VAMOS IMAGINAR OBSESSÃO X COMPULSSÃO, O QUE ESSES DOIS TRANSTORNOS JUNTOS PODEM FAZER!

Quem nunca ouviu a palavra TOC!!! O filme “Melhor Impossível” com Jack Nicholson retrata bem o transtorno e as consequências de não ter o tratamento, as cenas retratam a realidade de muitas pessoas, pra quem não viu vale conferir e conhecer um pouco mais mesmo que de forma ilustrada, eu como psicanalista vejo o retrato da doença muito bem colocada e interpretada.

TOC refere a um transtorno que só no Brasil cerca de dois milhões de pessoas tentam se livrar, um transtorno que causa um imenso sofrimento e angustia aos seus portadores.

Entre muitas das obsessões as mais encontradas no divã psicanalítico são os incomodo por sujeiras e contaminação, necessidade de excesso de informações, mania de exatidão, mania de ordem e alinhamento, acumulo de objetos sem utilidade, preocupação com doenças, superstições como medo de alguns números, roupas, datas, preocupação em ser traído, e um medo insuportável de pedofilia que deixa de ser cuidar para o desespero, essas obsessões acarretam em consequências e comportamentos que podem atrapalhar a rotina de quem tem o transtorno e dos que estão em volta.

Entre os fatores de risco estão o histórico familiar, acontecimentos traumáticos que ocorrem no decorrer da vida, os fatores neurobiológicos, causas genéticas, fatores ambientais e os fatores psicológicos que atingem homens e mulheres de qualquer faixa etária e muitas crianças.

Nas causas neurobiológicas acredita-se que o neurotransmissor serotonina estaria desregulado, ele que é responsável por enviar mensagens entre as células cerebrais e esta envolvido na regularização da ansiedade.

  Sabemos que as causas genéticas tem um papel fundamental em transtornos, em estudos com gêmeos que tem a mesma carga genética foi descoberto que quando um apresenta os sintomas de TOC, existem 60% de chance de o irmão ter o mesmo diagnostico.

Os fatores ambientais é em disparado o mantenedor do TOC, como mudança de endereço, morte de ente querido, situações traumáticas da infância, separações, ambiente domestico, e o próprio convívio familiar.

A parte psicológica é a somatização de todos os outros fatores no agravamento da doença e contribui para a manutenção e agravamento do TOC.

Com isso tudo, fica bem claro que os portadores do distúrbio não são responsáveis pela doença e não podem controlar os impulsos e seus sintomas, o problema é que a falta de conhecimento real da situação interfere muito. É muito importante a percepção do problema, principalmente do próprio paciente e da sociedade em geral, que por muitas vezes leva o transtorno a uma forma ilustrada e como uma brincadeira.

O tratamento psicanalítico é baseado em uma relação de confiança entre psicanalista e paciente, para uma mudança de hábitos e prevenção de recaídas, levando em consideração o histórico dos sintomas, relatos, pensamentos que representam evocações instrutivas na mente do paciente, essa forma de abordagem costuma diminuir os rituais, porém não é algo simples e rápido, existe a necessidade de começar pelos sintomas mais brandos e só depois os mais compulsivos.

Existe um caminho para a cura, muitas pessoas com TOC têm vergonha de relatar que estão sofrendo com essas manias e passam muito tempo com esses sintomas em forma de angustia!

A compreensão e a informação podem ajudar muito no tratamento, muitas pessoas desconhecem que são sintomas tratáveis,  porém é um transtorno que necessita de um tratamento e de ajuda de todos que estão próximos, pois o TOC interfere na vida familiar e profissional, o reconhecimento da doença e suas recaídas é fator fundamental para a melhora do paciente.

Vou encerrar esse artigo com uma frase que repito muito aos meus pacientes e amigos, algo que acho que portadores desse distúrbio precisam ouvir de todos aqueles que estão ao seu redor e que se importam com sua melhora.

NÃO SOFRA SOZINHO,  AO SEU REDOR MUITOS ESTÃO SOFRENDO COMO VOCÊ!

EXISTE UMA SAIDA E VOCÊ É CAPAZ DE CHEGAR ATÉ ELA!!!