A GUERRA NOS MORROS DO RIO DE JANEIRO.

 O Rio de Janeiro está enfrentando há anos, conflitos massacrantes entre policiais e traficantes que ocorrem nas favelas do estado. Segundo o economista técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e especialista em economia do crime e segurança pública, Daniel Cerqueira, “o Rio vive hoje um verdadeiro descontrole: Cada grupo de policiais, cada batalhão, faz suas operações e sai atirando a esmo, matando, morrendo. Estamos vivendo uma verdadeira anarquia no sistema de segurança do Rio”. Porém entre os dois lados, os mais prejudicados são as pessoas de “bem”, pois além da dor dos familiares de policiais mortos sentem, uma quarta parte incluída injustamente nessa guerra sofre também com as perdas de seus entes queridos, a população que habita os morros e seus arredores. De janeiro a junho de 2017, foram registrados em média 14 tiroteios diários, os embates ocasionaram na morte de 706 pessoas, dentre elas 586 civis e 120 policiais, mais 67 pessoas morreram vítimas de balas perdidas, de um total de 632 pessoas feridas . São consideradas vítimas de balas perdidas, pessoas que não tem influência ou participação sobre o disparo de arma de fogo. Samara Gonçalves, de 14 anos, foi atingida por uma bala perdida no pátio da escola na Baixada Fluminense, o tiro atingiu as costas e perfurou o pulmão da menina. Outro caso mais recente, foi o de Vitor Gabriel Leite Matheus, ele estava brincando na sala da própria casa quando foi atingido, ficou em estado grave e teve que passar por cirurgias, a criança de apenas três anos não aguentou e faleceu. Cerqueira ainda afirma que é necessário “cessar esses confrontos e fazer políticas com o objetivo de preservar vidas e diminuir o medo da sociedade, passando pelo reordenamento do trabalho das polícias e utilizando os recursos que ainda existem da inteligência policial.” Outro problema que ocasiona confrontos como esse que acontece no Rio e é pouco comentado é o tráfico de armas. Ampliando a discussão para âmbito mundial, hoje, no século XXI, temos um globo majoritariamente capitalista, trazendo consigo desejos de poder, expansão territorial e ódio gratuito. São gastos milhões e até trilhões para fabricar e traficar armamentos pesados com o objetivo de importar e exportar para outros países. São construídos muros que não geram segurança e sim o medo nas populações. A consequência disso são as guerras que estão acontecendo hoje entre as nações, por divergências de crenças religiosas e políticas, ideais, etnia e até liberdade individual de amar ou ser quem você realmente é. Os governantes distribuídos pelo mundo, gastam dinheiro com armas, barreiras, exércitos e com possíveis aliados, eles constroem os castelos, as muralhas, jogam milhares de pais de família em batalhas, deixam com que suas crianças troquem a escola por trabalhos escravos ou para morrerem em campos e acham que a segurança está ali, mas se esquecem do principal, que é zelar, alimentar e dar um estilo de vida digno ao seu povo. Tendo isso em vista, podemos concluir que as pessoas que deveriam proteger aos seus, são as mesmas que os matam. Temos hoje na Síria, além do maior exemplo de como a distribuição irregular ou maldosa de armamentos acaba com um país, o descaso com a humanidade. Milhões de pessoas morrendo em suas próprias casas que são atingidas por bombas, milhares de pessoas morrendo afogadas tentando fugir do país e mais milhares morrendo de fome, pois conseguiram fugir, mas não tem onde morar e nem como se sustentar. A guerra se iniciou com o embate entre grupos rebeldes que protestam contra o governo autoritário de Bashar Al-Assad e o próprio governo que teve uma reação violenta, mas muitos outros moradores conseguiram armas. A pergunta que fica é: Como as bombas, os misseis, os fuzis e qualquer outro tipo de arma chegam lá? E a resposta é: através do tráfico. A interferência externa complica ainda mais o conflito, a Arábia Saudita e o Irã que disputam pela região, entraram na “briga” e cada um apoia um lado, A Turquia está do lado rebelde, a Rússia ofereceu apoio militar ao país, Os Estados Unidos (EUA) armaram os rebeldes e tem o Estado Islâmico (EI), que lutam contra todos. O curioso é que armas compradas pelos EUA e que deveriam estar com combatentes apoiados pelas forças ocidentais da Síria, estão indo para EI no vizinho Iraque. E assim podemos ver como esses emaranhados de países distribuem as suas armas e se auto aniquilam. Alguns dizem que estamos próximos da terceira guerra mundial, imagine se esse for o caso, com o armamento que está “solto” pelo mundo, a guerra só irá acabar quando infelizmente, o ultimo homem cair.