A proposta do perdão é uma das maiores das que se apresentam ao ser humano.

Todos querem ser perdoados, mas confessam ter uma grande dificuldade em exercer perdão. Por quê?

A principal razão está na natureza do dano que deve ser colocado de lado, reparado.

Quando perdemos algo material, depois de não muito tempo assimilamos o revés.

O perdão, contudo, envolve algo mais subjetivo, que até o universo jurídico trata sob a definição de "dano moral".

Mesmo recebendo uma retribuição financeira, em face de tal agravo, não parece haver compensação.

Os danos que atingem nossa alma, nossa honra, nosso ser interior são oportunidades roubadas.

Como a vida é semelhante a nuvens, que passam e não voltam, como reavê-las uma vez perdidas? (Os 6:4)

Elas não têm consistência, não podem ser pegas com as mãos, mudam de forma a cada minuto.

Estará, assim, a proposta do perdão prejudicada, tornada impossível e ilusória?

Eis que impasse surge uma resposta, bastando que para isso volvamos ao que diz o Senhor Deus:

"Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a nuvem", e isso quer dizer perdão (Isa 4:22).

Se Deus a quem devemos muito mais do que qualquer pessoa possa jamais nos dever (Mt 18:23-35), nos perdoa.

E considera que a nuvem da oportunidade de sermos corretos, não é mais que um meio de esquecer o dano.

Porque nós não podemos considerar nevoa as oportunidades que nos tomaram, e perdoar?