TER E NÃO SER EIS A QUESTÃO

06/11/2015

                                      Marcos Espindola Macedo

Temos em nossa cultura algo que aparentemente nos foi entregue como sendo um ponto positivo para as pessoas, que é o ter algo; seja beleza, dinheiro, diplomas, status.

As pessoas dentro das redes sociais tentam de todos os modos mostrar para Aos outros que possuem algo de valor e que desse modo precisam ser aceitas pela sociedade. Vemos um bombardeio dia e noite de fotos de comidas, bebidas, lugares, mulheres e homens, como se isso preenchesse um vazio que persiste em permanecer nas pessoas, mesmo aquelas que “ostentam” alegria, muitas vezes, falsa.

Estávamos acostumados a comprar diversas coisas, mesmo aquelas que após conquistadas não sabíamos o porquê de termos adquirido. Seria realmente necessidade? Creio que em sua maioria não. Seria uma síndrome de Diógenes? Penso que longe disso, mas certamente as pessoas estão mais apegadas aos bens materiais, basta olhar ao seu redor e notar quantas pessoas não caminham pelas praças com seus celulares de diversos tamanhos e modelos e nem notam seus amigos, familiares que tropeçam quase que literalmente neles.

Provavelmente Shakespeare deve estar se virando em seu túmulo por eu ter feito uma intertextualidade de um de seus mais belos textos, e isso tendo como base um dos problemas de nossa sociedade. Mas analisemos não é para isso que servem realmente as maiores obras da humanidade? Nos colocar em cheque com nosso problemas?

Qual o maior objetivo delas senão o de nos fazer pensar e se possível mudar nossas atitudes?

Creio que podemos sim mudar nossas atitudes principalmente quando se relaciona a “sermos” diferente daqueles que possuem algo, por mais que não tenhamos um Rolex no pulso, temos a consciência que o que temos nos tem valor e foi comprado e não recebido de alguém que nos deixou uma herança e não nos deixou princípios.

Por mais que não tenhamos um carro importado, ou uma casa das melhores, temos sim saúde para realizar nossos sonhos e temos um lar, onde habita a paz.

Talvez ,por mais que eu me esforce como homem, ainda assimnão deixe nenhuma herança para meu filho, mas uma certeza tenho em mente, ele saberá o pai que teve, alguém que não tomava o que não era seu, alguém que quando devia sempre pagava, alguém que ajudava aos pobres mesmo tendo muito pouco e por esses motivos, era sim, alguém.