Teorias sobre o estado do Zimbabwe

Nelson Pinto

(Universidade Pedagogica- Niassa) 2016

O Estado do Zimbabwe é um dos antigos existentes em Moçambique. Resumo Falar do estado do Zimbabwe é falar de um estado africano que mostrou capacidade de arquitectura africana. Pois estes povos surgem no século IV e conheceu o seu desenvolvimento nos anos de 1250 a 1540. Foi população agrónoma e política.

Abstract

Speaking Zimbabwean state is talking about an African state that showed African architecture capability. For these people come in the fourth century and met its development in the years 1250 to 1540. It was agrónoma and political population.

Formação

Foram as populações karanga que fundaram o Estado do Zimbabwe, a partir dos meados do século VIII, conhecendo o auge do seu poder no século XIII, entre os anos de 1250 a 1450. Tomou o nome de Zimbabwe porque na cidade capital era rodeada de amuralhados de pedra. Assim o grande Zimbabwe foi uma realização de africanos, arquitectónicos ou seja de material natural. Hipóteses de formação de Estado de Zimbabwe:

1ª. Teoria: de Donald Abraham (religiosa)

Está teoria sustenta que a formação do estado do Zimbabwe é o resultado do processo migratório dos povos shonas no final do 1ᵒ milénio de n. e. que estes introduziram:

 Técnicas de mineração;

 Culto dos antepassados;

 Os santuários que eram construídos em colinas chamados Mwari que recebeu o nome de Zimba ou Dzibambwe (casas de pedras). Os comerciantes árabes tiveram com o grande Zimbabwe nos meados do sec. XI e XII, onde começou a expansão de relações comerciais do ouro.

O poder central estava na mão dos chefes e sacerdotes que controlavam o culto de mwari. Esta teoria chamou-se religiosa, porque baseou-se em estudos orais.

2ª. Teoria: Comercial

O surgimento dos karanga teve causa de intensificação das tropas comerciais no séc. XIV. Nesta época a cidade de Quiloa teria realizado o comércio do ouro e marfim no território nacional (Sofala).

Esta hipótese chamou-se de comercial porque baseou-se em exportações e importações. Economia do Estado do Zimbabwe Os shonas dedicavam-se em agricultura como a sua principal actividade (cultivavam mapira e mexoeira); pastorícios (criavam bois, carneiros e cabrinos) grandes lixeras de ossos de vitelos (boizinhos) foram encontrados perto da área residencial do chefe supremo o que investigadores fazem pensar que os agricultores pagavam certos impostos em cabeças de gado; mineração (os shonas faziam a extracção do ferro, do cobre, do estanho e do ouro), o ferro significava o maior poder militar com armas mais poderosas com capacidade de conquistar novas terras. O ouro era utilizado como embelezamento. Comércio (as aldeias faziam troca directa de cereais, gado, sal e instrumentos de ferro), a aristocracia forçava os camponeses a trabalharem nas minas para obterem o ouro para compra de bens de prestígio, como: missangas, porcelanas, vidro colorido e outros.

ESTADO DO ZIMBABWE

Organização Política

O grande poder político estava concentrado na capital, é na capital onde encontramos a grande estrutura política. Portanto, existem duas hipóteses no organograma política do Estado do Zimbabwe.

1ª Hipótese: esta hipótese reconhece a existência do poder centralizado e outros poderes que dependiam do poder central.

Nesta ordem de ideia, encontramos os chamados Estados Vassalos do Estado de Zimbabwe a destacarmos: Sedanda, Quiteve, Quissanga, Manica, Barué, Maungue, Bulua e Mtoko.

Estes Estados Vassalos revoltavam contra o poder central. Estes Estados em certos momentos vão perder os seguintes poderes:

 Poder de obter tributo;

 Poder de decisão;

 Poder ideológico

2ª Hipótese: esta hipótese postula que não havia autoridade sobre o Mwenemutapa. Salienta que na década de 1510, os Karangas estabeleceram as suas várias linhagens quase todas as linhagens de origem real, na sua maior parte foram se fixar nas terras baixas do Zambeze.

Foi por causa da semelhança das instituições, linguagens e costumes destas chefias e porque também havia uma certa ligação com linhagem principal. Esta hipótese ainda documenta que, existia um processo de apropriação mútua de culturas, os invasores vão apropriar-se as culturas dos invadidos e vice-versa. Estas duas hipóteses conduzem-nos para duas visões nomeadamente:

1ª Visão: É a visão Centralista, que dá indicação de uma sociedade, Estado e Império personificado pela pessoa do soberano denominado Mamba ou Mambo, ou seja, Monomutapa auxiliado por nove (9) funcionários e três (3) mulheres, faziam parte os mutumes (mensageiros), os Infices que eram guardas da soberania, posteriormente, vieram a surgir as províncias consideradas como Estados vassalos integrando os mushas que eram aldeias. Na liderança das províncias, encontramos os fumos ou encosse, seguidamente os mushas e depois os camponeses, e cada musha era dirigido por um chefe chamado Mukuro ou Mwenemusha.

2ª Visão: É a visão Fragmentaria, que postula a existência de uma sociedade descentralizada e segmentada em que o poder encontrava-se dividido em diversos reinos, fumos ou encosses, e reconhece a existência dos mushas com menos poder. Esta mesma visão, não confirma a jurisdição política do mwenemutapa e a constituição das mulheres caracterizavam um símbolo de poder. Portanto, o Mwenemutapa sedia sua esposa aos pajens pela sua honestidade e os outros chefes casavam dentro e fora do clã Karanga. As mulheres do chefe Karanga eram suas próprias irmãs e cabiam a elas controlar as propriedades dos seus esposos.

Neste Estado havia uma governação alternativa ate chegar a nova geração e as mulheres podiam rejeitar os candidatos uma vez que a sucessão de poder era patriarcal.

Organização Económica

Os primeiros povos da idade de ferro que ocuparam por volta do século IV, não tinham muito gado, e no século V, a região sul foi invadido por criadores de gado e vão afastar para o norte.

Os povos da idade de ferro, praticavam a pecuária, extracção do ouro. Os povos do Estado do Zimbabwe executavam algumas actividades como o artesanato, o ouro e o comércio na costa oriental moçambicana a longa distância. Religião O exercício do poder estava relacionado com a religião na sociedade shona-karanga. No interior do Zimbabwe, havia uma área reservada onde as esposas e os criados tinham acesso e nessa área os chefes viviam longe dos mortais comuns. Neste Estado os deuses eram importantes e não se observavam de qualquer maneira.

A principal vocação religiosa, estava virada aos antepassados, os Muzimu, que podia ser efectuado em cada família, os mambos dirigiam as cerimonias para que o seu povo vive-se em paz, e os rituais ligados as chuvas e controlar as ligações sobrenaturais. A sociedade confiava aos mambos porque garantiam a fertilidade, liberdade, tranquilidade e o bem-estar. Também estava ligado ao poder os Swikino, Mediuns (deus) que eram conhecedores de genealogia e orientavam o processo de sucessão de poder e com tudo isso houve assimilação de culturas entre os shonas-karangas e troca de práticas religiosas.

Bibliografia

RECAMA, Dionisio Calisto. História de Moçambique, de África e Universal. 1ª ed. Maputo, plural editores, 2006. 160p.

SERRA, Carlos. História de Moçambique: Parte I- Primeiras Sociedades Sedentárias e Impacto dos Mercadores, 200/300-1885; Parte II- Agressão Imperialista, 1886-1930. Volume I e II, 2ª edição, Maputo, Livraria Universitária, UEM, 2000.

SENGULANE, H. História das Instituições de Poder Político em Moçambique. Maputo, ed. 2013. NIANE, Djibril Tamsir. História geral da África, IV: África do século XII ao XVI /.2.ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010. 896 p.