Supremo tribunal
Canais de abertura na terra dos espelhos
dos olhos vermelhos ardidos em dor
furor do destino que maltrata o joelho
espelho sem brilho no santo do andor

A sentença que imputou a cada réu
sob o céu onde habita o nosso Deus
como ateu cobriu os espelhos com véu
e ao léu lançou os entes seus

Delegou poder á revelia
com alegria condenou inocentes
indigentes viram no inferno a moradia
sob a fobia de homens descontentes

Na audiência do seu julgamento
no momento de conhecer o juiz
infeliz escondeu seu pensamento
do sedento martelo que lhe fez feliz

No espelho refletiu sua imagem
na miragem de cada réu condenado
inconformado não passou na triagem
e sem coragem ajoelhou amedrontado.