INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA-GÓIASDE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

  

ÁLVARO DE PAULA BASTOS

DANIELY FRANCO ARAÚJO BORGES

GABRIEL TENÓRIO LEMOS

JÚLIO CÉSAR MORAIS DA SILVA

KARLA KRISTINA DE SOUZA 

 

TECNOLOGIA APLICADA AO ESPORTE: CRIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE LESÃO

 

 

 

ITUMBIARA

2019

 

 

ÁLVARO DE PAULA BASTOS

DANIELY FRANCO ARAÚJO BORGES

GABRIEL TENÓRIO LEMOS

JÚLIO CÉSAR MORAIS DA SILVA

KARLA KRISTINA DE SOUZA

 

 

 

 

TECNOLOGIA APLICADA AO ESPORTE:

CRIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE LESÃO

 

 

 

 

Projeto de pesquisa interdisciplinar do Curso de bacharelado em Educação Física do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, com a finalidade de nota parcial em todas as disciplinas do semestre.

 

Orientador: Thiago Remotto.

 

 

 

ITUMBIARA

2019

 

INTRODUÇÃO

 

Crioterapia é um grupo de diversas técnicas e procedimentos na Fisioterapia no qual se aplica baixas temperaturas em regiões locais ou gerais do corpo.Knight (2000)Também pode-se definir crioterapia como "terapia com frio" a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulte em remoção do calor corporal, diminuindo, assim a temperatura dos tecidos. Ela abrange uma grande quantidade de técnicas específicas que utiliza o frio na forma, liquida (água), sólida (gelo) e gasosa (gases) com o propósito terapêutico de retirar o calor do corpo industrializado a um estado de hipotermia, para favorecer uma redução da taxa metabólica local, promovendo uma diminuição das necessidades de oxigênio pela célula. Para que seja atingido o resfriamento muscular em indivíduos magros, necessita-se de um tempo curto, sendo que em obesos o período de aplicação deve se prolongar. Isso implica que o tecido adiposo serve como isolante térmico dificultando o resfriado do mesmo (Canavan 2001; Knight 2000; Figueiredo 2018).

Crioterapia é uma técnica utilizada para destruição de lesões dos órgãos e da pele, sejam elas benignas ou não, pré-malignas e malignas, através de congelamento. A destruição ocorre por formação de cristais de gelo intra e extracelular levando a uma série com reações como alterações osmóticas, danos às membranas celulares e à microcirculação da pele.

Crioterapia tão pouco elucidada na graduação, mas que se torna um recurso muito utilizado no campo de atuação, sobre tudo no campo esportivo.A Crioterapia ultimamente tem sido alvo de diversos estudos científicos, e como sabemos não se limita apenas na atuação do fisioterapeuta, mas em diversas áreas da medicina; e inclusive é o foco principal do Instituto para Problemas da Criobiologia e Criomedicina da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia (IPCC/ANCU) onde há um laboratório de pesquisas em criofisiologia.

Os Efeitos do Frio sobre a Resposta Sensório-Motora ainda causam polêmica então o curso ajuda com apresentação de trabalhos onde mostram os prós e contras da técnica sobre a propriocepção (Garcia, 2001).

As Atualidades na Crioterapia surgem como uma forma de mostrar os estudos recentes e técnicas inovadoras que são ano a ano descobertas e desenvolvidas pelos pesquisadores.

É aplicada ao corpo através de métodos como: spray (todos os tipos), cubos de gelo, compressas, criomassagens, crioalongamento, criocinética, aparelhos dentais e imersão.

É interessante saber que a crioterapia não pode ser feita em qualquer pessoa. Pelo contrário. Situações em que o corpo é incapaz de lidar com mudança de temperatura por causa da alergia, hipersensibilidade, ou insuficiência circulatória não são indicadas o uso. Já as contraindicações da crioterapia estética incluem: doenças de pele como urticária, infecções, gravidez, após uma cirurgia, doença do sistema imune, doenças do coração e câncer.A crioterapia, além de reduzir o edema, também diminui a sensação dolorida e principalmente para aquelas lesões que causam dores constantes. As principais benfeitorias da técnica são Redução da dor, por meio de analgesia (efeito analgésico). Contenção do processo inflamatório e do edema. Restrição da área do trauma. Redução do espasmo muscular. Diminuição do metabolismo celular. Luxações. Melhora a tonicidade da pele. Ajuda a combater a flacidez. Melhora a aparência da celulite. (Knight, 2000; Figueiredo, 2018; Sandoval, 2001).

Habitualmente, uma lesão causada pelo desporto deve-se a métodos de treino incorretos, anomalias estruturais que forçam certas partes do corpo mais do que outras e fraqueza dos músculos, tendões e ligamentos. O desgaste crónico é a causa de muitas destas lesões, que são resultado de movimentos repentinos que afetam tecidos susceptíveis. Felizmente o corpo humano tem uma excelente capacidade de se auto-regenerar, o que combinado com um bom descanso, torna a recuperação mais rápida e eficaz (Garcia, 2018).

As lesões e os machucados são muito comuns em atletas, tanto profissionais como amadores. Em todo esporte há o risco de se machucar, porém, um bom aquecimento e fortalecimento tanto do músculo como do osso, aliados a uma boa e correta alimentação, ajudam a evitar esses tipos de lesões (Garcia, 2018).

Em sua obra, Flegel (2002) classificou e definiu as lesões agudas como:

∙Contusões,   conseqüentes   de   um   golpe   direto,   que   danificam   tecidos  e  vasos,  causando  perda  de  líquidos  e  sangue  levando  a  dor   e   edema.   Quando   afetam   músculos,   ligamentos   e   ossos   causam  limitação  funcional,  porém  em  órgãos  como  pulmões,  cérebro e rins podem apresentar risco de vida;

∙Abrasões geralmente  afetam  a  pele,  em  forma  de  escoriações  ou  arranhões, mas oferece gravidade quando se manifesta na córnea;

∙Perfurações,  ferimentos  estreitos  que  rompem  pele  e  órgãos  internos,   podem   ocorrer   por   cravos   de   calçados   (futebol,   atletismo)  ou  dardos,  estes  oferecendo  maiores  riscos  em  relação  aos pulmões e outros órgãos;

∙Cortes,  que  podem  ser  por  incisões,  cortes  ou  avulsões,  em  que  ocorrem  ruturas  dos  tecidos,  no  caso  de  um  incidente  com  um  brinco ou anel;

∙Entorses ocorrem   nos   ligamentos   e   são   do   tipo   I   quando   ocasionam  dor  e  incapacidade  funcional  transitória,  do  tipo  II  quando algumas fibras do ligamento se rompem, e tipo III quando há   rutura   total.   Estes   últimos   casos   podem   comprometer   a   amplitude  de  movimento  articular  diante  de  uma  má  cicatrização 

ligamentar;

∙Distensões musculares   ou   tendíneas   ocorrem   quando   estas   estruturas sofrem uma força de tração ou contração acima de sua capacidade  elástica.  Também  podem  ser  do  tipo  I,  II  ou  III  pela  descrição acima e podem lesar os vasos ou nervos que participam de suas funções;

∙Luxações e  subluxações ocorrem  nas  articulações,  levando  à  separação  parcial  ou  total  dos  ossos  que  as  compõem,  sendo  o  ombro o local mais lesado;

∙Fraturas são  separações  da  continuidade  de  um  osso  por  uma  força externa, como uma contusão violenta, ou por forças internas como  por  estresses.  Podem  ser simples,  com  os  ossos  divididos  em dois segmentos, cominutiva quando os ossos são divididos em dois  fragmentos,  e  abertas  ou  expostas,  em  que  um  fragmento  ósseo perfura os tecidos moles. A  maioria  das  lesões  agudas  promove  reações  orgânicas  também  agudas,  citadas  por  Kitchen  (2003)  como  forma  de  reparo  do  tecido  lesado  por  reequilíbrio  fisiológico  por  migração  de  células  do  tecido  vascular e conjuntivo, em três fases sobrepostas: inflamação, proliferação e remodelamento, a saber:

∙Fase  de  inflamação,  resposta  do  corpo aos  agentes  lesivos:  físicos,  químicos,  por  calor  ou  bactérias,  onde  ocorre  morte  celular   e   danos   vasculares.   Tem   uma   ação   primária   por   agentes  químicos:  livrar  resíduos  e  tecidos  mortos  e  destruir  infecções. Apresenta sinais característicos de dor, calor, rubor, edema e limitação funcional.

∙Fase  de  proliferação,  onde  ocorre  a  formação  do  tecido  de  granulação  pela  neomatriz  e  neovascularização,  bem  como  a  ação  dos  macrófagos  e  fibroblastos.  É  importante  a  presença  do  colágeno  para  a  regeneração,  e  a  vascularização  se  dá  por  brotamento de capilares, anastomoses em vasos e acoplamento interno.

∙Fase  de  remodelamento,  onde  se tem  a  ação  da  matriz  de  tecido  imaturo  no  mesmo  tempo  que  o  novo  tecido,  sendo  a  matriz  substituída  e  remodelada  durante  o  amadurecimento.  Pode    durar    meses    a    anos    e    deve-se    promover    uma    reorientação  das  fibras  na  direção  das  linhas  de  sobrecarga  à  lesão,   em   forma   de   alongamentos   passivos   suaves,   para   favorecer uma maior força tensil.

As fases inflamatórias das lesões agudas também foram estudadas por  Starkey  (2001),  expondo  serem  decisivas  para  a  elaboração  da  conduta  fisioterapêutica,  e  são  bem  distintas:  fase  aguda  (1  a  3  dias  da  lesão),  fase  subaguda  (7  dias  após  a  lesão)  e  fase  crônica  (7  dias  em  diante). Na inflamação ocorrem também os fenômenos de vasorregulação e coagulação pelos seguintes processos:

  1. a) hemorragia e perda  de  fluídos  por maior  atividade  plaquetária  e  início do processo de regeneração;
  2. b) vasoconstrição, cuja  ação  principal  é  limitar  a  perda  de  fluído. Ocorre   de   forma   primária   por alguns   segundos   de   ação   da   noradrenalina (norepinefrina), e após, de forma secundária com a presença  de  serotonina,  calcio,  trombina,  adenosina    As  plaquetas aderidas nas paredes dos vasos vão originar tampões. Coagulação  pela  atividade  plaquetária  do  sangue  no  meio.  A  protrombina  se  transforma  em  trombina  e  o  fibrinogênio  em  fibrina, originando assim a matriz inicial. O  atendimento  imediato  do  fisioterapeuta  a  uma  lesão  aguda  requer,  além   do   conhecimento   dos   fenômenos   citados,   uma   avaliação   da   condição  do  atleta,  de  forma  objetiva, que  consiste  nos  achados  físicos  que  se  pode  documentar  a  partir  da  observação  da  região  lesada,  que  determina   presença   de   liquido,   edema   e   deformidades;   inspeção   e   palpação, que proporciona ao fisioterapeuta as condições de temperatura, dor superficial ou profunda e a presença de irregularidades em músculos, tendões, ossos e articulações; avaliação da amplitude de movimento, que mostra  incapacidade  funcional  articular;  desempenho  muscular,  para  avaliar  perda  de  força;  exame  neurológico,  demonstrando  perda  ou  ausência  de  sensibilidade;  e  testes  funcionais  específicos  para  cada  modalidade esportiva (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2000).

Os efeitos locais da crioterapia (na presença de sinais e sintomas pós traumatismo) são a redução do fluxo sanguíneo e consequente diminuição da taxa metabólica, com diminuição do edema e redução da inflamação e da dor (Sandoval, 2001).

Diante disto o tratamento de crioterapia pode auxiliar na recuperação e performance do atleta?

 

Objetivo Geral

 

Verificar se o tratamento de crioterapia pode auxiliar na recuperação e performance do atleta.

 

Objetivos Específicos:

 

  • Definir o tratamento em crioterapia;
  • Verificar o efeito da crioterapia nas lesões mioarticulares;
  • Investigar o processo de regeneração muscular através da crioterapia;

 

 

METODOLOGIA

 

Para o desenvolvimento deste projeto de pesquisa bibliográfica qualitativo onde foram utilizados livros da biblioteca da Unidade de Ensino, bem como artigos publicados em sites confiáveis, buscando assim o respaldo teórico científico para a elaboração desta pesquisa de modo a promover o debate e a troca de ideias entre os autores consultados.

O uso da crioterapia tem sido pouco investigado rigorosamente não só em entorses do tornozelo, mas também em outras situações clínicas específicas, entre elas a artroplastia total de joelho, como demonstrado por recente realizada em 2011 (MARKERT, 2011).

Em   sua   obra, Hernandez (2006)  abordou  esta  relação  de  fatos,  quando  sugere  que  a  maioria das lesões pré-existentes se deve aos fatores extrínsicos de lesões crônicas,    citando    erros    de    treinamento    e    uso    de    equipamentos    inadequados  de  proteção,  bem  como  os  fatores  intrínsicos,  entre  eles  os  casos  de  encurtamentos  musculares,  alterações  posturais  e  retorno  do  atleta às suas atividades ainda em sua fase de recuperação. 

As incidências de cãibras, que são descritas por Flegel (2002) como uma  contração  muscular  abrupta  e  involuntária  que  causa  dor  intensa  e  limitação  funcional,  causadas  por  falta  de  condicionamento  físico ou esforços além do se limite de condicionamento, foram exceções para os primeiros atendimentos em relação à crioterapia.

 

 

CONCLUSSÃO

 

A conclusão deste estudo é coerente com a literatura mundial, que mostra  a  importância  dos  primeiros  socorros  nos  esportes,  no  sentido  de  analgesia,  minimação  de  edemas,  prevenção  de  hipoxias  secundárias,  e  principalmente como base para a reabilitação dos atletas lesados, levando a um menor comprometimento clínico. Por  fim,  mostra  a  importância  da  participação  acadêmica,  tanto  para  os  alunos  que  somam  experiências  reais  na  forma  de  avaliação,  diagnóstico  e  prescrição  de  condutas  emergenciais  de  fisioterapia,  como  para  os  atletas,  por  contarem  com  um  quadro  suficiente  de  acadêmicos  para  suprir  as  diversas  competições  que  ocorriam  simultaneamente,  bem  como o atendimento clínico, em regime integral, propiciando um retorno mais  rápido  e  seguro  às  competições,  e  em  alguns  casos,  colaborando  para evitar o seu afastamento definitivo das mesmas. O estudo sugere também que um plano de parceria entre os cursos de  fisioterapia, Educação fisica  e  os  órgãos  públicos torna  viáveis  as  possibilidades  de  uma  prática  didática  das  intervenções  fisioterapêuticas,  contribuindo  também para a uma divulgação direta desta importante área de atuação, apontando a crioterapia como possível ferramenta que pode ser incluída na área do tratamento de lesões esportivas.

 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

 

ANDREWS; HARRELSON; WILK. Reabilitação Física das Lesões Desportivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

 

CANAVAN,  P.K.  Reabilitação  em  medicina  esportiva:  um  guia  abrangente. São Paulo: Manole, 2001.

 

FIGUEIREDO, Rosa Costa; FERNANDES , Tereza. Crioterapia como Tratamento de Entorses de Tornozelos de Atletas: Revisão Sistemática . Disponível em: < http://www.redalyc.org/html/260/26042169003/ >Acesso em : 08 de Março de 2018.

 

FLEGEL, M.J. Primeiros socorros no esporte. Barueri: Manole, 2002.

 

GARCIA, Mario José. As lesões nos Esportes. Disponível em: <  http://www.educacaofisica.com.br/ciencia-ef/fisiologia/as-lesoes-nos-esportes/> Acesso em : 20 de Março de 2018.

 

HERNANDEZ,   A.J.   Perspectivas   da   traumatologia   esportiva   no   esporte   de   alto   rendimento. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes. v. 20, n. 5,p.181-83, 2006.

 

HOPPENFELD,  S.  Propedêutica  ortopédica:  colunas  e  extremidades.  São Paulo:  Atheneu, 2003.

 

KNIGHT, K.L. Crioterapia no tratamento das lesões esportivas. São Paulo: Manole,2000.

 

LEITE,  C.B.S;  CAVALCANTI  NETO,  F.F.  Incidência  de  lesões  traumatoortopédicas  no  futebol  de  campo  feminino  e  sua  relação  com  alterações  posturais.  Revista  Digital.    Ano 9, n. 61, 2003. Disponível em www.efdportes.com, acesso em 08 junho 2018.

 

LIIMA, Eriosson Alves. Disponível em: <   http://www.visaouniversitaria.com.br/ojs/index.php/home/article/view/60 > Acesso em 21 de Março de 2018.

 

MARKERT, S.E. The use of cryotherapy after a total knee replacement: a literature review. Orthop. Nurs., v.30, n.1, p.29- 36, 2011.

 

SANDOVAL,   R.A;   MAZZARI,   A.S;   OLIVEIRA,   G.D.   Crioterapia   nas   lesões   ortopédicas:   revisão.   Revista   Digital.   Ano   10,   n.   81, 2005.   Disponível   em   www.efdeportes.com. Acesso em 06 junho. 2008. STARKEY, C. Recursos terapêuticos em fisioterapia. Barueri: Manole, 2001.

 

STEWIEN,  E.T.M;  CAMARGO,  O.P.  A.  Ocorrência  de  entorse  e  lesões  do  joelho  em  jogadores de futebol da cidade de Manaus, Amazonas. Acta Ortopédica Brasileira. v. 13, n. 3, 2005.