RESUMO

SILVA, THAIANY FERNANDA LEANDRO DA. Indicações de Toracocentese em Atendimentos Pré-Hospitalares. 2019. 118p. Trabalho de desenvolvimento complementar – 2019.

O serviço de atendimento pré-hospitalar (APH) desempenha importante papel na saúde pública, uma vez que as doenças cardiovasculares e os eventos relacionados às causas externas como situações emergenciais são observadas cada vez mais na população em geral. A reunião de informações históricas permite ao leitor se inteirar rapidamente de como ocorreu a criação e estruturação dos serviços de atendimento pré-hospitalar. Os objetivos foram descrever os aspectos históricos da estruturação do serviço de atendimento pré-hospitalar e sua implantação e evolução. Trata-se de uma atualização que procura resgatar dados históricos relacionados ao APH. Observa-se que, no Brasil, a formação das equipes de profissionais e a forma da abordagem no atendimento às vítimas foram baseadas nos modelos americano e francês de APH. São políticas públicas de saúde ligadas à atenção às urgências ainda novas e caminham para o aprimoramento. Como profissionais da área da saúde e/ou do APH, somos corresponsáveis pelo alcance do objetivo primordial que é a excelência no atendimento. A toracocentese é o método de escolha para a obtenção de amostras de líquido pleural. Embora seja considerado um procedimento pouco invasivo, é fundamental que a toracocentese obedeça a uma técnica padronizada com a finalidade de aprimorar a chance de diagnóstico e minimizar riscos. A biópsia de pleura tem por objetivo ampliar e complementar a chance de diagnóstico das doenças pleurais, sendo indicada em casos selecionados. A importância de uma atuação conjunta no atendimento pré-hospitalar entre os serviços públicos do Estado e do Município de São Paulo, é de desenvolver uma proposta de compartilhamento do espaço físico do CICCR. O método empregado é o hipotético-dedutivo baseado em pesquisas bibliográficas comparativas, visitas e entrevistas a outros serviços que trabalham em regime unificado. A pesquisa é classificada como pesquisa exploratória, explicativa e diagnóstica. Conclui-se que há viabilidade técnica e legal para uma integração e interação operacional de despacho de viaturas dos serviços de Resgate do Corpo de Bombeiros e do SAMU na cidade de São Paulo.

Palavras chave: Busca e resgate; Serviços médicos de emergência; Assistência pré-hospitalar; Toracotomia/métodos; Toracotomia/contraindicações; Radiografia torácica; Pleura/patologia; Biopsia por agulha; Ciências Policiais; Emergências Médicas; Integração do Corpo de Bombeiros e SAMU; Resgate; Atendimento Pré-hospitalar.

1. INTRODUÇÃO

Ao iniciar uma discussão sobre as Indicações de Toracocentese em Atendimentos Pré-Hospitalares, a assistência prestada, pode ser definida como um primeiro nível de atenção aos portadores de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica. Quando ocorrem dentro e também fora do ambiente hospitalar, o socorro pode acarretar sequelas ou até mesmo a morte.

Segundo Ramos e Sanna (2005), o Atendimento Pré-Hospitalar (APH) tem sido objeto de atenção da sociedade como um todo, como se pode perceber através da mídia e, particularmente junto aos profissionais envolvidos nesse tipo de atendimento. Também os órgãos governamentais têm se preocupado em organizar melhor essa forma de atenção à saúde, tornando este modelo um assunto de debate constante em todos os meios.

No Brasil, o APH está estruturando em duas modalidades: o Suporte Básico à Vida (SBV) e o Suporte Avançado à Vida (SAV). O SBV consiste na preservação da vida, sem manobras invasivas, em que o atendimento é realizado por pessoas treinadas em primeiros socorros e atuam sob supervisão médica. Já o SAV tem como características manobras invasivas, de maior complexidade e, por este motivo, esse atendimento é realizado exclusivamente por médico e enfermeiro. Assim, a atuação do enfermeiro está justamente relacionada à assistência direta ao paciente grave sob risco de morte. (MALVESTIO, 2000).

No sistema de saúde, estima-se que cerca de 60 a 80% das situações prejudiciais ao paciente envolvem erros humanos. No entanto, afirmar que os acidentes aconteçam em decorrência deles conduz à culpabilidade e à humilhação das pessoas. Uma análise adequada mostra que é improvável que erros aconteçam como resultado do ato apenas do profissional de saúde e culpá-lo não elimina os fatores de risco subjacentes. (INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSIN,2002).

Observou-se que os cuidados e ações dos profissionais de saúde no ambiente hospitalar, a fim de não causarem danos aos pacientes, têm sido fomentados por diversos órgãos no mundo todo desde a década de 90. Dados de pesquisa do Institute of Medicine of the National Academies (2006), obtidos dos Estados Unidos, em 1999, indicam que os erros de cuidado à saúde causam, aproximadamente, 44 a 98 mil eventos adversos anualmente nos hospitais daquele país. A partir desse estudo inicial, tem se destacado movimento global para a segurança do paciente.

O trauma em geral vem apresentando uma tendência de aumento nos últimos anos e se constitui como a terceira causa de morte na população, e a maior em indivíduos menores de 40 anos.

Agora o trauma em tórax é uma importante causa de morte evitável, que acomete, em especial, jovens do sexo masculino de 20 a 30 anos. As lesões são decorrentes de acidentes automobilísticos (particularmente com motocicletas) e ferimentos intencionais com armas brancas e de fogo, podendo mudar a frequência com que ocorrem conforme a região estudada.

A maior parte das lesões torácicas é representada por pneumotórax, hemotórax ou hemopneumotórax, e podem ser resolvidas com procedimentos simples, realizados no pronto-socorro, como a drenagem de tórax. São poucos os casos (10% a 30%) que necessitam de toracotomia.

Em 2004, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou o projeto Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, cujo objetivo fundamental é prevenir danos aos pacientes. Um dos elementos centrais da aliança mundial da OMS é a ação conhecida como Desafio Global, o qual lança um tema prioritário a cada dois anos para a adoção pelos membros da OMS. O foco prévio para a iniciativa do desafio global incluiu infecções adquiridas e a administração de medicamentos segura.

Seres humanos comentem erro por várias razões, muitas vezes relacionados com o ambiente de trabalho. Profissionais de enfermagem e outros da área de saúde são uma das forças mais instruídas e dedicadas. No que diz respeito à segurança dos pacientes, o principal problema reside nos sistemas que precisam ser transformados em ambientes mais seguros. (HARADA; PEDREIRA, 2009).

Para Raduenz et al (2010), o avanço nas pesquisas de cuidado à saúde contribui para a melhoria do cuidado prestado. No entanto, mesmo com os avanços nos sistemas de saúde, as pessoas estão ainda expostas a diversos riscos quando submetidas aos cuidados, particularmente em ambientes hospitalares.

O presente estudo tem como objetivo, conhecer o perfil das pacientes vítimas de traumatismo torácico que foram submetidos à drenagem de tórax, assim como as complicações e os tratamentos administrados a esses pacientes.

A drenagem torácica tem como objetivo a manutenção ou restabelecimento da pressão negativa do espaço pleural. Ela é responsável pela remoção de ar, líquidos e sólidos (fibrina) do espaço pleural ou mediastino, que podem ser resultantes de processos infecciosos, trauma, procedimentos cirúrgicos entre outros.

No centro de terapia intensiva a drenagem torácica e a toracocentese são procedimentos úteis, respectivamente, no tratamento e diagnóstico das intercorrências pleurais. Assim, os médicos intensivistas devem estar familiarizados com suas indicações e técnicas.

A presença de uma coleção líquida no espaço pleural sempre traduz a existência de uma condição anormal, impondo a necessidade de se realizar uma toracocentese diagnóstica. Entretanto, para abordar a cavidade pleural com segurança, é necessário que haja uma quantidade mínima de líquido no espaço pleural.

Light sugere que pequenos derrames pleurais visualizados na radiografia convencional de tórax sejam avaliados também por radiografias em decúbito lateral. Nesta situação, se os derrames forem menores que 10 mm em radiografia em decúbito lateral, não devem ser rotineiramente abordados devido ao risco de complicações. Caso seja imprescindível, a ultrassonografia deve ser utilizada para melhor avaliar a localização e a quantidade de líquido e, deste modo, melhorar a acurácia do procedimento.

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (2007) leva em consideração a necessidade e o direito de assistência em Enfermagem da população, os interesses do profissional e de sua organização traz como pressuposto que os trabalhadores em enfermagem, estejam aliados aos usuários na luta por uma assistência sem riscos, danos e acessibilidade a toda população.

Na interface com a questão, no âmbito hospitalar, evidencia-se uma preocupação com a atuação do enfermeiro na terapia intensiva, já que estudiosos apontam que a complexidade do cuidado, permeada pela objetividade e subjetividade e livre de riscos, demanda competências e habilidades do profissional que atua neste cenário, formando um perfil ideal para esse setor. A relevância disto reside na segurança do paciente, como um compromisso ético dos profissionais. (SILVA, FERREIRA, 2011).

Sob uma revisão, os trabalhos com o referencial de segurança do paciente, ou mesmo, insuficientemente com o reconhecimento de prováveis erros que submetam o paciente ou a própria equipe, adquire sérios agravos na assistência. Portanto, deve-se conhecê-los e trabalhá-los para que não persistam. Assim como, criar um hábito de admiti-los, parece ser uma meta a ser atingida com o desenvolver deste trabalho.

Sabe ser de grande importância no exercício da prática da Enfermagem no APH a tomada rápida de decisão, um gama de conhecimentos aprofundados sobre emergências e raciocínio clínico. No momento de executar intervenções prontamente, inclusive invasivas, habilidade na área da enfermagem destinada por legislação, tem como restrita, o profissional enfermeiro.

Esta discussão importa a segurança do paciente e a qualidade da assistência em situações de risco conhecido ou desconhecido.