TECNOLOGIA APLICADA AO ESPORTE: CRIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE LESÃO
Publicado em 27 de novembro de 2019 por ALVARO DE PAULA BASTOS
INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA-GÓIASDE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ÁLVARO DE PAULA BASTOS
DANIELY FRANCO ARAÚJO BORGES
GABRIEL TENÓRIO LEMOS
JÚLIO CÉSAR MORAIS DA SILVA
KARLA KRISTINA DE SOUZA
TECNOLOGIA APLICADA AO ESPORTE: CRIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE LESÃO
ITUMBIARA
2019
ÁLVARO DE PAULA BASTOS
DANIELY FRANCO ARAÚJO BORGES
GABRIEL TENÓRIO LEMOS
JÚLIO CÉSAR MORAIS DA SILVA
KARLA KRISTINA DE SOUZA
TECNOLOGIA APLICADA AO ESPORTE:
CRIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE LESÃO
Projeto de pesquisa interdisciplinar do Curso de bacharelado em Educação Física do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, com a finalidade de nota parcial em todas as disciplinas do semestre.
Orientador: Thiago Remotto.
ITUMBIARA
2019
INTRODUÇÃO
Crioterapia é um grupo de diversas técnicas e procedimentos na Fisioterapia no qual se aplica baixas temperaturas em regiões locais ou gerais do corpo.Knight (2000)Também pode-se definir crioterapia como "terapia com frio" a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulte em remoção do calor corporal, diminuindo, assim a temperatura dos tecidos. Ela abrange uma grande quantidade de técnicas específicas que utiliza o frio na forma, liquida (água), sólida (gelo) e gasosa (gases) com o propósito terapêutico de retirar o calor do corpo industrializado a um estado de hipotermia, para favorecer uma redução da taxa metabólica local, promovendo uma diminuição das necessidades de oxigênio pela célula. Para que seja atingido o resfriamento muscular em indivíduos magros, necessita-se de um tempo curto, sendo que em obesos o período de aplicação deve se prolongar. Isso implica que o tecido adiposo serve como isolante térmico dificultando o resfriado do mesmo (Canavan 2001; Knight 2000; Figueiredo 2018).
Crioterapia é uma técnica utilizada para destruição de lesões dos órgãos e da pele, sejam elas benignas ou não, pré-malignas e malignas, através de congelamento. A destruição ocorre por formação de cristais de gelo intra e extracelular levando a uma série com reações como alterações osmóticas, danos às membranas celulares e à microcirculação da pele.
Crioterapia tão pouco elucidada na graduação, mas que se torna um recurso muito utilizado no campo de atuação, sobre tudo no campo esportivo.A Crioterapia ultimamente tem sido alvo de diversos estudos científicos, e como sabemos não se limita apenas na atuação do fisioterapeuta, mas em diversas áreas da medicina; e inclusive é o foco principal do Instituto para Problemas da Criobiologia e Criomedicina da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia (IPCC/ANCU) onde há um laboratório de pesquisas em criofisiologia.
Os Efeitos do Frio sobre a Resposta Sensório-Motora ainda causam polêmica então o curso ajuda com apresentação de trabalhos onde mostram os prós e contras da técnica sobre a propriocepção (Garcia, 2001).
As Atualidades na Crioterapia surgem como uma forma de mostrar os estudos recentes e técnicas inovadoras que são ano a ano descobertas e desenvolvidas pelos pesquisadores.
É aplicada ao corpo através de métodos como: spray (todos os tipos), cubos de gelo, compressas, criomassagens, crioalongamento, criocinética, aparelhos dentais e imersão.
É interessante saber que a crioterapia não pode ser feita em qualquer pessoa. Pelo contrário. Situações em que o corpo é incapaz de lidar com mudança de temperatura por causa da alergia, hipersensibilidade, ou insuficiência circulatória não são indicadas o uso. Já as contraindicações da crioterapia estética incluem: doenças de pele como urticária, infecções, gravidez, após uma cirurgia, doença do sistema imune, doenças do coração e câncer.A crioterapia, além de reduzir o edema, também diminui a sensação dolorida e principalmente para aquelas lesões que causam dores constantes. As principais benfeitorias da técnica são Redução da dor, por meio de analgesia (efeito analgésico). Contenção do processo inflamatório e do edema. Restrição da área do trauma. Redução do espasmo muscular. Diminuição do metabolismo celular. Luxações. Melhora a tonicidade da pele. Ajuda a combater a flacidez. Melhora a aparência da celulite. (Knight, 2000; Figueiredo, 2018; Sandoval, 2001).
Habitualmente, uma lesão causada pelo desporto deve-se a métodos de treino incorretos, anomalias estruturais que forçam certas partes do corpo mais do que outras e fraqueza dos músculos, tendões e ligamentos. O desgaste crónico é a causa de muitas destas lesões, que são resultado de movimentos repentinos que afetam tecidos susceptíveis. Felizmente o corpo humano tem uma excelente capacidade de se auto-regenerar, o que combinado com um bom descanso, torna a recuperação mais rápida e eficaz (Garcia, 2018).
As lesões e os machucados são muito comuns em atletas, tanto profissionais como amadores. Em todo esporte há o risco de se machucar, porém, um bom aquecimento e fortalecimento tanto do músculo como do osso, aliados a uma boa e correta alimentação, ajudam a evitar esses tipos de lesões (Garcia, 2018).
Em sua obra, Flegel (2002) classificou e definiu as lesões agudas como:
∙Contusões, conseqüentes de um golpe direto, que danificam tecidos e vasos, causando perda de líquidos e sangue levando a dor e edema. Quando afetam músculos, ligamentos e ossos causam limitação funcional, porém em órgãos como pulmões, cérebro e rins podem apresentar risco de vida;
∙Abrasões geralmente afetam a pele, em forma de escoriações ou arranhões, mas oferece gravidade quando se manifesta na córnea;
∙Perfurações, ferimentos estreitos que rompem pele e órgãos internos, podem ocorrer por cravos de calçados (futebol, atletismo) ou dardos, estes oferecendo maiores riscos em relação aos pulmões e outros órgãos;
∙Cortes, que podem ser por incisões, cortes ou avulsões, em que ocorrem ruturas dos tecidos, no caso de um incidente com um brinco ou anel;
∙Entorses ocorrem nos ligamentos e são do tipo I quando ocasionam dor e incapacidade funcional transitória, do tipo II quando algumas fibras do ligamento se rompem, e tipo III quando há rutura total. Estes últimos casos podem comprometer a amplitude de movimento articular diante de uma má cicatrização
ligamentar;
∙Distensões musculares ou tendíneas ocorrem quando estas estruturas sofrem uma força de tração ou contração acima de sua capacidade elástica. Também podem ser do tipo I, II ou III pela descrição acima e podem lesar os vasos ou nervos que participam de suas funções;
∙Luxações e subluxações ocorrem nas articulações, levando à separação parcial ou total dos ossos que as compõem, sendo o ombro o local mais lesado;
∙Fraturas são separações da continuidade de um osso por uma força externa, como uma contusão violenta, ou por forças internas como por estresses. Podem ser simples, com os ossos divididos em dois segmentos, cominutiva quando os ossos são divididos em dois fragmentos, e abertas ou expostas, em que um fragmento ósseo perfura os tecidos moles. A maioria das lesões agudas promove reações orgânicas também agudas, citadas por Kitchen (2003) como forma de reparo do tecido lesado por reequilíbrio fisiológico por migração de células do tecido vascular e conjuntivo, em três fases sobrepostas: inflamação, proliferação e remodelamento, a saber:
∙Fase de inflamação, resposta do corpo aos agentes lesivos: físicos, químicos, por calor ou bactérias, onde ocorre morte celular e danos vasculares. Tem uma ação primária por agentes químicos: livrar resíduos e tecidos mortos e destruir infecções. Apresenta sinais característicos de dor, calor, rubor, edema e limitação funcional.
∙Fase de proliferação, onde ocorre a formação do tecido de granulação pela neomatriz e neovascularização, bem como a ação dos macrófagos e fibroblastos. É importante a presença do colágeno para a regeneração, e a vascularização se dá por brotamento de capilares, anastomoses em vasos e acoplamento interno.
∙Fase de remodelamento, onde se tem a ação da matriz de tecido imaturo no mesmo tempo que o novo tecido, sendo a matriz substituída e remodelada durante o amadurecimento. Pode durar meses a anos e deve-se promover uma reorientação das fibras na direção das linhas de sobrecarga à lesão, em forma de alongamentos passivos suaves, para favorecer uma maior força tensil.
As fases inflamatórias das lesões agudas também foram estudadas por Starkey (2001), expondo serem decisivas para a elaboração da conduta fisioterapêutica, e são bem distintas: fase aguda (1 a 3 dias da lesão), fase subaguda (7 dias após a lesão) e fase crônica (7 dias em diante). Na inflamação ocorrem também os fenômenos de vasorregulação e coagulação pelos seguintes processos:
- a) hemorragia e perda de fluídos por maior atividade plaquetária e início do processo de regeneração;
- b) vasoconstrição, cuja ação principal é limitar a perda de fluído. Ocorre de forma primária por alguns segundos de ação da noradrenalina (norepinefrina), e após, de forma secundária com a presença de serotonina, calcio, trombina, adenosina As plaquetas aderidas nas paredes dos vasos vão originar tampões. Coagulação pela atividade plaquetária do sangue no meio. A protrombina se transforma em trombina e o fibrinogênio em fibrina, originando assim a matriz inicial. O atendimento imediato do fisioterapeuta a uma lesão aguda requer, além do conhecimento dos fenômenos citados, uma avaliação da condição do atleta, de forma objetiva, que consiste nos achados físicos que se pode documentar a partir da observação da região lesada, que determina presença de liquido, edema e deformidades; inspeção e palpação, que proporciona ao fisioterapeuta as condições de temperatura, dor superficial ou profunda e a presença de irregularidades em músculos, tendões, ossos e articulações; avaliação da amplitude de movimento, que mostra incapacidade funcional articular; desempenho muscular, para avaliar perda de força; exame neurológico, demonstrando perda ou ausência de sensibilidade; e testes funcionais específicos para cada modalidade esportiva (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2000).
Os efeitos locais da crioterapia (na presença de sinais e sintomas pós traumatismo) são a redução do fluxo sanguíneo e consequente diminuição da taxa metabólica, com diminuição do edema e redução da inflamação e da dor (Sandoval, 2001).
Diante disto o tratamento de crioterapia pode auxiliar na recuperação e performance do atleta?
Objetivo Geral
Verificar se o tratamento de crioterapia pode auxiliar na recuperação e performance do atleta.
Objetivos Específicos:
- Definir o tratamento em crioterapia;
- Verificar o efeito da crioterapia nas lesões mioarticulares;
- Investigar o processo de regeneração muscular através da crioterapia;
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste projeto de pesquisa bibliográfica qualitativo onde foram utilizados livros da biblioteca da Unidade de Ensino, bem como artigos publicados em sites confiáveis, buscando assim o respaldo teórico científico para a elaboração desta pesquisa de modo a promover o debate e a troca de ideias entre os autores consultados.
O uso da crioterapia tem sido pouco investigado rigorosamente não só em entorses do tornozelo, mas também em outras situações clínicas específicas, entre elas a artroplastia total de joelho, como demonstrado por recente realizada em 2011 (MARKERT, 2011).
Em sua obra, Hernandez (2006) abordou esta relação de fatos, quando sugere que a maioria das lesões pré-existentes se deve aos fatores extrínsicos de lesões crônicas, citando erros de treinamento e uso de equipamentos inadequados de proteção, bem como os fatores intrínsicos, entre eles os casos de encurtamentos musculares, alterações posturais e retorno do atleta às suas atividades ainda em sua fase de recuperação.
As incidências de cãibras, que são descritas por Flegel (2002) como uma contração muscular abrupta e involuntária que causa dor intensa e limitação funcional, causadas por falta de condicionamento físico ou esforços além do se limite de condicionamento, foram exceções para os primeiros atendimentos em relação à crioterapia.
CONCLUSSÃO
A conclusão deste estudo é coerente com a literatura mundial, que mostra a importância dos primeiros socorros nos esportes, no sentido de analgesia, minimação de edemas, prevenção de hipoxias secundárias, e principalmente como base para a reabilitação dos atletas lesados, levando a um menor comprometimento clínico. Por fim, mostra a importância da participação acadêmica, tanto para os alunos que somam experiências reais na forma de avaliação, diagnóstico e prescrição de condutas emergenciais de fisioterapia, como para os atletas, por contarem com um quadro suficiente de acadêmicos para suprir as diversas competições que ocorriam simultaneamente, bem como o atendimento clínico, em regime integral, propiciando um retorno mais rápido e seguro às competições, e em alguns casos, colaborando para evitar o seu afastamento definitivo das mesmas. O estudo sugere também que um plano de parceria entre os cursos de fisioterapia, Educação fisica e os órgãos públicos torna viáveis as possibilidades de uma prática didática das intervenções fisioterapêuticas, contribuindo também para a uma divulgação direta desta importante área de atuação, apontando a crioterapia como possível ferramenta que pode ser incluída na área do tratamento de lesões esportivas.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDREWS; HARRELSON; WILK. Reabilitação Física das Lesões Desportivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
CANAVAN, P.K. Reabilitação em medicina esportiva: um guia abrangente. São Paulo: Manole, 2001.
FIGUEIREDO, Rosa Costa; FERNANDES , Tereza. Crioterapia como Tratamento de Entorses de Tornozelos de Atletas: Revisão Sistemática . Disponível em: < http://www.redalyc.org/html/260/26042169003/ >Acesso em : 08 de Março de 2018.
FLEGEL, M.J. Primeiros socorros no esporte. Barueri: Manole, 2002.
GARCIA, Mario José. As lesões nos Esportes. Disponível em: < http://www.educacaofisica.com.br/ciencia-ef/fisiologia/as-lesoes-nos-esportes/> Acesso em : 20 de Março de 2018.
HERNANDEZ, A.J. Perspectivas da traumatologia esportiva no esporte de alto rendimento. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes. v. 20, n. 5,p.181-83, 2006.
HOPPENFELD, S. Propedêutica ortopédica: colunas e extremidades. São Paulo: Atheneu, 2003.
KNIGHT, K.L. Crioterapia no tratamento das lesões esportivas. São Paulo: Manole,2000.
LEITE, C.B.S; CAVALCANTI NETO, F.F. Incidência de lesões traumatoortopédicas no futebol de campo feminino e sua relação com alterações posturais. Revista Digital. Ano 9, n. 61, 2003. Disponível em www.efdportes.com, acesso em 08 junho 2018.
LIIMA, Eriosson Alves. Disponível em: < http://www.visaouniversitaria.com.br/ojs/index.php/home/article/view/60 > Acesso em 21 de Março de 2018.
MARKERT, S.E. The use of cryotherapy after a total knee replacement: a literature review. Orthop. Nurs., v.30, n.1, p.29- 36, 2011.
SANDOVAL, R.A; MAZZARI, A.S; OLIVEIRA, G.D. Crioterapia nas lesões ortopédicas: revisão. Revista Digital. Ano 10, n. 81, 2005. Disponível em www.efdeportes.com. Acesso em 06 junho. 2008. STARKEY, C. Recursos terapêuticos em fisioterapia. Barueri: Manole, 2001.
STEWIEN, E.T.M; CAMARGO, O.P. A. Ocorrência de entorse e lesões do joelho em jogadores de futebol da cidade de Manaus, Amazonas. Acta Ortopédica Brasileira. v. 13, n. 3, 2005.