Caros,

Nesse artigo, resumirei na prática pelas minhas experiências, um dos temas mais discutidos em palestras, simpósios, ou outras fontes de informações. A superação e adaptação andam juntas. Aonde se supera um obstáculo, voçe tende a adaptar-se para uma nova missão. Veja, Eu era um Fuzileiro Naval, com treinamentos de forças especiais, com missão de paz na Africa, condecorado com a medalha da ONU, e honra ao mérito, pelos mes serviços prestados com total dedicação durante três anos na organização militar que servi. Tudo indicava uma carreira promissora, com know-how adquerido com muito adestramento e disciplina. Dentro desse cenário vitorioso, acontece a queda, o improvável, o caótico desligamento do serviço ativo da Marinha, por questões burocráticas, além da nossa compreensão.

A despedida, a impossibilidade de retornar o que mais amava fazer, forçou-me a superar todos os medos e paradigmas da vida civil. O que eu encontraria  num sitema desorganizado, sem disciplina e desarmado? Ao longo do tempo, percebi que a superação e à adaptação andavam lado à lado na minha vida. Os desafios de adaptar-me a um novo emprego, lidar com civis e lidar com o lado psicológico da perda, blindou meu cérebro para novos desafios. Um deles, foi trabalhar em regime de fabrica, onde explita-se, a relação de contrato de trabalho, onde é livre só na aparência, na verdade, o desenvolvimento do capitalismo supoê a exploração do operário, diferentemente do serviço militar. A adaptação para esse novo conceito de vida trouxe muitos benefícios e a superação sempre andando juntos com adaptação ao meio.

Quando fui para uma empresa que ´produzia "Umbilicais de controle submarino" para petrobras, lembrei dos ensinamentos e exegese - de Carl Max. Onde sita-se: "Mais-valia". O valor  que o operário cria é além da sua força de trabalho. Tinhamos que cumprir 12(doze) horas de trabalho por dia 7(dias) na semana, sem folga, para que podéssemos produzir com um máquinário obsoleto, um mangote de milhôes de reais na época. Analisei criteriosamente o que estava acontecendo, e por muitas vezes, pensei em desistir.

Numa reunião  pela manhâ, um administrador do planejamento e controle de produção da empresa, inusitadamente, pediu que parássemos o que estávamos fazendo para ouvi-lo. O mesmo, perguntou somente uma vez. "Quem tem o Ensino médio e noções de informática?", num silêncio atipico numa fabrica que operava 24h por dia, o único que levanto á mão fui eu, e imediatamente o administrador, pediu que eu fosse ao seu escritório. Vi uma oportunidade de superar e adaptar-me a um novo ciclo. Ao subir ás escadas para o escritório do administrador do PCP, lembrei de uma frase de um ex-forças especiais da Marinha americana - David Googins, Ele disse, blinde sua mente e desenvolva a adaptabilidade.

O senhor Marcelo, um homem de estatura mediana,  e ponderado em suas palavras, me perguntou somente uma vez. Voçê aceita o desafio de trabalhar no almoxarifado de matéria-prima sozinho? A informática nessa época, era muito insipiente no Brasil, não tínhamos internet e muito menos uma forma de controle de estoque eficiente, tudo estava sendo adaptado para bancos de dados em cópias com disquetes, acreditem ou não. Aceitei o desafio, e em 1(um mês), o almoxarifado transformou minha maneira analítica de pensar. Tive que me adaptar a ser mais polivalente, exemplo: Operar empilhadeira, Calcular sacarias de polímetros para a fase de "Extrusão" de mangueiras e mangotes, realizar encerramentos de ordens de compras e manusear um computador arcaico, isso tudo em menos de 8(oito) horas de turno. O que observei, foi uma oportunidade de aprender a ser prudente, administrar o tempo, que era muito curto e valioso para todas ás atividades demandadas pelo PCP. Sendo assim, codifiquei e separei tudo que não era economicamente viável, tudo que não era para esta em estoque, dimensioando o estoque minimo pelo máximo e organizando por códigos todo o ativo pertencente ao estoque. Isso otimizou tempo e HH( Home-Hora) e gastos desnecessarios. Sent-se, alimenta-se, orienta-se e adapte-se.

Dentro de um universo completamente novo para mim,  comecei a observar novamente, que estava dentro de uma  zona de conforto, tudo estava dentro do esperado e a produção à todo vapor.

A Engenharia.

Como o tema dessa minha história é a superação e adaptação, mais uma divisor de águas ocorreu na minha carreira. Numa visita ao departamento de Engenharia, onde os materiais desenvolvidos e comprados pelos Engenheiros passavam por rigorosos testes de qualidade e aprovação, me deparei com um significante desenho que despertou a curiosidade de saber o porque, aquele umbilical estava sendo fabricado, onde seria instalado e qual a sua funçaõ. Esse desenho era uma ilustração em larga escala de um sistema submarino de bombeio, onde havia Robôs a uma profundidade de 1000m, segundo o desenho. Para mim, era uma coisa de outro mundo. Mas como sempre, o extinto da curiosidade me fez pensar em uma nova oportuinidade, e por ironia do destino resumidamente falando, um dos Engenheiros me chamou para mostrar como funcionava esses equipamentos, e quando ele disse que tudo era instalado no fundo do mar por robos operados remotamente, senti que aquela profissão era o que eu queria. Pensei fora da caixa, e fui lutar pelo meu sonho, adaptar-se para ser um operador de ROV. Uma nova fronteria de desafios e superações voltaram para ser consumadas, e através da humildade e conhecimento, cheguei a Supervisor de ROV, com cursos e visitas a centros acadêmicos de pesquisa de excelência, como na visita ao Centro espacial da NASA em Houston, Curso de manipuladores robóticos na Escócia entre outros que agregaram valores exponenciais na minha carreira

Desfecho essa pequena história da minha vida, para dizer a cada um de voçes leitores, que me acompanham, que a superação e adaptação sempre andaram juntas, bastando somente crer que tudo é possível. De um militar da elite da Marinha  do Brasil,  alcançando um lugar de destaque como  Supervisor de ROV com experiência em operações offshore ao redor do mundo. Curiosidade, Em umas das diversas operações com ROVs, lembrei lá das mangueiras do umbilical que nós enrolávamos noites após noites com as mãos em carretéis pesados e desconfortáveis. Ao longo da operção um fiscal perguntou para que servia esses mangotes. Abaixei a cabeça e lembrei do Engenheiro demonstrando para mim o que significava cada função do umbilical e sem "esmorecer", expliquei ao fiscal, o mesmo perguntou, como voce pode ser um operador de ROV, comconhecimento em umbilcais de controle eletro -hidráulico. Respondi: Adaptabilidade e superação.

Aos meus pais Gilda da Silva e Nilson José lacerda( em memória), aos meus avós maternos Maria de lourdes, e Manuel da silva( em memória), Ao meiu irmão Jorge da Silva Soutto,  aos professores Orion Machado, Engenheiro Mecãnico, que os cálculos de treliças são meramente adaptáveis,intrigante, ao meu mentor no estágio em Robótica submarina, que deu uma chance já com meus 27 anos de idade para estagiar, Rafael vulgo"Chumaker", e ao meu segundo mentor Luiz Azevedo, á todos que acreditaram em mim, que era possível, um ex-forças especiais ser um profisional de uma das áreas mais cobiçadas por Técnicos e Engenheiros do mundo e principalmente á Deus, que me proporcionou uma família linda e uam percepção que tudo passa, todavia, a sua passagem na terra não pode ser em vão. 

Superação e adaptação sempre andaram juntas.

 

Cordialmente,

Nilson José Lacerda Filho.