Toda-vida

Thiago B. Soares

 

Na vida nada posso entregar

Pois, dela tenho medo voltar

Das idas e vindas, começo entender

Que nascer, viver e “Viver”

É, antes de tudo, uma lei natural.

 

Sem a qual o ser humano

não deixaria de ser animal.

Por tudo que fizemos, voltamos.

Para o bem ou para mal

É o ponto de vista de um suserano.

 

Não querendo dizer que possamos escolher

Todavia acaso o ser

é impossível de não ser?

Sejamos o como se realiza

todos os dias do sol numa brisa.

 

Compreendamos o ter enquanto uma possibilidade perene

Da eternidade passante um momento.

Matar o tempo, reverberar o alento do existir

Na causa efêmera do tanto insistir

Por uma viagem de passado, presente num futuro a investir.

 

Na vida tudo posso entregar

Pois, dela não hei de voltar.

Entendi o nascer, crescer

E morrer como um ponto da existência.

Assim, simplesmente existo sem procedência.