A Língua Portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil, consoante ao artigo 13 da Constituição Federal promulgada no ano de 1988. Dessa forma, o léxico pode ser entendido como o ramo da Linguística que, inicialmente, configura a realidade linguística e arquiva o saber linguístico de uma sociedade num determinado momento histórico, e num sentido mais amplo, o léxico pode ser entendido como sinônimo de vocabulário.

O vocabulário da Língua Portuguesa, ou seja, todo o conjunto de palavras que formam o idioma oficial brasileiro está descrito no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – VOLP da Academia Brasileira de Letras, que criou, inicialmente, a Comissão de Lexicografia (arte de fazer um dicionário) e posteriormente, ampliou nos propósitos com a junção com a Comissão de Lexicologia (ciência que estuda e descreve o léxico de uma língua) para tratar pesquisar, analisar e cuidar do nosso léxico. Vale ressaltar, que a última edição do VOLP é de 2009 na sua 5ª edição.

No final dos anos 80, a Rede Globo exibiu a novela “Que Rei Sou Eu”, na qual essa trama havia personagens que de uma forma irônica utilizava vários termos do Inglês como “my god”, “money”, “very beautiful” e muitos outros neologismos. Houve no Brasil uma invasão dessas palavras e termos que até hoje estão em nosso cotidiano e não fizeram diferença para a nossa majestosa Última Flor do Lácio, como dizia o poeta Olavo Bilac.

Recentemente, com o avanço tecnológico, o aumento espantoso da velocidade das comunicações, principalmente, nas redes sociais utilizam-se muitas palavras, nem abreviadas, mas cortadas mesmo, como “tb” (tudo bem) “n” (não), vulgarmente chamado de “Internetês”, que eu não chamaria de Idioma ou Língua, mas de uma variante linguística ou outra qualquer forma de linguagem utilizada, especificamente, para determinado fim.

Portanto, acredito não haver problema algum em se utilizar o “Internetês” por todos os brasileiros, porém, desde que todos, indistintamente, pratiquem as outras diversas variantes linguísticas existentes em nosso país, que tem dimensões continentais, onde a diferença cultural é nossa marca registrada. Devemos nos preocupar é com ensino de qualidade, dar acesso, principalmente, aos jovens ao conhecimento da Língua Portuguesa como ferramenta de inserção social. Da gramática normativa com a norma culta/padrão, que é a mais prestigiada no mercado de trabalho até as contemporâneas teorias sobre a Gramática Reflexiva que não trata do certo ou errado e, sim, adequação vocabular ao contexto de comunicação em que o interlocutor está inserido. Assim, poderemos formar cidadãos mais críticos e cientes do seu papel na sociedade.