Tema: Sustentabilidade e Consumo 

A sustentabilidade ambiental se enquadra na questão da capacidade do ambiente em promover e manter condições e qualidade de vida para todos levando em consideração os aspectos das condições de habitação alem de ser fonte de energias renováveis.
Relacionando o consumo à esse conceito, pode-se dizer que atualmente eles não andam na mesma linha. O consumo hoje é desenfreado, e está ligado à promoção de um bem estar rápido e de fácil acesso. Ligando-se a isso pode-se falar do que o ambiente urbano promove atualmente. Com o aumento expressivo da urbanização, há a supervalorização de imóveis, grande concentração de habitantes, aumento da circulação de veículos automotores, aumento de indústrias que produzem bens de consumo.
Soma-se a isso também a superlotação de pessoas, principalmente nos centros urbanos, que muitas vezes não convivem bem e que degradam o ambiente a sua volta. Há a situação também do crescimento desordenado de habitações não planejadas, que não são contempladas com saneamento básico e fornecimento de energia de forma adequada. Por essas e outras situações a qualidade de vida se torna comprometida.
Hoje o que prevalece é o poder aquisitivo do ser humano, já que ele é capaz de promover uma qualidade de vida superior àqueles que não têm condições de “comprá-la”. Salvo raras as exceções em que alguém vive de forma contrária a essa circunstância.
Segundo Pierre Bourdie “A alegria está toda nas compras, enquanto a aquisição em si, com a perspectiva de ficar sobrecarregado com seus efeitos diretos e colaterais possivelmente incômodos e inconvenientes, apresenta uma alta probabilidade de frustração, dor e remorso.”, essa realidade ocasiona o que Georg Simmel tenta explicar: “Como a personalidade se acomoda nos ajustamentos as forças externas.”. Ou seja, diante o consumo desenfreado que ocasiona “valores monetários a tudo” e a ausência da implantação de uma sustentabilidade ambiental o ser humano sofre as consequências dessa nova realidade que afeta seu intelecto, podendo intervir negativamente em sua vida.
Outro empecilho para uma relação harmônica entre sustentabilidade ambiental e o consumo na modernidade ocorre devido a produção de lixo devido a essa forma de consumo. A crescente escala de resíduos sólidos não possibilita a promoção da sustentabilidade ambiental que tem por função a manutenção das funções do meio ambiente de uma forma sustentável, sendo assim, não ocasionando uma degradação nos bens vitais para a vida. Isso se relaciona ao filme História das Coisas, ele mostra a grande produção de mercadoria que se dá atualmente, ocasionando o desmatamento e a imensa produção de lixo.
Para que algum empreendimento seja considerado sustentável é necessário que ele seja ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso. Porém diante do consumo exacerbado, o grande descarte inconsciente do lixo, da desigualdade social ainda presente e da falta de fiscalização ambiental efetiva, como a sociedade pode atingir um ambiente sustentável?
A educação ambiental diante dessa problemática é uma possível alternativa para tentar solucionar o caos entre o consumo desenfreado e a sustentabilidade ambiental. A adesão a essa alternativa promove uma sensibilidade nas pessoas, pois a experiência de ter um contato direto e um olhar diferente, do imposto atualmente, para a natureza provoca o senso de pertencimento àquela realidade, um cuidado e uma responsabilidade com a mesma. Essa ferramenta induz a uma efetivação maior da preservação ambiental, partindo das ações individuais de cada um. O consumo em si não é o problema, e sim, a forma como ele é agregado. Diante do que a sustentabilidade propõe, esse modelo de consumo limita ações que possam ser empregadas com intuito de promover atitudes sustentáveis no ambiente de hoje.