Terapia Cognitivo Comportamental (TCC): Uma abordagem conceitual.

Por MENIS SILVA DE ANDRADE | 16/07/2024 | Psicologia

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL (TCC): UMA ABORDAGEM CONCEITUAL.

ANDRADE, M.S.1
Pós-graduação em Psicoterapia.2

 

 

RESUMO- Em vários contextos, a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é abordada e muito utilizada, podendo, assim, ser benéfica para assessorar na sustentação e promoção de uma melhor condição de vida aos pacientes. Para o desenrolar deste trabalho, teve a realização de consulta bibliográfica em obras anteriores que avaliaram a importância da Teoria Cognitivo Comportamental, foi realizada. Nota-se que psicoterapeutas que trabalham e estudam a abordagem Cognitivo Comportamental, empreendem essa área de trabalho gerindo pesquisas experimentais com a intenção de indicar um específico método de intervenção às diversas questões psicológicas assessoradas. A TCC proporciona com individualidade ser direcionada e estruturada as questões psicológicas da contemporaneidade, tendo a finalidade de resolver os inconvenientes e transformar os sentimentos, pensamentos e perturbadores comportamentos. Finaliza-se que nesta teórica abordagem, os elementos teóricos e práticos são destacados em relação ao comportamento, cognição, emoções.

PALAVRAS-CHAVE: Intervenção Psicológica. Psicoterapia. Terapia Cognitivo Comportamental.

 

1 MENIS SILVA DE ANDRADE, Bacharél em Ciências Contábeis, pela UNOPAR, em 2015. Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7430843809603401
2 Curso de Pós-graduação em Psicoterapia, na Faculdade Futura.

 

INTRODUÇÃO

O trabalho presente é a reunião de teorias referenciais do estudo numa abordagem de TCC, uma prática e investigação clínica mostra-nos que pesquisas com esta abordagem são ativas na diminuição de percentuais de repetição e sintomas sem ou com medicamentos, uma variedade ampla de transtornos psiquiátricos. Avalia-se que hajam mais de quatrocentos artigos, publicações das decorrências de intervenções com a TCC, e mais produções cientificas seguem em desenvolvimento.

Esse cognitivo modelo é originado das pesquisas dirigidas pelo psiquiatra médico Aaron Beck, direcionadas a explicação das técnicas psicológicas na terapêutica da depressão, num experimento de confirmar a tese de Sigmund Freud em relação a depressão como resistência retro fletida reprimida. Conforme é abordado, a TCC baseia-se na seguinte entrada: a maneira pela qual é processada e percebida a realidade pelos pacientes, influencia inteiramente o formato de como se percebem e de como se comportam, usando a base da cognitiva tríade constituída nos estudos de Beck.

Feito em forma descritiva, qualitativa e exploratória. Este artigo teve como fontes, informações disponíveis na web, em sites voltados a área de psicologia e alusivos ao tema de Psicoterapia, acessados em Google Acadêmico, por meio das descrições: avaliações psicológicas, terapia cognitiva comportamental, psicologia clínica, tratamento psicoterapêutico e etc.

 

1 - A TCC (Terapia Cognitiva Comportamental).

 

Com direcionamento ao diagnóstico de fator cognitivo, que é pertinente à mudança de manifestação psíquica, os esboços da TCC, entra tão logo quando surgem inovações de perspectivas empíricas e indagações direcionadas ao comportamento, aparecem estudos novos para o incremento do clínico manejo usando técnicas, principalmente focada em tratamento de disfunções sexuais, obsessões, fobias, entre outras. A TCC sobressai pelos fatores práticos e teóricos acerca do comportamento, da cognição e das emoções.

 

Psicoterapia cognitivo-comportamental é uma prática de ajuda psicológica que se baseia em uma ciência e uma filosofia do comportamento caracterizada por uma concepção naturalista e determinista do comportamento humano, pela adesão a um empirismo e a uma metodologia experimental como suporte do conhecimento e por uma atitude pragmática quanto aos problemas psicológicos (RANGÉ, 2001a, p. 35).

 

Precedida de linhas filosóficas e antigas religiões, entre elas o budismo e o taoísmo que impetravam a extensão das ideias a respeito dos sentimentos. Em sua técnica empirista e racionalista, a TCC é aperfeiçoada em cientificas constituições, com competência ampla em situações clínicas, direcionados ao conhecimento social, que diminui ansiedade generalizada e crises de pânico, entre outros, estendendo técnicas de abordagem as perturbações de humor; (ZAKHOUR et al., 2020).

Iniciaram-se no final do século XIX, as contribuições teóricas das TCCs, ao mesmo tempo do aparecimento da teoria de Darwin, do evolucionismo e numa concretização crescente de esboços empíricos acerca do comportamento. Em meados da década de 70, ficou desenvolvido e espalhou-se a hipótese que uma dificuldade psicológica seria entendida sob três divergentes preceitos, são relacionados entre si, pela evidencia comportamental, fisiológico, afetivo/cognitivo. Este conceito concebeu uma anulação com a unitária visão dos distúrbios psicológicos que existiam até então e, assim foi dado mais destaque a cognitiva tríade adiantada pelo psicólogo e professor Aaron Temkin Beck.

Dos anos 60 em diante, a Terapia Cognitivo Comportamental teve um crescente movimento  desde o postulado de Aaron Beck, a abordagem, com o passar dos tempos teve seu desenvolvimento em distintos conceitos teóricos, técnicas e premissas, baseada com vários trabalhos criados por notáveis pesquisadores, entre eles: Ivan Petrovich Pavlov, quando se trata de condicionamento clássico, os de John Broadus Watso agregados ao comportamentalismo e os trabalhos de Edward Lee Thorndike voltados a aprendizagem e os estudos de Burrhus Frederic Skinner, em elação ao condicionamento operante. Nesta terapia, os básicos e automáticos processos, com as chamadas crenças esquemas, são abrangidas pelas estruturas cognitivas. Portanto, a abordagem comportamental é executada levando em consideração evidências, na qual os espontâneos pensamentos são atrelados na mais acessível parte da consciência.

Conforme é dito por CIZIL e BELUCO (2019): As crenças compõem o nível mais determinante de suposições, amplia e auxilia o olhar investigativo e clínico que o psicoterapeuta precisa constituir nas sessões, e um relacionamento de aliança junto ao seu paciente, afinal, as crenças permitem evidências, princípios e valores globais creditados como reais.

Neste modelo é proposto que o disfuncional pensamento, que influencia o humor e algumas formas de pensamento do indivíduo, é normal em vários transtornos. Desta a forma, as pesquisas clínicas elaboradas na TCC, traz à tona que os indivíduos se sentem e/ou comportam-se conforme as concepções que fazem frente a uma situação determinada. De tal modo, é entendido então que o processamento cognitivo é que induz o indivíduo em uma constante avaliação de acontecimentos e estes têm próprios significados, explicado como pensamentos automáticos (WRIGHT, 2018).

O Pacto Terapêutico estabelecido no procedimento terapêutico é uma clínica manobra inicial para o psicoterapeuta ter a definição de como é estabelecida as relações gerais com o paciente e colabora para uma análise das crenças em disfuncionamento do paciente. As variáveis da aflição mental são distintas, o que permite por meio da empatia do psicoterapeuta ao paciente, envolvendo um nível de empenho psicológico, colaborando com a criação de melhor conexão obtendo uma expectativa positiva em relação a psicoterapia, melhor condição do relacionamento interpessoal, capacidade de decisão em meio a situações problemáticas e nível de resposta emocional.

É notório que a TCC é uma terapia objetiva e focal, caracterizada numa verificação das determinantes de sofrimento, acompanhando a forma do paciente pensar, levando em consideração seus reflexos emocionais, sociais e comportamentais. Esta autoanálise dá assistência ao indivíduo para assumir o encargo de autoajuda e com o auxílio do psicoterapeuta passa a ser mais assertivo.

 

Figura 01 – Indivíduo quando assume o controle mental:

 

Fonte:Psicologos.com (2017)

 

2 - UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA TCC.

A avaliação psicoterapêutica, na TCC, é tida, no entanto, como um contínuo método de base de intervenções para táticas de tratamento e enfrentamento, uma ligação estreita em meio a avaliação e uma intervenção, que tem como administrar um estabelecimento das funcionais relações entre o ambiente, o comportamento, as emoções e as cognições, acondicionando emocionalmente a questão do indivíduo e norteando o formato do modo de agir do psicoterapeuta quanto ao paciente assistido por ele. Com isso, ao iniciar uma avaliação, o psicoterapeuta passa a intervir, com esta intervenção, o psicoterapeuta avalia o retorno do indivíduo e seus processos para com sua manobra psicoterapêutica de diminuição de agravos período de tratamento (GOMES, 2019).

Knapp (2008) diz que o dever do psicoterapeuta clínico na TCC é fazer as suas análises empaticamente e com competência clínica. A avaliação cognitiva de casos e quadros clínicos que surgem na sucessão dos dias de pacientes e as avaliações de comportamentos, para com isso, deve dar prosseguimento desenvolvendo táticas de estimativa dos adaptativos esquemas e usar ferramentas de intervenção alterando ou possivelmente diminuindo as atuações dos esquemas desadaptativos, exigindo execução técnica na avaliação psicológica e conceitualização cognitiva.

Desde o contato primário com o paciente é que se inicia a ferramenta de avaliação na TCC. Em seu pacto psicoterapêutico, até as finais sessões, pois estas ferramentas permitem que o psicoterapeuta obtenha a preparação de hipóteses concernente a cada caso, que devem ser admitidas ou não, ou alteradas na medida em que surgem números novos.

As metodologias como conceitualização cognitiva, anamnese, rastreamento cognitivo, coping terapêutico [1]focado nas emoções e nos problemas, preparação de suposições, entre outras, permitem um alcance na análise e na escuta em toda terapia que o psicoterapeuta desempenha em seu paciente, o que deixa evidente que o psicoterapeuta recolha amplas informações para um melhor entendimento das complexidades nas crenças disfuncionais do indivíduo, que o profissional percebe em seu setting terapêutico. Com isso, o início da terapia é marcado com esta cognitiva avaliação, porquanto fará parte de toda estrutura teórica de orientação interventiva nos quais serão essenciais para um incremento psicoterápico fundamentando evidências, em processos, competências e instrumentos de recursos de enfrentamento (BECK, 2013).

A TCC tem embasamento na busca para entender a origem do aprendizado das pessoas e como percebem e rememoram conhecimentos frente ao relacionamento junto ao meio ou pensam, e da mesma maneira que as outras ciências, estão sujeitas ao afinco, tanto dos empiristas quanto dos racionalistas para o desenvolvimento de sua teoria, da mesma maneira os psicoterapeutas seguem motivando suas empíricas observações e por meio dessa dialética as observações e revisões teóricas contextualizem a novas reinserções da terapia cognitiva (STERNBERG, 2015).

No emprego das ferramentas para analisar a questão do indivíduo, são empregadas técnicas, dentre elas: anamnese, as entrevistas e técnicas voltadas às contingências que possam surgir, observando que para estas técnicas abrangem analisar: a situação de vivência do paciente, os sinais, diagnósticos clínicos e sintomas, o histórico psiquiátrico e psicoterapêutico e a constatação do humor e a condição mental do paciente.

A TCC baseia-se na pressuposição teórica de que as emoções e os comportamentos de um paciente são categóricos em sua maioria pela sua maneira dar estruturas ao mundo. As metodologias da TCC têm por finalidade a influência no comportamento, no pensamento, no humor e a estimulação fisiológica do paciente (BECK, 2013).

O psicoterapeuta cognitivo comportamental procura saber como surgem as condutas desadaptativos, para então, trabalhar um significado de competência, as capacidades emocionais e manejo de autoestima do paciente, e como este indivíduo pode alterar os traumas em potencialidades que a assegura aprendizagem social e, um ajustamento no seu humor, de maneira a dar influência ao paciente a obter um padrão comportamental mais assertivo para encarar seus próprios problemas, ajudando e reforçando positivamente as competências do comportamento do paciente (BAHLS; NAVOLAR, 2014).

Apesar de distintas, as intervenções abrangidas nas TCCs, devido ao intermédio cognitivo que coordena o desempenho humano, ademais, uma opção primária de tratamentos a várias psicopatologias, a TCC é apresentada sendo uma terapia, onde foco principal é gerar modificações no comportamento e pensamento, alterando a composição comportamental e emocional de maneira contínua (PETERSEN; WAINER, 2011).

Analisando os dados constantes nos materiais pesquisados, pode-se assegurar que o psicoterapeuta necessita ser facilitador na exposição de ocorrências e receptivo, também deve considerar os culturais aspectos que influenciam cognições, os valores, os modos de se comportar e significados, as deliberações pertinentes com a intervenção e diagnóstico.

3 - CONCLUSÃO

Confia-se que as intervenções fundamentadas na TCC, manifestar-se empiricamente adequadas, contribuindo à promoção do conforto dos indivíduos em variadas psicopatologias que venha surgir no transcurso da vida.

É notório nas fontes consultadas, que a TCC proporciona efeito positivo com ampla eficácia no acompanhamento de psicopatologias diversas e na precaução, que independe etapa do processo de ampliação das escolhas das pessoas para que elas tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser. Temos o destaque da usabilidade deste enfoque no procedimento terapêutico tornando-se proeminente para as modificações comportamentais.

Nesta pesquisa, ficou destacado a relevância dos esboços aprofundados por profissionais qualificados, destacando a seriedade dos dados avaliados essenciais para a TCC, sendo eles: a relação colaborativa, o pacto terapêutico e o estabelecimento de metas

É esperado que o psicoterapeuta seja diligente, agindo de modo que o paciente obtenha motivação suficiente para se tornar o ator principal do setting terapêutico, de tal maneira que o psicoterapeuta possa ser cooperador do método, agenciando o desenvolvimento potencial do paciente, a diminuição de agravos e a recomposição de seu bem-estar.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

BAHLS, S.C.; NAVOLAR, A. B.B.; Terapia cognitivo-comportamental: conceitos e pressupostos teóricos. Revista Eletrônica de Psicologia, nº 4, Curitiba, jul. 2010. Acesso em 22 de agosto de 2021.

BECK, Judith. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

BECK, A. T. & ALFORD, B. A. 2000. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas.

Bloch, S. (1999). Uma introdução às psicoterapias. Lisboa: Climepsi.

CIZIL, M.; BELUCO, A. As contribuições da terapia cognitivo comportamental no tratamento da depressão. Revista UNINGÁ, v. 56, p. 10, 2019.

Freud, S. (1980). Recomendações aos médicos que exercem a Psicanálise. Em: J. Salomão (Org.). Edição standard brasileira de obras completas de Sigmund Freud. Vol. XII. Rio de Janeiro: Imago (Original publicado em 1912)

GOMES, H.V. O Manejo Clínico Cognitivo Comportamental no Tratamento de Transtornos Depressivos. Psicologia: O portal dos Psicólogos. Universidade Federal de Piauí – UFPI. 2019.

KNAPP, Paulo et al. Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática Psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2008.

PETERSEN, C. S.; WAINER, R. Terapias Cognitivo-Comportamentais para crianças e adolescentes: ciências e arte. Porto Alegre. Artmed, 2011.

PSICÓLOGOS.COM. Página institucional. Disponível em: https://www.psicologo.com.br/blog/terapia-cognitivo-comportamental-tcc/.

RANGÉ, Bernard (Org). Psicoterapia Comportamental e Cognitiva: Pesquisa, Prática, Aplicações e Problemas. Vol. 1. São Paulo: Editoria Livro Pleno, 2001a.

STERNBERG, R, J. Psicologia Cognitiva. Cegage Learning. São Pulo. 2015.

SKINNER, B. F 1953. Science and human behavior. New York: Macmillan.

WILSON, Rob. Terapia Comportamental para leigos. Rio de Janeiro, Alta Books, 2011.

WRIGHT JH, Basco MR, Thase ME. Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed; 2018.

ZAKHOUR, Stephanie et al. Cognitive-behavioral therapy for treatment-resistant depression in adults and adolescents: a systematic review. Trends Psychiatry Psychother., Porto Alegre, 2020.

 

[1] O conceito de coping tem sido descrito como o conjunto das estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se a circunstâncias adversas ou estressantes.

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