SURGIMENTO DA RADIODIFUSÃO EM NAVIRAÍ (MS)

Orientador: Professor Mestre Ciro José Toaldo – FINAV (MS)

Acadêmica: Fernanda Bloemer – FINAV (MS)

Naviraí, anos atrás era uma pequena vila que pertencia ao município de Dourados e depois ao município de Caarapó, contendo até 30 serrarias só a zona urbana; hoje, já bem situada, com todos os requisitos para se tornar uma grande cidade, tem o surgimento dos meios de comunicação da seguinte forma:

“O cine Marabá, com seu serviço de alto – falantes, jogava no ar a programação do dia, das 12h30min às 13h00min horas e á noite, antes do inicio do espetáculo que era anunciado com toque de uma sirene. E quando do falecimento de entes queridos ao som da música Ave Maria, nós naviraiense tomávamos conhecimento da noticia através dele”.

“Depois veio um serviço de alto – falante e localizado ali na Avenida Weimar G. Torres, esquina com a Rua Alagoas, onde Eston Ramo e depois o Senhor Wilson Andreazzi, enchiam o ar com sua voz muito bem postada a serviço da comunidade. Atendiam pedidos musicais, faziam propagandas comerciais, brincavam com seus ouvintes em vários tipos de programação; era o serviço de publicidade Brasil...” (Revista Galeria/93).

O surgimento dos meios de comunicação em Naviraí é recente, e interessante, mesmo com dificuldades, havia pessoas interessadas em informar e divertir a comunidade naviraiense.

RÁDIO CULTURA AM

Naviraí necessitava de mais, era necessário a criação de um estúdio, de montar uma rádio então segundo conta o Senhor Altevir Nunes, um dos locutores da rádio cultura, por volta de 1978, uma idéia surge e vai amadurecendo com a ansiedade de criar um dos mais consagrados meios de comunicação: uma rádio, e de apenas um sonho, não apenas de uma pessoa, mas de toda a sociedade, toma – se realidade, quando quatro pessoas se uniram e começaram a dar os primeiros passos para a criação e organização do processo que vivia a dar a cidade a sua emissora de rádio: A Rádio Cultura de Naviraí.  Seus fundadores foram: Senhor Hernesto Rui Nenê Dornelles, Ronald Almeida Cançado, Antônio Pacolla e Antônio Augusto dos Santos, mostrou–se um processo, como exigiam as normas de radiodifusão e então conseguiu – se realizar o tão acalentado sonho.

No inicio de 1980, entrou no ar para a fase experimental: Rádio Cultura de Naviraí, LTDA, frequência de 1250 kHz e potência de 1 KW (Quilowatts) ou 1000 watts. No dia 11 de Maio de 1980 foi então inaugurada a Rádio Cultura de Naviraí pelo então governador Marcelo Miranda, com a presença de Harry Amorim Costa, Rachid Saldanha Derzy, e muitos outros destaques do mundo político do Estado do Mato Grosso do Sul.

Naviraí passou – se a uma nova fase nos meios de comunicação e também de toda região do Cone Sul, pois como até hoje sua abrangência é de 300 km, linha reta, em algumas direções o alcance é maior. Mais tarde os sócios foram vendendo suas costas e a sociedade resumiu – se somente ao Senhor Hernesto Rui Nenê Dornelles.

Com seu trabalho musical, informativo e reportagens, jornalismo e religioso a Rádio Cultura conta com uma programação bem eclética e diversificada, procurando oferecer aos seus ouvintes sempre o melhor, principalmente na sua programação que procura ser a critério da população.

Hoje a rádio inicia suas atividades às 04h00 da manhã e encerra às 23h00. A potência foi aumentada com a compra de um transmissor de cinco mil wats (5000) ou cinco Quilowatts, sua antena tem 115 metros de altura e localiza – se em frente ao Parque de Exposições. Seu parque de transmissões contém uma casa de alvenaria onde reside um casal que cuida dos transmissores que são de três, 5000, 1000 e 250 watts.

A rádio cultura é bem aceita por toda a população, e sendo a primeira rádio não poderia deixar de ter um programa tradicional, que este é Alegria Sempre comandado por Altevir Nunes, que se iniciou com a rádio em 1980 e cresceu junto a ela também.

 

RÁDIO KARANDÁ FM

Valdenir Medeiros (in memorian), conta em uma entrevista a revista Galeria (1993) que a compra da rádio Karandá aconteceu casualmente, quando ele estava em Campo Grande o amigo Antônio Lázari, falou – lhe da venda. Como já tinha uma rádio em Mundo Novo (FM) e outra em Eldorado (AM) ficou interessado, afinal Naviraí ficava na linha de seu trabalho. Comprou a rádio em 1ºde fevereiro de 1991.

A rádio Karandá (Empresa de Radiodifusão Karandá – zyc928 – 95,3 MHz) foi inaugurada no dia 1º de Julho de 1989, passando a ser de propriedade do Senhor Valdenir Medeiros em 1991.

A rádio Karandá buscou sempre evoluir, segundo o jornal Karandá (ano I – Edição 16/ de 25 a 01 de Julho de 2004), no inicio de 1996 enquanto as emissoras de rádio usavam MDs e DATs  como nova tecnologia para colocar no ar seus comerciais, a Karandá trocou todo o seu sistema de inserção de comerciais, utilizando micro – computadores usando um programa chamado PC rádio até então, confeccionado em ambiente DOS”.

A partir de então, a evolução tecnológica foi constante. E segundo Eduardo Mendes (Rádio Karandá FM), a rádio pretende aumentar sua potência de 5000 w  para 15.000 watts, esse processo já está a mais de dois anos circulando, praticamente já está tudo certo, tudo está aprovado, só falta a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicação) autorizar. Eduardo nos explica que esse processo de aumento de potência é um pouco complicado, tem que pagar engenheiro de telecomunicações para protocolar o processo no ministério das comunicações, é necessária que a Anatel faça um levantamento da região, e como Naviraí (MS) e considerada uma área de fronteira, localizando-se por localizar 150 km do Paraguai, deve pedir autorização ao país vizinho, lá eles analisam se haverá ou não interferência na rádio – frequência deles, caso não atrapalhe eles aprovam. A rádio Karandá já passou por todos esses processos.

 

RÁDIO CIDADE

A rádio Cidade FM é uma rádio comunitária, ou seja, uma rádio comunitária é aquela que atende as necessidades dos bairros, não pode fazer publicidade, deve se manter apenas com apoio cultural.

Beto Correa um dos sócios da Rádio Cidade de Naviraí, afirma que ela foi fundada em outubro de 2001, ele, Napoleão Teodoro e Gilberto Pimpinati; ela iniciou com 25 watts de potencia e por ser rádio comunitária, não pode aumentar a sua potência.

 

 

Entrevistas com pessoas ligadas a radiodifusão de Naviraí (MS)

 

Senhor Ernesto Rui Nenê Dornelles

  1. Há quanto tempo o Senhor atua no campo da radiodifusão?

Desde maio de 1980 quando a Rádio Cultura entrou no “ar”          

2) De onde o Senhor veio e o que lhe trouxe para Naviraí?

Vim do Rio Grande do Sul (São Borja) – formado em contabilidade aqui em Naviraí abri um escritório contábil.

3) Como nasceu a Rádio Cultura de Naviraí? Quais foram seus sócios? Quem foi o mentor da ideia?

            O mentor da ideia foi o Senhor Antônio Augusto dos Santos (Virote) que na época era prefeito da cidade isto no ano de 1976, os sócios fundadores foram: Ernesto Rui Nenê Dornelles, Antônio Augusto dos Santos (Virote), Ronald Almeida Cançado e Antônio Pacola, atualmente o Senhor Antônio Pacola reside em Cuiabá – MT.

  4) Se teve sócios – por que os outros desistiram?

            A retirada da sociedade dos sócios, Antônio Augusto dos Santos, Ronald Almeida Cançado e Antônio Pacola foram por opção dos mesmos.

  5) Se eles pretendem elevar a potência da rádio?

  A Rádio Cultura já está com a potência ajustada para a região, ou seja, 5.000 watts – não vejo hoje ou em futuro breve a necessidade de aumento de potência.

  6) Olhando para o passado, o senhor realizou seu sonho quanto a radiodifusão ou se falta algo?

 Olhando para o passado posso dizer que realizei um sonho ao instalar aqui em Naviraí uma empresa que permanecerá e acompanhará a cidade.

 7) Qual é a importância da Rádio Cultura no cenário estadual?

 A Rádio Cultura é importante no cenário estadual já que abrange todo o cone sul e tem sua programação voltada para o jornalismo.

 8) Do seu tempo na Rádio Cultura, qual é o episódio que mais é presente em sua memória?

           Vários episódios ocorreram ao longo destes 26 anos que a Rádio Cultura está no “ar” assim não teria um em especial para eleger, porém um fato marcante foi o aumento da potencia de 1.000 watts para 5.000 watts isto ocorreu no ano de 1981 apenas um ano após a Rádio Cultura ter entrada no “ar”.

   09) É possível, através da sua vida profissional ligada ao Rádio, fazer uma retrospectiva da história de Naviraí?

É possível sim fazer uma retrospectiva da história de Naviraí, como vocês me disseram que irão entrevistar os sócios fundadores da Rádio Cultura, terão oportunidade de entrevistar duas personalidades importantes que viveram a história de Naviraí, ou seja, Antônio Augusto dos Santos e Ronald Almeida Cançado.

  10) Qual é o impacto que a Rádio Cultura tem na sociedade naviraiense? E a qual a importância dessa rádio para Naviraí?

A Rádio Cultura faz parte de um todo que é a sociedade Naviraiense e dentro desse contesto tem e terá sua importância.

 11) De que forma a Rádio Cultura era tratada na época dos militares? Se havia censura? Se tudo que eles falavam era possível ser transmitido?

 Na época do militares a Rádio Cultura não estava no “ar”, pois foi no ano de 1976 que iniciamos o projeto de implantação da Rádio Cultura.     

 12) Se na Rádio existe alguma restrição a algum tipo de programa? (ideologia) - Não existe na Rádio Cultura restrição quanto a tipo de programa assim como a Rádio Cultura não faz restrição a ideologia política ou religiosa.

 13) Se todos os partidos políticos, as denominações religiosas, os segmentos sociais têm acesso à rádio? Todos os partidos políticos e todas as religiões têm acesso a Rádio Cultura.

 14) O Senhor vê alguma ligação entre política e rádio?  A ligação da política com o rádio é importante, pois os políticos têm os meios de comunicação para divulgarem seus trabalhos, sendo o rádio o veículo mais popular sempre existirá essa ligação.

 

Entrevista com Altevir Nunes – locutor da Rádio Cultura de Naviraí

1) Há quanto tempo o Senhor atua no campo da radiodifusão?

Faz 40 anos que estou na rádio, comecei em 1966, vim de Guarapuava, estado do Paraná já trabalhava na rádio, vim a convite da direção da rádio cultura que havia sido inaugurada em maio; em setembro ligaram para mim daqui, tiveram informações minhas e me convidaram pra vir pra cá, foi assim que eu vim para Naviraí.

2) De onde o Senhor veio e o que lhe  trouxe para Naviraí?

Vim para Naviraí realizar meu sonho e trabalhar na radiodifusão. Posso dizer que sou feliz, faço o que gosto, por isso a cada dia meu sonho se realiza.

3) Olhando para o passado, O Senhor realizou seu sonho quanto à radiodifusão ou se falta algo?

A gente não pode falar desse assunto, falar da gente mesmo, mas eu acredito que a rádio cultura é uma formadora de opinião e quando se faz alguma informação na rádio cultura, que a rádio que mais informa não é puxar não, pra rádio cultura AM é aquele que mais das informações não só locais mais em nível de governo federal, em nível de mundo porque aqui nós temos noticiários a toda hora e damos informações. Há muito interesse por parte da comunidade em saber das coisas, quer saber de alguma informação liga na rádio cultura, então essa é a grande importância é informar o que o pessoal quer saber.

4) Na sua opinião qual é o impacto que a Rádio Cultura tem na sociedade Naviraiense? E a qual a importância desta Rádio para Naviraí?

Teve, influência bastante, só que a rádio não me apoiou na época, eu fui vereador sim sem o apoio da rádio, e não podia ser diferente né? E na época que me elegi, fui o segundo mais votado, nas eleições de 88 e a rádio influenciou da seguinte forma: Não que eu fizesse o meu trabalho pra ser candidato eu nunca quis ser, ai surgiu à oportunidade me pressionaram e seu saí candidato a vereador, agora claro, que influenciou bastante porque eu fiquei bastante conhecido através da rádio, como até hoje eu sou muito popular e na época eu tive as vantagens de ser radialista, mas como você deve saber... Três meses antes das eleições o radialista tem que sair do seu trabalho, tem que se afastar, foi o que aconteceu comigo, ai durante 3 meses é um problema sério, quando você se afasta do rádio, você não tem mais aquela influência da rádio, ai você sente, inclusive, a falta dessa comunicação, mas não deixou de me ajudar.

5) Sabemos que o senhor já foi vereador na cidade de Naviraí, a Rádio Cultura tem algo a haver com essa sua ideia de ser vereador?

Não a ideia foi do prefeito, porque eu era assessor de imprensa, no tempo do prefeito Nego, ele disse: você vai sair candidato, eu disse não quero, ser candidato (não você vai sair porque você é popular, você é o cara mais indicado pra sair junto com os outros) ai nós saíamos, inclusive na época nós fizemos a maioria dos vereadores e eu fui o segundo.

6) Você que já esta a tanto tempo na Rádio Cultura e também viveu na época dos militares( de 1980 até 1985) você sentia algum tipo de pressão na Rádio, tanto por parte de seus superiores como por parte das leis maiores, caso Anatel?

Na época sim, na época você não podia falar nada, se você falasse alguma coisa que eles não gostassem, não precisava ser coisa pesada, mas que eles não gostassem. Tudo o que você falava tinha que ser medido, se não você podia ser taxado e fichado como subversivo; na época da ditadura militar era terrível, você não podia falar senão era advertido. Aconteceu um fato interessante na época que trabalhava na rádio, eu comecei como operador de som e o regime militar com sua ditadura, era pesada mesmo, naquela época eu colocava efeito sonoro durante o noticiário, um barulho de avião, é pessoas falando em vinhetas, entre as noticias, e o exército que existia no quartel em Guarapuava (Pr) chamou a atenção do gerente da rádio, perguntou se fazia aquilo para instigar a população ou era algo que a rádio pedia, chegou a se dirigir ao diretor da rádio, ai a gente parou com tudo senão complicava.

7) O senhor vê alguma ligação entre política e rádio?

Tem rádio que tem interferência política; agora a gente tem que ter jogo de cintura, pra tratar todos os políticos igualmente, ainda mais agora em época de campanha você não pode fazer nada nem entrevistar candidato, as vezes você entrevista um deputado, e você antes já tem que preparar ele já sabendo disso, mas você tem que sempre dá uma lembrada que ele não pode pedir votos, não pode fazer campanha, não pode fazer nada, caso aconteça isso, quem sofrerá com isso é a rádio.

8) Especificamente sobre o seu programa na Rádio – alegria sempre – fale um pouco dele?

Ah, quando eu falo de alegria sempre eu gosto, eu gosto muito porque eu comecei aqui na rádio cultura em 80 trazendo Alegria, alegria e depois passou a ser alegria total e hoje é Alegria Sempre são programas que eu sempre tive, e um detalhe importante, todos os programas desde que eu comecei a rádio começa com uma música do Roberto Carlos, que eu acho que é uma mensagem muito bonita e tem aquela mensagem que também a gente faz, faz uma mensagem especial, lida e depois a música do Roberto Carlos agora eu acho que o meu programa, é um programa natural, eu não invento nada eu faço aquilo que dá na telha, e faço aquilo que está no meu intimo que é alegria... A gente chega na rádio, às vezes com tristeza, mas com o programa, esqueço tudo, este programa me deixa feliz.

9) Seu objetivo é transmitir alegria?

Sim, eu gosto de transmitir alegria, é mais fácil você, fazer as pessoas felizes do que transmitir tristeza.

 10) Do seu tempo na Rádio Cultura  - qual é o episódio que mais é presente em sua memória?

Olha foram os festivais que realizei tive em parte apoio da rádio, apesar que eu como radialista, como funcionário da rádio, ainda eu pagava propaganda dos meus festivais. Mas, marcaram mesmo em minha carreira foram às entrevistas com governadores que vinham ao vivo no meu programa e não ia às outras emissoras, isso marca muito na gente, senador por exemplo vinha, fazer entrevista ao vivo só no meu programa, isso são coisas que marcaram. Outra coisa que marcou foi às campanhas para o hospital do câncer com arrecadação de mantimentos e não me esqueço de um garotinho de 14 anos que chegou aqui no estúdio e me disse: eu quero ajudar: quero dar minha correntinha com meu pingente de ouro! Olha me emocionei, até hoje me emociono (com os olhos marejando), todos que estavam no estúdio choraram. Isto marca!

11) É possível , através da sua vida profissional ligada ao rádio, fazer uma retrospectiva da história de Naviraí?

Acho que Naviraí teve um crescimento e mudança grande. De 1980 para cá vai falar de 80 pra cá, quando só havia matas, estradas de terras, o asfalto não chegava até Dourados, só se via mato, hoje vemos campos, então você sente a diferença; a cidade não tinha água encanada foi inaugurada a água no ano que eu cheguei em 1980, se eu não estou enganado e a energia elétrica foi no ano anterior e era com motor, então mudou muito a cidade se expandiu cresceu. Nesse período teve muitas inaugurações como, por exemplo, o Fórum, a Sanesul. É isto que posso relatar da história de Naviraí, uma história sofrida, porém muito bonita.

                       

Entrevista com Eduardo Mendes da Rádio Karandá FM de Naviraí, na qual nos relata sobre os tipos de transmissores que existem nos dias atuais.

Existem vários tipos de transmissores, os antigos eram válvulas, ou seja eles usavam valvulados, como transmissores de empresas né, hoje em dia já tem outros dois tipos de transmissores, os que funcionam valvulados e com sistema estático, e os que são estáticos já funcionam de maneira digital, não é rádio digital, ele funciona de forma digital, ou seja ele não tem mais válvula pra fazer que o transmissor funcione, e sim componentes eletrônicos que fazem; é uma preocupação grande da empresa na hora de adquirir um transmissor desse, existem transmissor de 20 mil até 150 mil reais, o que acontece é que os transmissores são feitos para durarem muitos anos, não é uma peça de reposição, então quando a gente vai adquirir uma peça dessas, você tem a preocupação de comprar com qualidade e durabilidade dos componentes que são colocados nos transmissores.

Eduardo diz: Fui a uma feira em Campo Grande onde lá estava uma empresa que no momento não me recordo o nome dos aparelhos MPA, que eles utilizavam dentro das placas, iguais a essas placas de computadores, tem um monte de componentes, ai ao invés de usar esses componentes fabricados na China, que dão defeitos toda hora, daí se optam para usar o mesmo que o exército Israelense, Canadense usa que é um chips que custa CR$ 0,20 centavos da China, na radiodifusão vai custar CR$ de 10,00 á CR$ 15,00 reais, uma pequena pecinha, mas com qualidade melhor, pois isso conta muito tem que ser de boa qualidade, melhor, pois isso conta muito tem que ser de boa qualidade, ( porquê?), a radiodifusão, ela funciona dentro de uma legislação, a rádio não pode ficar fora do ar, se o transmissor quebrar o problema é da rádio, por isso temos que ter um de reserva ou se não isso acarreta uma penalidade na qual pode se perder até a concessão da rádio;

A rádio Karandá, aumentou de 5 mil para 15 mil watts de potência; o que acontece? Esse processo já tem mais de 2 anos circulando, nós já pagamos engenheiro, de telecomunicações, protocolizamos o  processo no ministério das comunicações, a ANATEL, onde já foram feitos levantamentos quanto a isso tudo aprovado, só que, ainda não aprovaram, não disseram ok ainda, que pode aumentar para 15 mil watts, porquê? Nós estamos em uma área de fronteira, então todo o processo para aprovar qualquer mudança de frequência aqui onde nós moramos, necessariamente, tem que pedir autorização pro nosso vizinho, o Paraguai. Então, segue um pedido de autorização para Assunção (capital do Paraguai) e eles analisam se vai interferir ou não na rádio – frequência deles.

 Transmissores: Bom, o transmissor não funciona sozinho, existem vários componentes. Então para aumentar a potência, seria uma torre alta (a altura importa),para que tenha  um maior raio de alcance, e os elementos que são pequenas antenas, que permitem esse alcance, fazendo com que a rádio Karandá passe a ter 15 mil watts de potência.  

O que torna a radiodifusão uma coisa cara?

Todos os equipamentos da radiodifusão são muito caros, cada elemento que põe na torre, antigamente, quando comprava lá fora se falavam em U$ 2,500 a U$ 3,000 dólares, aqui no Brasil hoje, o elemento mais barato que eu já vi custa R$ 7.000 reais, é uma anteninha (um cabo, com dois cabinhos); outra coisa, o transmissor para ser ligado na antena, se dá através de um cabo, esse cabo é praticamente cobre puro, custa em média uns R$ 100,00 reais o metro. A mesa do operador, uma mesa simples de metal, não tem nada custa R$ 12,000 (doze mil reais), ainda tem o excitador, outro aparelho chamado  Orbam, que seria do som, custa no mínimo U$ 9.000 (nove mil dólares).

Existem transmissores mais baratos, nas rádios de 600w, de 1000w, depende da potência, pra vocês terem uma ideia, o preço do transmissor de 1000 watts é R$30.000 (trinta mil reais), então o de 5.000 watts é cinco vezes mais. O transmissor é um acumulo de watts.

 

Entrevista - Gláucia filha de Valdenir Medeiros, dono da rádio Karandá FM – (in memorian)

1) Há quanto tempo vocês trabalham com radiodifusão? Aqui em Naviraí, 17 anos, mas meu pai já trabalhou a mais de 20 anos, ele fundou a rádio Karandá, já comprou pronta, meu pai Valdenir Medeiros começou em Eldorado há 25 anos, faz 3 anos que ele faleceu.

2) Qual o impacto que a rádio Karandá exerce sobre a população de Naviraí?  Impacto bom, pois a rádio traz anúncio de emprego e faz campanhas.

3) Hoje quem comanda a rádio? Eu que sou filha de Valdenir Medeiros, Gláucia Maria Criado Medeiros e a ex-esposa de meu pai Ivone Terezinha Martendal.

Entrevista com - Beto Correa – Sócio da Rádio Cidade Comunitária  FM de Naviraí

1) Quando foi fundada a Rádio Cidade?  Em 18 de Outubro de 2001.

2) Há mais de um  dono a rádio? São 3 pessoas, Napoleão Teodoro de Souza, Gilberto Pimpinati e eu Beto Correa Rojas. Sou o diretor da rádio e os outros são os sócios.

3) Há quanto tempo o Senhor trabalha com a radiodifusão? Tem 25 anos de radiocomunicação, eu fui gerente da rádio Karandá.

4) Qual é a importância da rádio Cidade para Naviraí ? Atender, interagir com as comunidades, prestar serviço cultural.

5) O Senhor tem algum programa na rádio? Sim, é um informativo aos sábados das 11h00min horas ás 12h00min horas.

6) É possível através de sua vida profissional ligada ao rádio, fazer uma retrospectiva da história de Naviraí? Sim, teve o ciclo da madeira, o desenvolvimento de Naviraí desde 51, os primeiros colonizadores como o Senhor Antônio Augusto dos Santos (Virote).

7) Pretende aumentar a frequência? Não, a rádio alcança toda Naviraí em um raio de 20 km, tem 25 watts de potência.

8) O Senhor sabe um pouco de como nasceu a radiodifusão em MS? As pioneiras são a rádio Cultura AM de Campo Grande, a rádio Clube de Dourados e a rádio Difusora de Aquidauana. A fundação Barbosa Rodrigues é pioneira em radiocomunicação.

9) Na rádio existe restrição a algum programa? Programas evangélicos nós somos neutros.

10) Quantos locutores há na rádio? São 8 locutores, 24 horas no ar.

11) Olhando para o passado, o Senhor realizou seu sonho quanto à radiodifusão, ou falta algo? Realizei o sonho, porque é um dom artístico, são 25 anos de radiodifusão, já tenho no sangue, somos 5 irmãos, todos locutores.