O tempo chegará eu sei, mas, quando será não sei
Quando ele chegar sentirei seus efeitos deletérios
Tornar-me-ei mais leve, experiente e quiçá, sensato
Há tantas coisas que o imediatismo de agora subtrai
Sequer paro para ouvir os detalhes das canções
Sequer reservo tempo para deleitar-me nos poemas

De uma coisa sei, a alegria das crianças será desejada
Terei mais tempo para mim mesmo e a cama será afago
Que legado estou construindo? E o epitáfio para a placa?
Tentarei conservar o idealismo e minh'alma vibrante
Vou encomendar as precatas de cordas azuis e usá-las
A capanga cheia de biscoitos guardarei do meu lado direito

Quando idoso for, meus filhos estarão ao meu lado?
Se netos eu os tiver quererei todos comigo, eles serão meus
Querida, se tu fores antes de mim, não suportarei tua ausência
Sem teu olhar a vida perderá o encanto e serei metade solitária
Sem tuas mãos perderei as palmas que me acolhem e confortam
Acordar sem o cheiro do café e do pão de queijo, será saudades

Quando eu repetir a mesma história, eles me entenderão?
Se fraudas eu usá-las, quem as trocará para mim?
Quem sustentará meus braços para o sol da manhã?
E se os pensamentos desordenados forem ou me faltarem?
Será tempo de ouvir as batidas lentas e fracas do coração!
Esse tempo chegará eu sei, mas, quando será, não sei..!

Por: Lourival Jose Costa