulsivo enfrentam.

Pode-se considerar que os jovens que possuem Transtorno Obsessivo-Compulsivo enfrentam vários problemas em dois âmbitos da vida: o pessoal, sofrendo um grande isolamento social que pode agravar e tornar-se uma depressão, e no âmbito social, interferindo de forma acentuada na vida da família, que é obrigada a alterar suas rotinas e muitas vezes participarem dos rituais, além de terem que possuir mais paciência e atenção para com a pessoa que possui o transtorno.

Portadores dessa doença possuem uma qualidade de vida pior do que a população em geral, passam por uma diminuição em sua capacidade funcional, abrangendo perda do emprego e perda dos relacionamentos interpessoais. Outrossim, pessoas com exigência interna excessiva também afetam os familiares e as pessoas próximas por querer submetê-las aos seus gostos e participarem de suas normas.

Dessa forma, esse projeto está voltado a compreender as dificuldades que os jovens portadores de TOC manifestam. Apresentando como objetivos específicos: compreender o conceito de TOC na visão de diversos autores, bem como descrever a influência do TOC no

 

convívio social dos jovens e analisar os tratamentos para minimizar os sintomas dos jovens portadores.

É considerável que os problemas relacionados ao TOC exigem uma análise muito profunda de todas as variáveis envolvidas. Dentro desse contexto, com esse estudo pretende-se contribuir como fonte de informações para estudantes de psicologia, psicólogos e demais interessados na área comportamental. Além disso, torna-se relevante ao nível científico em razão de proporcionar enriquecimento de informações acerca das dificuldades, tratamentos, sintomas e entre várias questões que envolvam adolescentes que possuem TOC. Também é considerável que irá colaborar como fonte de informação para a sociedade compreender melhor os possíveis problemas relacionados ao transtorno obsessivo compulsivo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo (Maria Helena Varella Bruna 2011 p.1) TOC ou transtorno obsessivo- compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, é entendida como um “Disco riscado que se põem a repetir o mesmo ritmo de gravação, ou seja os movimentos são quase sempre os mesmos. Pessoas que são portadores acham que se não agirem assim algo terrível pode acontecer. ”

Existem dois tipos de TOC:

  1. Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;
  2. Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.

A maior parte dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo- compulsivo possa acometer crianças a partir dos 3, 4 anos de idade.

Para Freud o transtorno obsessivo e compulsivo ou Neurose na sua visão psicanalítica, quer dizer uma luta contra você mesma, ou seja, uma luta diária contra a ansiedade de certas coisas. “Da mesma forma que acontece com outras estruturas da personalidade e/ou transtornos psicológicos, também o de natureza obsessiva diz respeito a forma e ao grau como organizam- se os mecanismos defensivos do ego diante de fortes ansiedades subjacentes ".

Apresentando também uma citação de Dr. Geraldo Ballone (2011 p.1) afirma que comportamentos compulsivos são mal adaptativos porque, apesar do objetivo que têm de proporcionar algum alívio de tensões emocionais, normalmente não se adaptam ao bem-estar mental pleno, ao conforto físico e à adaptação social.

 

2.1  A influência do TOC no convívio social dos jovens

Como demonstram os estudos o TOC pode se apresentar em qualquer faze da vida de uma pessoa, inclusive durante a infância e a adolescência exigindo da mesma maneira quando se apresenta na vida adulta um tratamento que em geral baseia-se na terapia cognitiva comportamental e no uso de medicamentos.

Tanto os inibidores da recaptação de serotonina (IRS) quanto as psicoterapias de base cognitiva e/ou comportamental têm tido resultados positivos no tratamento de crianças e adolescentes com TOC. Deve-se começar com uma avaliação abrangente da criança e de sua família, com os objetivos de determinar sintoma salvo e grau de interferência destes no funcionamento escolar, familiar e social, de estabelecer um bom vínculo com a criança, esclarecer a respeito da origem do quadro e propor suporte e orientação familiar. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) melhora os SOC e diminui o risco de recaída após a retirada da medicação, devendo ser considerada como tratamento de escolha na infância.8 A introdução imediata de IRS deve ser feita apenas quando os sintomas estão muito graves, quando houver risco de suicídio, na presença de quadros co-mórbidos associados ou quando o nível de ansiedade estiver alto o suficiente para impedir a realização de TCC. Independentemente do IRS utilizado, é importante iniciar seu uso com doses baixas e aumentos gradativos [..]. (Maria Conceição do Rosario-Campos 2001 p.24)

 

O tratamento farmacológico juntamente com o tratamento cognitivo-comportamental são os meios mais comuns usados para controlar o TOC em pacientes portadores incluindo jovens. O tratamento farmacológico consiste na ministração de medicamentos classificados como ISRS (inibidores seletivos de receptação de serotonina) que atuam nos receptores e transportadores de serotonina que regulam a atividade serotoninérgico do neurônio. O processo de receptação de serotonina é importante para que a célula seja capaz de retornar a sua condição de descanso, tornado a capaz de ser estimulada novamente evitando a alta estimulação dos receptores.

Os medicamentos décadas atrás não eram tidos como um grande auxiliar no tratamento do TOC até a descoberta da Clomipramina na Suíça em 1966, Fernandez & Lopez Ibor descreveram uma melhora em pacientes com neurose obsessiva, desde então foram realizados inúmeros experimentos controlados ou não que atestaram a eficácia da Clomipramina fazendo dela padrão de comparação para testes de novos fármacos.

Desde a descoberta dos efeitos positivos da Clomipramina que atua na inibição da recaptação da serotonina outros antidepressivos ISRS (inibidores seletivos de receptação de serotonina) passaram a serem investigados no tratamento do TOC por meio de estudos diversos demonstraram resultados positivos com relação a fluvoxamina, fluoxetina, sertalina e paroxetina. Além desses o citalopram apontou eficácia em estudos abertos. O TOC por apresentar um desenvolvimento crônico e com poucas opções de tratamento, além do período de latência entre o descobrimento do transtorno e a busca por ajuda que é em média de sete anos é aconselhável inicia o tratamento com dosagens menores e aumentar tais dosagens paulatinamente diminuindo dessa forma a ocorrência de efeitos colaterais.

O tratamento é iniciado com a clomipramina ou com um ISRS dependendo do histórico médico do paciente. Entretanto existe variadas opiniões com relação ao uso dos ISRS ou da clomipramina, apesar das limitações dos estudos da eficácia dos medicamentos chama a atenção o fato da maioria dos pacientes tratados com clomipramina apresentem uma melhora maior dos que tratados com fluoxetina, fluvoxamina ou sertralina, por outro lado, os efeitos colaterais dos ISRS são mais benignos, embora a taxa de efeitos colaterais da clomipramina seja maior a interrupção do tratamento por tal causa é menor do que as do ISRS que, além disso, em média são mais caros que a clomipramina.

Porém, ambos os grupos de medicamentos apresentam taxa de recaída alta com a interrupção do tratamento como é apontado em vários estudos apesar de ocorrer variação com relação ao tempo que leva para que ocorra a recaída, esse fato está intimamente relacionado com a constituição farmacológica de cada medicamento.

Com relação a manutenção do tratamento é perceptível que pacientes que não interrompem o tratamento recaem menos dos que os que optam pela interrupção, entretanto não há estudos específicos com relação a orientação para o tratamento farmacológico a longo prazo do TOC. Os poucos estudos que existem demonstram uma maior eficiência da clomipramina em relação a sertralina.

Porém enquanto não existe uma dose definida para o período de manutenção, é recomendável manter as mesmas doses utilizadas na fase mais aguda do TOC, segundo a tolerância do paciente aos efeitos colaterais, após a resposta, o tratamento com medicamentos deve prosseguir por um período mínimo de 1 a 2 anos com uma redução lenta não ultrapassando os 25% da dose do medicamento geralmente em um período de dois em dois meses podendo fazer o uso da terapia cognitivo-comportamental para evitar recaídas.

O tratamento com o uso de técnicas cognitivo comportamentais do TOC tem início com o uso de uma técnica EPR (exposição e prevenção de respostas) foi considerado o primeiro método efetivo de combate ao TOC obtendo sucesso em grande maioria dos pacientes que a ela se aderiram, entretanto esse método apresentava limitações (demonstrava de baixa eficácia diante de pacientes que não tinham motivação para o tratamento pacientes que apresentavam barreiras como crenças arraigadas ou simplesmente não cumpriam os exercícios), tais limitações levaram a estudos cognitivos que observavam como causa da intensificação de  pensamentos intrusivos seria a interpretação errônea desses que eram em grande parte pensamentos intrusivos normais e se tornavam obsessões.

Tais pensamentos que passavam a serem obsessivos eram fortemente reprimidos pelos pacientes e dessa foram davam origem as compulsões que seriam formas de controlar ou evitar as obsessões.

Essa nova pesquisa que fora realizada deu origem ao método de terapia cognitiva- comportamental (TCC), entretanto esse fora duramente criticado por apresentar resultados inconclusivos com relação ao diagnóstico, mas por outro lado, ele apresenta uma eficácia considerável e diversos casos de TOC sendo usado juntamente com a técnica de EPR.

O tratamento se baseia em primeiramente uma avaliação por meio de entrevistas com o paciente visando identificar o transtorno obsessivo compulsivo e observando quando se deu o início dos sintomas e qual o prejuízo que esses trazem a vida do paciente além de conferir se existe alguma contraindicação ou comorbidade a TCC.

Após a avaliação do paciente é feio uma análise motivacional do paciente em relação ao tratamento, já que que um dos grandes problemas da TCC é a não adesão dos pacientes ao tratamento para evitar o aumento de ansiedade que alguns exercícios propostos causam. Esse é um fator que leva muitos pacientes a abandonarem o tratamento.

Posterior a avaliação motivacional é feita uma listagem dos sintomas de forma hierárquica para tornar a escolha de exercícios EPR mais precisa, além de oferecer ao terapeuta um guia com relação aos níveis de ansiedade do paciente diante de determinadas situações.

A terapia propriamente dita é a exposição a situações que o paciente considera desagradável por meio de imagens ou pensamentos segundo a lista que foi feita iniciando geralmente pelas situações que o paciente considera mais leve, além da exposição cabe ao paciente evitar a realização dos rituais. Essa técnica leva ao processo de adaptação ou habituação que ocorre devido a exposição por um determinado período a situação desagradável que é gradativamente aumentada até atingir a situação que causa maior nível de ansiedade. Esse processo é realizado juntamente com técnicas cognitivas que variam de paciente a paciente.

Por último após uma determinada quantidade de sessões (em média de 10 a 15 sessões) e a comprovação por meio de testes que ocorreu redução dos sintomas o paciente recebe alta, e um acompanhamento por um determinado período para evitar recaídas.

O TOC (transtorno obsessivo compulsivo) na maioria dos casos como pode ser observado é tratado com sucesso com o uso de terapia cognitiva aliada ou não a farmacoterapia, principalmente se esta for descoberta na fase inicial que em grande maioria se dá durante a adolescência e permanece ao longo da fase adulta. Entretanto existe casos em que o paciente é considerado “refratário”, ou seja, não apresenta resposta diante dos tratamentos convencionais (farmacoterapia e psicoterapia) para esses casos existe a opção cirúrgica.

Entretanto esta somente é recomendada a pacientes adultos que apresenta um caso de TOC refratário a mais de cinco anos trazendo ao portador prejuízos no funcionamento psicossocial, além disso também e realizado uma cautelosa analise do histórico do paciente observando os medicamentos e tratamentos utilizados e as dosagens e efeitos que ocorreram no paciente, quando se constata que os tratamentos convencionais não apresentaram efeito é utilizado a neurocirurgia.

 

As técnicas mais utilizadas atualmente são:

  1. tratotomia subcaudal: o alvo está na cabeça do núcleo caudado, numa região cerebral chamada de substância inonimada. Tem mostrado resultados benéficos em até 50% dos pacientes, embora faltem informações de seguimento em longo prazo;
  2. leucotomia límbica: efetua lesões dos quadrantes anteroinferiores dos lobos frontais e no feixe do cíngulo. Cerca de 80% dos pacientes submetidos a esse procedimento apresentaram melhora, que se manteve por mais de um ano;
  3. cingulotomia: as lesões ocorrem bilateralmente no cíngulo. Os índices de resposta ficam em torno de 30%, e uma segunda intervenção pode ser necessária após 6 a 12 meses para ampliar a lesão inicial e melhorar o resultado terapêutico;
  4. capsulotomia: pode ser realizada com termolesão por radiofreqüência ou por raios gama. A vantagem dessa técnica é ser menos agressiva ao indivíduo, não sendo necessário abrir o crânio. O alvo é a perna anterior da cápsula interna. Rasmussen27 observou melhora em até 65% dos pacientes em avaliações feitas 6 e 12 meses após duas aplicações bilaterais de raios gama na porção anterior da cápsula interna. Mesmo restringindo o critério de melhora, 46% da amostra tiveram boa resposta ao procedimento.

Todas essas intervenções são estereotáxicas e empregam recursos tecnológicos de alta precisão para ocasionar lesões bilaterais que podem ser determinadas por neuroimagem. Podem ser feitas com anestesia local e sedação leve.

(Roseli G Shavitt et al 2001 p. 55)

 

2.3 Os transtornos ansiosos

Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em crianças quanto em adultos, com uma prevalência estimada durante o período de vida de 9% e 15% respectivamente (CASTILHO et al., 2000).

Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho (CASTILHO et al., 2000).

A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo.1 Tais reações exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma predisposição neurobiológica herdada (CASTILHO et al., 2000, p. 20).

 

Os transtornos ansiosos são quadros clínicos em que esses sintomas são primários, ou seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, psicoses, transtornos do desenvolvimento, transtorno hipercinético, etc.) (CASTILHO et al., 2000).

Sintomas ansiosos (e não os transtornos propriamente) são frequentes em outros transtornos psiquiátricos. É uma ansiedade que se explica pelos sintomas do transtorno primário (exemplos: a ansiedade do início do surto esquizofrênico; o medo da separação dos pais numa criança com depressão maior) e não constitui um conjunto de sintomas que determina um transtorno ansioso típico (descritos a seguir) (CASTILHO et al., 2000, p. 20).

 

Mas podem ocorrer casos em que vários transtornos estão presentes ao mesmo tempo e não se consegue identificar o que é primário e o que não é, sendo mais correto referir que esse paciente apresenta mais de um diagnóstico coexistente (comorbidade). Estima-se que cerca de metade das crianças com transtornos ansiosos tenham também outro transtorno ansioso (CASTILHO et al., 2000).

A causa dos transtornos ansiosos infantis é muitas vezes desconhecida e provavelmente multifatorial, incluindo fatores hereditários e ambientais diversos. Entre os indivíduos com esses transtornos, o peso relativo dos fatores causais pode variar (CASTILHO et al., 2000).

 

3. METODOLOGIA

 

O trabalho apresentado será construído por meio de um levantamento bibliográfico que segundo o autor (GIL 2002, p. 44) “[..] é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. [..]”. Será priorizado a leitura de material pertinentes ao curso de bacharelado em psicologia e que tenham informações relacionadas ao tema proposto para esse trabalho.

As palavras chaves são TOC - Transtorno Obsessivo-compulsivo em jovens, Tratamento para TOC em jovens.

Convém ressaltar que o projeto de pesquisa será fundamentado em pesquisas bibliográficas constituídas através de 2 livros contidos na biblioteca Martinho Lutero do ILES/ULBRA de Itumbiara, bem como em 6 artigos encontrados na internet por meio do Google Acadêmico publicados de 2001 à 2015.

Será utilizada como procedimento de pesquisa exploratória, para que os dados bibliográficos sejam reunidos e analisados, referentes ao Transtorno Obsessivo Compulsivo, baseando-se principalmente em publicações de autores conceituados sobre o tema.

 

4.    RESULTADO E DISCUSSÃO

 

Com base nos autores consultados (Ronald J. Comer, Andréa Litvin Raff , Elizeth Heldt, Aristides Volpato Cordiole, Maria Helena , Freud, Dr Geraldo Ballone), observamos seus conceitos e baseado nos mesmos podemos afirmar que TOC (Transtorno Obsessivo- compulsivo) é influenciado principalmente através do transtorno de ansiedade, onde o próprio, se não tratado, pode agravar ainda mais os sintomas do TOC e causando mais sofrimento não só para o portador mas também para as pessoas que fazem parte de seu convívio social, principalmente a família.

Os autores Ronald J. Comer e Maria Helena Varella Bruna se assemelham na definição do transtorno, onde descrevem que o TOC é uma repetição de pensamentos, imagens ou que ocorre na mente do portador, representado como rituais, que por sua vez não tem ligação direta com motivos lógicos e racionais do portador, porém é o meio do mesmo lidar melhor com essas situações repetitivas que ocorrem em sua mente e seus atos, e o mesmo fica ansioso por temer as consequências que esses acontecimentos podem trazer e não realizados.

Esses chamados rituais começam a fazer parte da vida do indivíduo por meio de específicas manias, a princípio sem nenhum risco a saúde mental ou física, mas que ao decorrer do tempo, estas mesmas manias podem agravar-se, assim, o TOC quando apresentado na infância tem maior taxa de permanência na vida adulta e devido ao fato de normalmente demorar muito para diagnosticar essa doença correspondente ao tempo que geralmente os pacientes levam para buscar ajuda profissional, o transtorno se torna resistente aos tratamentos considerados mais comuns, no qual o tratamento mais eficaz quando aplicado na infância é a terapia cognitiva comportamental, ressaltando que não há uma cura para o TOC, mas sim tratamentos que podem auxiliar no controle dos sintomas.

A partir da análise do grupo em relação aos conceitos estudados, o âmbito pessoal do portador do TOC é severamente prejudicado se não tratado de forma correta, no qual o indivíduo terá problemas relacionais com as pessoas a sua volta e internamente, pois sua rotina será completamente diferente (tanto pela realização dos rituais como também da ansiedade acentuada) de pessoas não portadoras deste transtorno.

 

5.    CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

É perceptível que o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) afeta indivíduos em diferentes fazes da vida sendo mais comum no período da infância e da adolescência, o portador tem em geral sua rotina afetada, assim como seu convívio social com impacto maior durante a fase da adolescência podendo permanecer até a fase adulta.

O impacto vem do fato das obsessões e compulsões consumirem uma quantidade de tempo e isso interfere na rotina dessas pessoas. Além de afetar também os familiares com as quais a pessoa convive já que esses muitas vezes acabam por alterar a própria rotina para conviver com o portador.

Por apresentar sintomas que estão presentes em diversos transtornos de ansiedade muitas vezes o tempo de latência entre o descobrimento do transtorno e a busca por ajuda e muito grande o que reduz as possibilidades de tratamento, porém tendo em vista o desenvolvimento nesta área pode-se afirmar que existe uma grande gama de tratamentos como terapias e uso de remédios que inibem a receptação de serotonina são eficazes na grande maioria dos casos usando esses métodos juntos ou independentes.

Em casos que familiares se encontram envolvidos e necessário que eles também passem por terapias para apreenderem a conviverem com o portador de maneira saudável.

Além disso, apesar da eficácia comprovada dos tratamentos convencionais existe casos em que o paciente é considerado refratário, ou seja, não apresenta melhora diante dos meios tradicionais para esses casos recentemente vem se desenvolvendo tratamentos neurocirúrgicos, entretanto não é recomendável a jovens ou criança.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

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