O suposto diálogo.

 

Edjar.

 

Significará que o sistema solar será completamente destruído? Respondeu o seminarista quase que exatamente isso.  O calor ficará muito alto as águas vão evaporar e na medida em que acontecer aproximação com terra e aos demais planetas,  o  sol, com elevação da temperatura em milhões de graus  as rochas derreterão,   os planetas transformarão  em mares de fogo.  Tudo coligir-se-ão. 

 

Nicomedes.

 

As rochas transformadas em líquidos formarão verdadeiros  mares de fogo e sobre a terra não sobrará  sequer a sombra da consciência da existência humana.  Exatamente isso senhor Nicomedes respondeu o seminarista.

 

O seminarista.

 

As profecias bíblicas estão corretas o mundo será realmente destruído pelo fogo, o mundo sempre foi destruído pelo fogo, em cada 20 bilhões de anos tudo acaba o sol terminará com seu hidrogênio e transformará em uma anã branca.

 

Porém, a matéria concentra-se, começa um novo processo de resfriamento, desenvolve no interior da grande massa energias negativas e positivas que levarão a partir de outros bilhões de anos,  novas implosões, criando um novo sistema solar.  Novos Big Bangs.

 

Edjar.

 

O  universo acaba e recomeça de suas próprias cinzas e os  seres humanos são produto da química da cinza do universo.

 

O seminarista.

 

O Big Bang repete de 20 em 20 bilhões de anos, existem bilhões de galáxias e de outros sistemas solares perfazendo esse mesmo fenômeno, repete-se em cada tempo em bilhões de galáxias e sistemas solares. Portanto, foram e serão bilhões de Big Bangs.

 

Edjar.

 

O universo, a matéria que constitui tudo que existe, destrói-se e recompõe permanente, isso significa que tudo que existe em termo de matéria refaz constantemente por várias fases de vicissitudes  eternamente.

 

O seminarista.

 

O apocalipse realizará, faltam apenas dois bilhões e quinhentos milhões de anos. As profecias estão certíssimas, não porque o homem inventou Deus, mas porque o universo criou na sua origem o gene da destruição e reconstrução.  Tudo que existe, tem como finalidade ultima a destruição, ou seja, o próprio fim.  Sendo que o fim é o princípio do recomeço.

 

Edjar.

 

Não vejo sentido nessa loucura, respondeu o seminarista, exatamente, não existe significado, os breviários deveriam ser queimados.

 

Nicomedes de Itapagipe.

 

A representação é o mais absoluto delírio.

  

Leucipo.

 

Existem apenas duas realidades no universo: o átomo e o vazio, tudo que existe como matéria é composto de átomo, fora do mesmo, o universo é revelado pela ausência  que é naturalmente o inexistente, definido  exatamente pelo vácuo.

 

Edjar.

 

 A matéria constitui apenas 0,1 por cento do universo, o restante constituído do vazio, frio e escuro. Uma imensidão de trevas. São os universos paralelos de energia negra.

 

O seminarista.

 

Apenas  uma fonte uma única e  de lá  originou tudo, todas as formas de vida, e todas as formas dela,  voltarão para a única fonte na qual se dissolverão definitivamente, transformando as  na própria origem, sem mitigar o destino amastênico  pela mística.

 

Edjar.

 

Os corações sábios ficarão eternamente aflitos.

  

Sartre.

 

Nada me prende a nada.

Até por que sou o nada.

A minha realidade na verdade.

É a minha inexistência.

Mesmo existindo, querendo ou não.

Sou em síntese na perspectiva do universo.

Na sua química e na sua física.

Aquilo que no princípio não era, ou seja.

A anterioridade das anterioridades.

O inicio primordial, com efeito, revelo o inexistente.

Sou apenas a inexistência, mesmo no presente.

Do futuro não se deve dizer absolutamente nada.

Por não ter existência.

 

O seminarista.

 

Sou apenas o deixar de ser.

Esse deixar de ser, como o ser não tem alma.

É lamentavelmente o nada.

 

Eduardo Prado Coelho.

 

Com Copérnico, o homem deixou de ser o centro do universo.

Com Darwin, o homem deixou de ser o centro do reino animal.

Com Marx, o homem deixou de ser o centro da história que, aliás, não possui um centro.

Com Freud, o homem deixou de ser o centro de si mesmo.

 

Edjar.

 

Leucipo não poderia pensar que esse esplendoroso universo, foi feito do nada sem forma, sem nenhuma identidade básica.  De modo que todas as coisas e formas poderiam manter a particularidade e como os seres humanos transmitem suas imagens amplas aos descendentes sem nenhuma parte indestrutível da mnemonização da matéria. A antimatéria.

 

Habermas.

 

Quando secam os oásis utópicos estende-se um deserto de banalidade e perplexidade.

 

 

Edjar.

 

O universo resultou da sua própria imprudência e pela prudência será posteriormente destruído. A única coisa racional na intuição posteriori será a realidade com a mais absoluta ausência, o que na verdade é a lógica, a respeito da finalidade de tudo.   

 

Nicomedes.

 

 Isso por um lado, por outro, a matéria não tem significado objetivo do mesmo modo tudo que surgiu da evolução, miríade para poder dar continuidade o que nunca deveria ter sido e muito menos existido.   A natureza é essencialmente um desproposito.

 

Fernando Pessoa.

 

Outra vez eu te revejo.

Com o coração mais longínquo.

A alma menos minha.

Outra vez eu ti revejo.

Transeunte de ti e mim.

 

O seminarista.

 

O sentido de qualquer fenômeno e quase sempre a imaginação  delírica e abstraída  pela anti-razão.  A coragem é normalmente o medo. 

 

Nicomedes.

 

Acontece que nosso sistema solar vai acabar como vão terminar todas as galáxias do mesmo modo outros sistemas solares, isso significa que nada no universo tem sentido, porque as espécies também acabarão e terminarão antes que o sistema solar se exaurir.

 

Edjar.

 

Senhor Nicomedes, todas as espécies nasceram de um caldo comum e evoluíram de uma condição inferior para superior, por meio da seleção natural. Antes de o homem ser homem foi semelhante a um primata, mas antes de ser semelhante a um primata, foi outro animal inferior ao primata e assim consecutivamente até chegar ao caldo  primitivo que deu origem a vida. O homem foi apenas uma célula replicadora.  

 

O seminarista.

 

As anterioridades que resultaram no homo sapiens surgiram na áfrica, portanto,  todos  no processo de especiação correspondem  a evolução,  fomos negros.  

 

David Brody.

 

Todas as células funcionam essencialmente da mesma maneira, e o código genético que governam todas as formas de vida é idêntico em todas as espécies, prova conclusiva que todas as formas de vida têm um ancestral comum, como previra Darwin em ancestralidade humana. Somos praticamente uma grande família, separada e destruidora dos seus membros.

 

Nicomedes.

 

O que significa tudo isso Edjar?  Simplesmente que a natureza não vai proteger a sua criação pela evolução, pois cada ciclo evolutivo pela seleção natural, quando uma espécie passa de um estágio  ao outro superior, no caso ao homem, cria -se na estrutura genética, o que chamamos de lixo de DNA.

 

Edjar.

 

A espécie anterior deixará de ser sempre, o homem fora tantas outras espécies até um dia transformar pela evolução no homem de hoje. Isso significa que com os milhões de anos o homem deixará de ser o homem que é, será naturalmente outra espécie.  Essa é a lógica natural da evolução, o universo inteiro é disteológico não tem finalidade. 

 

Nicomedes.

 

Não devo vangloriar o que sou, porque não serei.   Apenas uma preclusão.

 

O seminarista.

 

95% do nosso DNA são acumulo de outras frases que evoluímos por meio da especiação, isso significa que quando surgir uma nova espécie pela evolução e seleção, adaptação ao meio, aumentará a carga de DNA acarretando na diminuição da capacidade reprodutiva. 

 

Portanto, senhor Nicomedes quando acontecer os 100%  de DNA a espécie, ou seja na mudança de espécie por meio da especiação,  pelo processo seletivo  também as novas espécies  exaurirão e não estamos tão longe para que isso aconteça.

 

O seminarista.

 

Possivelmente dentro do DNA de cada espécie nesse processo descrito, existe uma predeterminação química para a extinção das espécies. Que poderá acontecer antes da destruição do nosso sistema solar ao finalizar a queima do hidrogênio ou pela própria destruição das  espécies ao acumularem  os 100 % de DNA.

 

Nicomedes.

 

As espécies pelo que tudo indica mesmo que a natureza não tivesse condenada a desaparecer, elas teriam que desaparecer naturalmente, exatamente isso respondeu o seminarista. Portanto, não poderia ter sido Deus o criador de tudo isso, apenas para realização fatídica de uma  grande brincadeira.  

 

Edjar.

 

Não precisa ficar triste senhor Nicomedes o universo começará novamente e em algum lugar dele mesmo, os sistemas solares a diversidade da vida se repetirão  outras vezes, devemos apenas espera por mais 15 bilhões de anos.

 

  O mais magnífico fundamento é que tudo se repete sem o mínimo sentido, repetirá eternamente porque sempre existiu e existirá a temperatura negativa com seus milhões de graus negativos transformando a antimatéria em matéria, ou seja, o nada em tudo.

 

Nicomedes.

 

Do mesmo modo que os milhões de graus de temperatura positiva destrói o universo, os graus negativos reconstroem e será assim eternamente esse jogo do eterno retorno, tudo acontecendo sem finalidade, o universo.  Para esse fenômeno tornar-se real não é necessário Deus.

 

O seminarista.

 

Deus é uma hipótese absurda e desnecessária.  

 

Edjar.

 

A química da física do universo conte nela mesma o germe da vida, dependerá apenas de como constituirão os sistemas solares, no entanto a linguagem sempre será fruto do erro na evolução.

 

 Portanto, o homem nunca foi e não poderá ser um privilegiado, pois a suposta superioridade resultou de um grande erro no processo evolutivo.  

 

O seminarista.

 

Em uma tarde na mais perfeita eudaimonia sentado a beira de um regato, no município de Itapagipe, o seminarista pensou melancolicamente, o que vem depois da vida esconde-se em uma escuridão profunda, Sendo que a mesma jamais poderá  voltar a luz. O buraco que esconde a matéria é absolutamente terrível e está perdido solitariamente num distante ponto do universo. Incólume à liberdade e a ilusão.

 

Edjar.

 

Que esquisito é a nossa sorte, todos estão aqui por uma questão ocasional, para realizar uma pequena estadia sem propósito.  Obversão as ideias que têm iluminado o nosso caminho, renovam a nossa coragem no enfeite da predestinação, que consiste apenas em transmitir o novo gene, sem qualquer outro significado.

 

O seminarista.

 

O que é a verdade em tudo isso a não ser a mortalidade.  Mas a matéria não morre, muda apenas de estado, o que morre a não ser o conceito da alma.  E a alma tem algum conceito senhor seminarista?  Perguntou Edjar, apenas o aspecto ôntico da imaginação respondeu o noviço. O cogitaritum.

 

Nicomedes de Itapagipe.

 

 Escuto ao silêncio, o mundo caminha pela lógica da imbecilidade, o fútil é a trajetória que cada um tem que construí-la, caso não queira a exclusão. Tudo é passagem, no máximo duas gerações, a terceira não recorda das anteriores. Portanto, somos o pertuso esquecimento. O passado não faz sentindo, a não ser o sentido daquilo que não passou.

 

Edjar.

 

Estamos apenas no inicio do grande conhecimento, o fiturgo começo que será repetido eternamente e não terá fim, os mitos começarão a cair um por um.  Chegará o momento que os imbecis terão que silenciar, por enquanto eles cantam e fazem festa celebrando a própria burrice.  Mas novos mitos nascerão com sua estrutura essencial ludibriando o princípio do que seria na natureza o fundamento.

 

Schopenhauer

 

Entretanto, tudo que o mundo inclui ou pode incluir é inevitavelmente lexicológico dependente do sujeito, não existindo senão para o sujeito, dissentâneo ao princípio da contrariedade.

 

O seminarista.

 

O mundo é a representação da idiossincrasia, o desejo do sujeito, mesmo que seja na forma da imaginação criada segunda a sua inversão, pois o mundo é quase sempre a inversão da realidade imaginada na forma terapêutica dos sonhos.

 

Se o mundo não for dessa forma o sujeito se mata ou enlouquece, exatamente por esse motivo a ilusão é bem sucedida. Ductio per impossibile. Redução absurda da tese ao seu contrário por meio da demonstração da própria contradição.

 

Platão.

 

O mundo é uma eterna repetição das mesmas coisas. A alma constitui-se no processo permanente de ir e vir, por meio da imitação hipotética da vontade.  Um sonho essencial da metafísica referiu Edjar. O organon.  Ad Perceptio ratio substratum.

 

Nicomedes.

 

Eu não acredito em reencarnação disse Nicomedes, isso é uma grande bobagem.

São apenas cavernícolas da mercantilidade. Ad dominaten. Ao ato da dominação.

 

O seminarista.

 

Muito menos em ressurreição. Cristo não acreditava em ressurreição como descreveu muito bem o Evangelho apócrifo de Judas. Ele sempre vulnerou a premeditação.

 

Edjar.

 

 Mas por que você não acredita em reencarnação senhor Nicomedes?

 

Por uma simples explicação, mesmo que eu já tivesse vivido antes, de que isso me adiantaria, se não consigo lembrar de um só fato da existência anterior. Postula-se uma duração infinita e não é essa a natureza do universo. Douta ignorantia.  O limite do saber a natureza das etapas.  Não se pode voltar às mesmas pelo processo de síntese, quando seria o reinicio de outro processo e não o anterior.  Aboba-se apenas uma intuição destrutiva na sua lógica sequencial.

 

O seminarista.

 

Entendo a insipiência  perfeitamente, o ser humano não é o coração, o fígado ou os pulmões, órgãos  que podem transplantar perfeitamente.

 

Nicomedes.

 

E o que é o ser humano? Respondeu o seminarista. O ser humano é o cérebro o que define o que é o homem como tal é a sua razão, da mesma forma a memória, a intencionalidade do eu.  A diastema do cálculo puramente  isotáctico.

 

Edjar.

 

Poderia explicar melhor essa sua explicitação.

 

Continuou o seminarista.

 

Para acontecer à reencarnação teria que haver a retransmissão da memória a métekis, do contrario seria outro homem, outro homem em sentido duplo, primeiro porque o suposto reencarnado é composto de um DNA completamente diferenciado do anteriormente falecido.

 

 Isso significa dizer cientificamente já não é o falecido, segundo não tem dentro da memória nada que continha na razão do anteriormente morto, portanto, concordo plenamente com Nicomedes a reencarnação é uma grande tolice, ausência de cultura científica. Falta de premência ao conhecimento necessário.

 

Edjar.

 

 E quanto a ressurreição senhor seminarista?

 

O seminarista.

 

A respeito  da ressurreição a explicação é  grandíloquo.  Fundamenta-se na física e      na biologia.  O homem passa por diversas mudanças, tanto biológicas como físicas, sem dizer as culturais.

 

  Suponhamos um homem que morreu com 100 anos. Pergunto qual o estagio que Deus resolveu ressuscitar, o jovem com 22 anos, bonito e inteligente ou um velhinho com o corpo todo deformado obviamente pela idade.

 

Continuou o seminarista o homem não tem diferença ao morrer do invólucro de um cabrito exposto sobre ao solo em processo de apodrecimento. O  precógnito do destino prescrito, tânato ao sintoma.

 

Edjar.

 

Nossa que coisa? É a mais absoluta verdade.   

 

Nietzsche.

 

Disse categoricamente; Deus não existe, o homem é apenas um corpo, igual a um animal comum, apesar da linguagem. Notiones communes. Do que é naturalmente admissível.

 

Aristóteles.

 

A alma criada por mim, não tem nada a ver com a alma criada por Platão que fundamenta o cristianismo, o meu conceito de alma é a base apenas do princípio físico da matéria que muda sempre de forma.  Peremptória  na natureza, apenas a mudança.

 

Edjar.

 

 Em referencia ao impérvio universo, nada anterior a ele poderá voltar a ele mesmo, foi assim o começo e da mesma forma terá que ser o fim, um profundo mistério inteiramente contumelioso, explicável por meio de uma razão completamente indutiva e vazia, da mesma forma que tenha sido o inicio. Jactou-se o prenúncio.

 

Protágoras.

 

As verdades não são falsas ou verdadeiras em si, mas dentro de um sistema de pensamento ou segundo certas regras que opõem sua veracidade à prova.  Uma suspeição epistemológica.

 

Nicomedes de Itapagipe.

 

A verdade é mefistofélica.

 

Nietzsche.

 

Não se entende nenhuma epistemologia paradigmática a não ser pela lógica comparativa. A comparação é a mais profunda isóscele interpretativa.

 

Popper.

 

Tudo a princípio prende-se ao valor da refutabilidade.

 

  O seminarista.

 

O nada apenas o nada, o infinito aberto e escuro e cinco milhões de graus negativos fazendo matéria, desse fenômeno originou tudo inclusive a vida e as ideologias.

 

Edjar.

 

O homem é apenas um produto químico e físico sendo que se esgota nessas duas realidades. O ser é apenas a manifestação perfunctória de uma perístase do passado revestido com o gene do futuro no presente. 

 

Nicomedes.

 

O começo foi o nada, e o nada era a temperatura negativa que criou as primeiras partículas. O universo originou dessa forma sem nenhuma necessidade do espírito.

 

O seminarista.

 

Incrivelmente, tudo já estava previsto no nada, na antimatéria, portanto, apesar da existência, tudo voltará a ser a origem primeira, até mesmo o universo fará esse retrocesso que é cíclico, posteriormente voltará a ser o que está sendo.   

 

Edjar.

 

Modernamente comparando diversos fósseis de épocas históricas  distantes,   descobriram  entre os homens e os macacos relativa proximidade  de DNA. Isso significa que no passado,  o homem era parente bem próximo do macaco, num  tempo contubérnio.   Essa é a prova cabal da ascendência comum.

 

Nicomedes.

 

 Analisando cientificamente a estrutura de DNA do espermatozoide do macaco tal qual a semelhança com o  esperma  humano, não tem como negar a relação de parentesco. 

 

O seminarista.

 

Durante milhões e milhões de anos de acordo com o DNA comparativo o homo sapiens era praticamente igual ao macaco, isso significa que o homem durante milhões de anos não desenvolveu a linguagem e  portanto, não tinha diferença de um bicho, não tinha sequer desenvolvido o conceito de alma, sendo que o desenvolvimento do mesmo,  começou a surgir perto da nosso tempo, só aconteceu com surgimento da linguagem.   

 

Nicomedes.

 

Significa que em comparação ao processo de evolução, considerando o tempo na evolução, a relação de proporcionalidade em que homem estava na fase de bicho, corresponde 99. 9,  Portanto, resta ao homem um tempo insignificante em que pode ser considerado sapiens. Existindo Deus e o céu, o paraíso, só poderá estar cheio de bichos. 

 

Edjar.

 

Portanto, durante milhões anos Deus não poderia salvar a alma do homem porque o homem ainda estava na evolução de parente próximo do macaco, ou seja, a passagem de bicho para o homem sapiens. Com efeito, o homem não poderia ter uma alma mesmo a alma sendo uma ideologia. O homem era apenas um bicho. 

 

O seminarista.

 

Se homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e se o homem cientificamente cumpriu a fase de bicho na evolução, nesse período de milhões de anos para o homem ser semelhante a Deus, Deus teria que necessariamente ser semelhante a um macaco. Pois cientificamente o homem já foi semelhante a um primata.

 

Nicomedes.

 

 A vida é o mais inquestionável breu. 

 

Edjar.

 

 O mundo é a representação de uma ideologia parcial. A parcialidade sobrepõe como globalidade iludindo a mente comum como se fosse à revelação da verdade, quando é apenas a predileção das etapas. Proprincipia a constituição das coisas finitas. Ad veritas perpetum sapienitun. 

 

 Nicomedes.

 

Disse ao seminarista, se na bíblia existir uma única mentira, ela não poderá ser inspirada por Deus, pois a mentira não pode ser um produto da divindade.

 Eclíptica por si mesma.

 

O seminarista.

 

Concordo plenamente.

 

Nicomedes.

 

O fato de Deus fazer um animal inferior ao outro, prova a não existência de dele, pois um Deus supostamente justo e bom não poderia criar um animal inferior a outro, apenas com a finalidade de servir como pasto aos mais fortes.  Da mesma forma ao homem, o fraco fica sob o domínio do forte. Realiza-se o privilégio do dominador.

 

O seminarista.

 

Deus para ser Deus teria que fazer o homem igual à ideia que o homem faz do próprio Deus. Assídua autem meditatione perveni, ut viderem, quod tum modo possem penitus delibere.  Por meio de uma reflexão permanente, cheguei a perceber o que poderia ser refletido seriamente.

 

Edjar.

 

A bíblia foi elaborada fundamentada em dezenas de mentiras como produto da ignorância.

 

O seminarista.

 

Uma delas refere à arca de Noé, algumas centenas de anos antes de Cristo, o mundo estava cheio de pecado, Deus resolveu acabar com o mundo da seguinte forma.

 

 Deus pediu a Noé que construísse uma enorme barca entrasse nela ele e sua família, colocando ao mesmo tempo um casal de cada espécie, pois haveria um grande dilúvio e o mundo seria destruído. A contumácia humana acabaria.

 

Nicomedes.

 

Perguntou ao seminarista como poderia provar por que esse acontecimento não aconteceu? Foi apenas uma fraude  bíblica?

 

O seminarista.

 

Hoje existem milhões de espécies resultadas do suposto dilúvio, para ter sido salvo todas essas espécies teria que ser construída uma arca do tamanho do Estado de São Paulo. Isso jamais seria possível em toda história da Humanidade.

 

Edjar.

 

 A bíblia mente muito, o profeta mandou o sol parar quando teria que mandar a terra, pois é a mesma que movimenta em torno do sol.  O Deus que supostamente inspirou a bíblia é supostamente burro, será que ele fez tudo criando à física e esquecendo as leis criadas por ele. Inspira ao homem a sua ignorância e não a sabedoria? A isocromática prefiguração írrita a verdade histórica.

 

Nicomedes.

 

A bíblia revela que os primeiros homens viviam 900 anos, quando sabemos que poucos foram os  que naquela época  chegaram aos trinta anos.

 

Edjar.

 

Em toda história da humanidade, até aos nossos dias nenhum homem conseguiu viver mais de cento e vinte anos. Nesse sentido e em outros, a bíblia é um festival ebriático.

 

O seminarista.

 

Disso eu não tenho dúvida senhor Edjar e com toda certeza não pode existir Deus, pois o Deus que conhecemos só conhecemos por meio da bíblia e como a mesma não é comprometida com verdade, Deus não poderia existir, pois Deus para ser Deus tem que necessariamente estar comprometido com a verdade e seu instrumento de revelação é comprometido com a mentira.  A grande prova da não inexistência de Deus.

 

O seminarista.

 

Diz o seminarista que no inicio Deus criou Adão e Eva, fazendo Eva da mesma matéria de Adão. Modernamente sabemos através da ciência que o cruzamento humano resultado de irmãos com irmãos leva necessariamente a extinção da espécie e que por essa razão milhões de outras espécies foram extintas e não seria diferente com os homens.

 

Edjar.

 

Modernamente com todas as informações científicas que temos não podemos aceitar a bíblia como inspiração de Deus.

 

O seminarista.

 

É a mais absoluta verdade, Deus existindo ele não poderia ter inspirado a bíblia. Portando, a bíblia jamais poderia ser um produto de Deus. 

 

Feuerbach.

 

O homem percebe no seu íntimo um cabedal de anseios e aspirações; projeta os fora de si e os identifica com uma entidade irreal, como se fosse real, quando na verdade é apenas uma ilusão.

 

O seminarista.

 

Essa ilusão projetada chama-se Deus, isso se explica psicologicamente, sob o domínio do Deus projetado, o homem sente se esmagado e do esmagamento tenta criar a libertação por um ato alucinante de adoração. É o resultado da mais absoluta fraqueza humana. O homem recusa terminantemente aceitar a ideia de  ser bicho e acabar como um animal qualquer. Por isso inventou Deus como fonte de salvação.

 

Edjar.

 

O homem para suportar o mundo, procura salvar a si mesmo usando de Deus por meio de sua imaginação delírica e dessa forma evita em parte a psicopatia.

 

Nicomedes.

 

Se o homem não tivesse inventado Deus, ele teria ficado completamente louco.

 

Feuerbach.

 

Pelo ato do domínio o homem sente se miserável como um pobre pecador. Essa é a verdadeira hipóstase, sustentáculo ou substancia divina. O esmiuçamento da projeção invertida.  O homem simplesmente criou Deus.

 

O seminarista.

 

O homem é uma criatura azarada, tudo porque desenvolveu as cordas vocais.

 

Edjar.

 

 Deus é a invenção de tudo aquilo que o homem não pode ser. Apelintrado como forma do desanimo humano. Com efeito, a grande ficção.

 

Nicomedes.

 

O tamanho de Deus é proporcional à fraqueza e o capricho da natureza impostos ao homem, como ser genuinamente frágil.

 

Edjar.

 

O homem por ser pequeno criou-se a ideia de uma perfeição inatingível, para não viver na mais absoluta ilusão imaginou Deus. A proposição da ilusão tornou-se verdadeira pela indução imaginária da metafísica.  Esse é o mecanismo real de todas as religiões.

 

Nietzsche.

 

A metafísica é, portanto, uma grande confabulação em torno do nada: O nada é o ideal erigido como ídolo ilusório; o homem procura um princípio em torno do  qual   despreza  a si mesmo, inventou outro mundo para poder caluniar e diminuir o mundo real.

 

Escolheu, portanto, o nada e fez desse nada, com efeito, Deus. Uma verdade fictícia chamada a julgar e condenar as ações do homem, ou seja, sua existência. Uma ação covarde desenvolvida pelo homem.

 

O seminarista.

 

O homem age da mesma forma na política, na filosofia, porque não dizer na linguagem e  na  psicanálise.

 

Edjar.

 

Toda condenação que vem fora do mundo real é apenas uma amixia. Um fetiche.  Deliberare mala certa pro bono certo omitterem.  Renuncia o mal certo para um suposto bem. 

 

 O seminarista.

 

Não existe um principio imanente inteligente ordenado, tudo que existe vem do interior da natureza e movimenta num perpétuo devir. Identifica-se com as leis da natureza, forma-se uma grande unidade com a matéria e ao mesmo tempo cria seus opostos, a razão do giratório e da repetição de tudo.

 

 Tudo que existe repete eternamente sempre na mesma substancia, mas manifesta-se em seus acidentes.

 

Mas o mundo mesmo não tem nenhum sentido, por ser essencialmente natural.

 

Parte de um suposto diálogo,  escrito a partir   de conversas que o  autor teve com Nicomedes Costa de Vasconcelos, da cidade de Itapagipe em Minas Gerais.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.