TRANSPORTE E IMOBILIZAÇÃO DE ACIDENTADOS
Publicado em 22 de outubro de 2019 por Thiago de Faria Paiva
Thiago de Faria Paiva
Discente do Curso de Educação Física Bacharelado do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara-GO
O que é um primeiro socorro? Primeiro socorro é o método inicial e temporário aplicado a acidentados e/ou vítimas de doença súbita, num esforço de preservar a vida, diminuir a incapacidade e minorar o sofrimento. O primeiro socorro equivale, conforme a situação, na proteção de feridas, imobilização de fraturas, controla de hemorragias externas, desobstrução das vias respiratórias e realização de manobras de Suporte Básico de Vida. Qualquer pessoa pode e deve ter formação em primeiros socorros. A sua implementação não substitui nem deve atrasar a ativação dos serviços de emergência médica, mas sim impedir ações intempestivas, alertar e ajudar, evitando o agravamento do acidente. Qualidades do socorrista: •. Autocontrolo e sentido de responsabilidade. • Capacidade de organização e liderança. • Capacidade de comunicação. • Capacidade para tomar decisões. • Compreensão e respeito pelo outro. • Consciência das suas limitações.
Os métodos de imobilização e remoção de vítimas de trauma têm vindo a ser modificadas ao longo dos anos com o objetivo de estabelecer o conjunto de procedimentos mais adequados que maximize a segurança na mobilização das vítimas de trauma. Os princípios que asseguram uma imobilização efetiva da vítima de trauma são os que a seguir se enumeram: 1. Assegurar desde o início a estabilização manual e o alinhamento da coluna cervical, até à substituição mecânica (estabilizadores laterais de cabeça); 2. Verificar a função neurológica nas extremidades; 3. Aplicar um colar cervical, preferencialmente de duas peças, adequado ao tamanho da vítima; 4. Imobilizar o tronco antes da cabeça; 5. Evitar o movimento do tronco da vítima para cima ou para baixo, no dispositivo de imobilização; 6. Evitar o movimento do tronco da vítima para a direita ou esquerda, no dispositivo de imobilização; 7. Evitar o movimento anterior do tronco da vítima, no plano; 8. Assegurar que a imobilização torácica não inibe a excursão torácica ou provoca compromisso ventilatório; 9. Imobilizar eficazmente a cabeça de modo a que esta não se mova em qualquer direção, incluindo rotação; 10. Proporcionar, se necessário, o preenchimento do espaço sobe a cabeça; 11. Manter a cabeça numa posição neutra e alinhada; 12. Proporcionar que nada inibe ou dificulta a abertura da boca, por parte da vítima; 13. Imobilizar os membros inferiores de modo a que estes não se movam, mesmo nas situações em que o plano é lateralizado; 14. Manter a bacia e os membros inferiores numa posição neutra alinhada, 15. Assegurar que os membros superiores estão imobilizados ao plano ou tronco de forma adequada; 16. Assegurar que a imobilização não compromete a circulação distal em qualquer membro; 17. Reavaliar a vítima na sequência de qualquer movimento brusco/inusitado, que possa comprometer uma lesão instável da coluna, enquanto o dispositivo de imobilização é aplicado; 18. Elaborar todo o processo de imobilização num espaço de tempo adequado; 19. Reavaliar a função neurológica nas extremidades.
Abordagem posterior com vítima sentada em veículo:
1. A execução desta técnica deve ser antecedida de uma estabilização lateral da cabeça; 2. O 1º elemento coloca-se por trás da vítima; 3. Coloca as suas mãos lateralmente sobre os pavilhões auriculares da vítima, sem movimentar a cabeça (figura 2); 4. Os dedos deverão ser distribuídos de forma a proporcionar uma estabilização estável da cabeça da vítima; 5. Se a cabeça não está alinhada numa posição neutra o elemento mobiliza lentamente a cabeça, até conseguir o alinhamento (exceto se contraindicado); 6. O 1º elemento (se possível) aproxima os seus braços e apoia-os no banco, nos apoios de cabeça ou no seu tronco, para se preservar mais estável.
Abordagem anterior com a vítima de pé:
1. Posicionando-se exatamente em frente da vítima, o 1º elemento coloca as suas mãos de ambos os lados da cabeça sobre os pavilhões auriculares, sem movimentar a cabeça (figura 3); 2. Se a cabeça não está ordenada numa posição neutra o 1º elemento mobiliza lentamente a cabeça, até conseguir o alinhamento (exceto se contraindicado); 3. Deve ser mantida a pressão suficiente para suportar e estabilizar a cabeça.
Abordagem com a vítima em decúbito dorsal:
1. O 1º elemento posiciona-se atrás da cabeça da vítima, na posição de ajoelhado ou deitado; 2. As mãos do 1º elemento são operadas de cada lado da cabeça da vítima, colocando as palmas da mão sobre os pavilhões auriculares desta (figura 4); 3. Os dedos de ambas as mãos do 1 elemento devem ser utilizados de forma a proporcionar uma estabilização eficaz e segura; 4. Ao estabilizar a cabeça da vítima, os cotovelos e/ou os antebraços do 1º elemento podem ser apoiados no chão ou nos joelhos (para um suporte adicional).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REIS Isabela. Manual de primeiros socorros. Edital Ministério da saúde 2010.Disponível em:Acesso 14 maio 2018.
VALENTE Miguel etal. Técnicas de extração e imobilização de vítimas de trauma. Disponível em: Acesso 14 maio 2018.