TDA/H- Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Rachel de O. Augusto.

orientação da Profª. Regina Bonat Pianovski.

INTRODUÇÃO

 A Psicopedagogia é de fundamental importância na colaboração da aprendizagem do adolescente, bem como na orientação à pais e professores, pois ela é uma ciência multidisciplinar que privilegia parcerias e trocas de conhecimento e de experiências entre as diversas áreas da saúde e da educação.

Visa o estudo e a repercussão de disfunções cerebrais sobre o aspecto e a cognição, proporcionando um diagnóstico com maior segurança, permitindo auxílio de exames clínicos complementares, fazendo elo entre vários profissionais da área.

É através de laudos psicopedagógicos que se proporciona a criança, adolescente e jovem uma nova oportunidade de reavivar e aprofundar experiências para enriquecimento no seu cotidiano, antes jamais alcançado, permitindo visualizar os caminhos mais eficazes para proporcionar melhor qualidade de vida em seu dia-a-dia.

Antes não se acreditava no potencial da criança em geral, atualmente se aposta na variedade de estímulos de habilidades que podem ser desenvolvidos tanto na escola como na sua vida pessoal.

Sendo assim, conclui-se que a Psicopedagogia pode ser um facilitador de grande valia quando pretende-se obter resultados satisfatórios com crianças, pais e professores, tanto na área cognitiva como na emocional; pois segundo Vygotosky todo processo de aprendizagem deve ser constituído através de informações, habilidades, atitudes, valores, etc...tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real de cada indivíduo.

 A criança com o distúrbio do TDA/H apresenta problemas de adaptação escolar, familiar e social, no qual não sendo tratado pode ocasionar dificuldades futuras como a inadequação social, familiar e profissional.

FUNDAMENTAÇÃO.

O TDA/H (déficit de atenção) é um problema comumente visto em crianças, apresenta sintomas de desatenção (pessoa muito distraída) e hiperatividade (pessoa muito ativa, por vezes agitada, bem além do comum). Aspectos hiperativos são normalmente encontrados em pessoas sem problema, mas para haver o diagnóstico desse transtorno a falta de atenção e a hiperatividade devem interferir significativamente na vida e no desenvolvimento normal da criança ou do adulto.

No início do século XX, o distúrbio (TDA/H) foi chamado de disfunção cerebral mínima, passando posteriormente a ser chamada de hipercinesia, ou hipercinese, logo a seguir, hiperatividade, nome que ficou mais conhecido e perdurou por mais tempo. Em 1987, passou a ser chamado de distúrbio de déficit de atenção, ou ainda de distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade, sendo que muitas vezes utiliza-se somente a sigla DDA (em português) ou ADD (em inglês) “Attencion Déficit Disorder”. É também eventualmente chamado de Síndrome de Déficit de Atenção.

Os TDA/H caracterizam-se pela movimentação excessiva, falta de cãonção, impaciência, impulsividade, distração, impossibilidade de focalizar a atenção por muito tempo em um determinado objetivo, o que traz ao estudante , (principalmente no início de sua vida escolar) problemas de rejeição, dúvidas quanto à sua capacidade intelectual, baixa auto-estima, e várias situações que, com a devida informação a pais, profissionais e ao próprio portador do distúrbio, podem ser minimizadas, contornadas ou mesmo eliminadas.

Conforme Mattos (2003, p. 20) “o TDA/H se caracteriza por uma combinação de sintomas de: desatenção; hiperatividade e impulsividade”. Acrescenta ainda que “existem três subtipos de TDA/H: forma predominate hiperatividade/impulsiva, forma predominante desatenta e forma combinada”.

Assim, pode-se ter três grupos de crianças (e também adultos) com o problema de TDA/H. Um primeiro grupo apresenta apenas desatenção, o segundo apenas hiperatividade e o terceiro apresenta ambos, desatenção e hiperatividade. É relevante termos em mente que um “certo grau” de desatenção e hiperatividade ocorre normalmente nas pessoas, e nem por isso elas têm o transtorno. Para dizer que a pessoa tem realmente esse problema, a desatenção e/ou a hiperatividade têm que ocorrer de forma a interferir no relacionamento social do indivíduo, na sua vida escolar ou no seu trabalho. Por exemplo, uma criança que “apronta todas” em casa, mas na escola se comporta bem, muito provavelmente não tem hiperatividade, o que pode estar havendo é uma falta de limites (na educação) em casa.

Uma pessoa apresenta desatenção, a ponto de ser considerado como transtorno de déficit de atenção, quando tem a maioria dos seguintes sintomas ocorrendo a maior parte do tempo em suas atividades: freqüentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras; com freqüência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades recreativas; com freqüência não segue instruções  e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais, não chegando ao final das tarefas; frequentemente tem dificuldade na organização de suas tarefas e atividades; com freqüência evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa).

É difícil confirmar o diagnóstico em crianças com menos de 4 a 5 anos, pelo fato de seu comportamento característico ser muito mais variável do que crianças mais velhas e incluir, possivelmente, aspectos similares aos de transtorno.

A Hiperatividade é um desvio comportamental, caracterizado pela excessiva       mudança de atitudes e de atividades, acarretando pouca consistência em cada tarefa a ser realizada. Portanto, isto incapacita o indivíduo para se manter quieto por um período de tempo necessário para que possa desenvolver as atividades comuns do seu dia-a-dia. Este padrão de comportamento se mostra incompatível com a organização do seu ambiente e com determinadas circunstâncias. Crianças e adolescentes hiperativos são frequentemente considerados como pessoas inconvenientes. Topczewski (1999, p. 20).

Indivíduos hiperativos tende a ter um comportamento eletrizante de forma exagerada, não conseguindo manter-se em uma atividade por um período de tempo longo, necessitam mudar constantemente de atividade, pois enjoan-se facilmente.

Em crianças na idade escolar, os sintomas de desatenção afetam o trabalho em sala de aula e o rendimento escolar. Os sintomas de impulsividade também podem levar à infração de regras familiares, interpessoais e educacionais, especialmente na adolescência.

Topczewski (1999, p. 32) cita algumas características para identificar o hiperativo na escola, que são:

  • Movimentam-se excessivamente na sala de aulas;
  • Atrapalham a dinâmica das aulas;
  • Falam muito com os outros colegas;
  • Não prestam atenção e não conseguem se concentrar nas atividades;
  • Interrompem a professora com freqüência;
  • Interferem de modo impróprio e inoportuno nas conversas dos outros alunos;
  • Tumuntuam a classe com brincadeiras fora de hora;
  • Apresentam iniciativas descontroladas;
  • O desempenho global nas diversas atividades encontram-se em nível além da média do seu grupo.

Na vida adulta, a inquietação pode ocasionar dificuldades em participar de atividades sedentárias e a evitação de passatempo ou ocupações que ofereçam limitadas oportunidades para movimentos espontâneos (p. ex, trabalhos burocráticos). A disfunção social em adultos parece ser especialmente provável naqueles que tiveram outros diagnósticos paralelos na infância. Deve-se ter cautela ao fazer o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade em adultos com base somente na recordação do indivíduo de ter sido desatento ou hiperativo quando criança, porque a validade destes dados retrospectivos muitas vezes é duvidosa.

Segundo Topczewski (1999, p. 22) a hiperatividade se manifesta evidentemente de modo isolado, com as seguintes características:

  • Crianças que se mantêm em constante movimento;
  • Mexem em tudo, sem motivo e sem propósitos definidos;
  • São muito impacientes e mudam de atividade com muita freqüência;
  • Não conseguem permanecer sentadas para assistir a um programa de TV, como um desenho animado;
  • Apresentam incapacidade para focar a atenção em qualquer atividade durante um período de tempo necessário para tal. Há certa tendência para desviar sua atenção para outros estímulos que são impróprios para aquele determinado momento;
  • Distraem-se com muita facilidade e, freqüentemente, não conseguem terminar as tarefas propostas para o período preestabelecido;
  • A tarefa escolar prolongada é o indicador mais evidente para se detectar a acentuação da hiperatividade.

Ao identificar as manifestações hiperativas na criança, o docente deve fazer o encaminhamento para o psicopedagogo, onde o profissional tomará as devidas providências, checando primeiro se o caso é realmente de TDA/H passando pelo neurologista, que se for necessário receitará remédios, e dependendo da criança precisará de acompanhamento de fonoaudiólogo, psicólogo e psicopedagogo.

CONCLUSÃO

Assim, pudemos perceber através desta pesquisa que o estudo das inter-relações entre as funções psicológicas humanas e seu desenvolvimento cognitivo tem como objetivos uma base biológica.

O cérebro é um sistema de grande plasticidade, tanto seu funcionamento como sua estrutura, se moldando através da evolução de cada indivíduo. Ele é a base biológica do funcionamento do homem.

É através da psicopedagogia que se procura proporcionar um diagnóstico com maior segurança, pois a mesma permite a colaboração de exames clínicos complementares, fazendo um elo entre vários profissionais da área.

A orientação para o tratamento dos pacientes é o principal objetivo da psicopedagogia, tanto psicoterápico como neurológica, como também orientá-los nos reforços em que se encontram as seqüelas, tentando reabilitá-los para um prognóstico promissor.

Nosso cérebro é constituído de dinâmica, ou seja, é o cérebro que cria nossos pensamentos, assim é o mesmo que nos dá a noção de que tipo de ser humano somos ou queremos ser!

  

REFERÊNCIAS 

MATTOS, Paulo. No mundo da Lua: perguntas e respostas sobre transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. 3º Ed. São Paulo: Lemos Editorial, 2003.

TOPCZEWSKI, Abram. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.