O tempo chegou e as forças reduziram
Hoje, me esforço para caminhar
Por vezes, não sei onde estou
Repito as histórias de ontem.
 
Meus meninos cresceram e me deram netos
Os músculos atrofiaram e não me sustentam
As pernas ficaram descompassadas
Tragam-me a cadeira amarela...!
 
Nessas férias fui à praia e tentei entar no mar
Meu corpo pesado não foi meu inimigo
Meus netos me pegarão pelos braços
Minha filha arremessará as águas.
 
A cadeira estava comigo e foi até a orla
Sente-me e a alegria do mar chegou
As águas acariciarem meus pés
Meu sorriso largo estampou...!
 
O sol estava escaladante; desejei mergulhar
Minha filha fez conxas e me refrescou
Olhei para ela e sorri com ternura
Ela me olhou atentamente.
 
Eles mergulharam e eu me submergi nas lembranças
Voltei no tempo e os vi como minhas crianças
Lembrei-me do arroz de forno e do coentro
Senti os sabores da vida novamente.
 
O tempo de conduzi-los passou rápido demais
Hoje já não me sinto tão útil para eles, mas
Se meu significado foi bom e permanecer
Então minha utilidade teve significância.
 
Quero o MEU AMOR de tantos anos ao meu lado
Quero a paciência quando me tornar cansativo
Quero aceitação quando eu for inconveniente
Só quero o amor de devotei a eles.
 
Que meu tempo de inutilidade seja breve
Que meu legado seja alongado
Que não haja ausências
Que apenas me amem.
 
Por: Lourival Jose Costa - 11/04/2017 às 10:10hs