Ao observar as relações sociais, o sociólogo Max weber conceituou o poder como qualquer chance de impor a própria vontade num determinado meio, mesmo com a relutância de outros. Insere-se, nesse ínterim, uma prática abominável denominada homofobia. Pode-se entender tal fenômeno ao analisar atos horrendos de aversão e ódio à homossexualidade, bem como inferiorizar essa opção sexual em nome do conservadorismo e do domínio hierárquico do heterossexual. Nessa senda, os caminhos para combater essa intolerância no Brasil devem ser colocados à frente de discussões baseadas principalmente em reformas na sociedade e na própria Constituição Federal de 1988.

Em um de seus discursos memoráveis, a ativista dos direitos civis Coretta Scott declarou que a homofobia é comparada ao racismo e outras atitudes discriminatórias na medida em que nega a dignidade e desumaniza, em larga escala, grandes grupos de pessoas, como o LGBT. Prova disso é relembrar que por muitos anos a AIDS esteve associada ao homossexual, como o único capaz de contrair a doença. É preciso atenuar, portanto, essa problemática, modificando o pensamento arcaico sobre o preconceito ainda existente nesta sociedade e direcionar o desenvolvimento moral pela promoção de liberdade embasada no bem-estar coletivo.

Ademais, a incidência de assassinatos por homofobia cresce exponencialmente pela ausência de legislação capaz de criminalizar tal problema. Esse fato é observado pelo comportamento quase inerte das autoridades acerca dos atos violentos. Em 2011, o supremo tribunal federal legalizou a união homoafetiva, trazendo novamente discussões sobre a homofobia, mas não foi capaz de estancar os crescentes ataques dessa intolerância. Com isso, assegurar na Carta Magna um projeto de lei que priorize a segurança e justiça ao grupo LGBT torna-se um vasto caminho de combate fixo na reforma constitucional brasileira.

Percebe-se, dessa forma, um histórico social decadente e preconceituoso no cerne das relações sociais. Se o brasil quer ser fonte de mudanças, deve se esforçar para formar indivíduos reconhecedores do desejo individual quanto à sexualidade. A constituição também necessita ser reformada para receber um projeto de lei eficaz a fim de punir atos de agressão e desrespeito, bem como manter subsídios para executá-la e, por fim, os meios de comunicação precisam ser exemplo de incentivo no desejo social por grandes mudanças baseadas nas palavras de Rousseau aonde a vontade deve emanar de todos para aplicar-se a todos.