Atravessamos um momento em que o professor precisou repensar sua maneira de “dar aula” em especial no modelo online. Onde os alunos com seus celulares ou computadores acompanham essas aulas de suas casas. Ou mesmo os pais e responsáveis, se depararam com crianças ativas e cheias de energia isoladas dentro de casa. Assim, todos podem usar essas dicas para distrair, resgatar e ensinar suas crianças por meio desses recursos. Esse artigo tem o objetivo de ajudar e impactar positivamente na saúde física e mental das crianças

Sabemos que nem toda família/criança dispõem de recursos para ter uma aula como teria em sala de aula, por essa razão o educador deve pensar em maneiras de aproveitar o que o aluno tenha disponível em sua casa para agregar as atividades e brincadeiras e assim as aulas não ficam apenas em vídeos aulas, mas tornasse uma aula interativa, com movimento, desafios e muito aprendizado.

Desta maneira de acordo com a idade da criança, sua necessidade e realidade o professor irá selecionar e propor tais atividades que possam ser desenvolvidas com o apoio da família ou dependendo do tipo de atividade e autonomia da criança a mesma poderá desenvolver sozinha com a supervisão do professor.

A seguir algumas brincadeiras, jogos e desafios que podem ser adaptados para as criaças:

Brincar com as sombras pode ser uma atividade interessante, por exemplo, deixar a criança traçar a silhueta de seus brinquedos ou até mesmo de utensílios domésticos, podem despertar nelas muita curiosidade e imaginação;

Jogas vôlei com um balão dentro de casa, caso essa criança não tenha área externa para explorar;

Pintura com água: a brincadeira é feita usando apenas água, pincel e papelão. A água pincelada é absorvida pelo papelão, criando resultados divertidos para as obras das crianças;

Boliche: garrafas vazias de refrigerante ou água podem ser usadas como pinos de boliche. Já a bola pode ser feita com meias enroladas ou podem ser usadas as bolinhas de outros brinquedos. Em seguida, é só arrumar os pinos e começar a brincadeira;

Massinha de modelar caseira: a massinha pode ser feita em casa usando 4 xícaras de farinha de trigo, 1 xícara de sal, 1 e meia xícara de água e 3 colheres de sopa de óleo. Se preferir, acrescente corantes alimentícios;

Pintura com plástico bolha: uma cartolina pode ser usada como tela. As crianças devem usar plástico bolha presos aos pés ao invés de pinceis. Após molhar com tinta, basta pisotear a cartolina;

Cabo de guerra com almofadas: cada criança fica de pé sobre uma almofada ao brincar de cabo de guerra. A primeira que pisar fora da almofada perde a brincadeira;

 

Teatro de sombras: usando objetos ou as próprias mãos, estimule as crianças a criarem histórias com as sombras projetadas na parede. Uma luminária ou lanterna do próprio celular podem ser usados para criar as sombras.

 

Arremesso de objetos (meias ou pedaço de jornal amassado em forma de esfera) em uma caixa ou bacia, de acordo a criança for acertando, pode ir aumentado a distância para ver até onde ela irá conseguir acertar;

Para as crianças que dispõem de blocos de legos, essas geralmente são atividades que desperta muita imaginação e criação;

 Túnel com cadeiras: A brincadeira é fazer um túnel com cadeiras enfileiradas para os bebês passarem por baixo. Para deixar a travessia mais desafiadora, vale alternar a quantidade de cadeiras, cobri-las com um lençol e colocar obstáculos como brinquedos, almofadas ou utensílios de cozinha no caminho. Os pais podem atravessar junto ou acompanhar a passagem ao lado dos nenéns;

 Caça ao tesouro: Colocar objetos dentro de potes plásticos opacos fáceis de abrir, espalhar pela casa e pedir para o bebê ir até os potes, abrir e pegar os objetos, que podem ser brinquedos que não deem para engolir ou até mesmo pedaços de frutas. “A ideia é espalhar os ‘baús do tesouro’ em diferentes alturas – em cima do sofá, no chão, na cadeira – para os bebês terem o desafio de pegarem no alto e embaixo;

Instrumentos musicais com garrafas: A ideia é montar “chocalhos” com grãos de arroz, feijão ou lentilha dentro de garrafas plásticas para produzir sons, cantar e dançar junto com os bebês. Alimentos de diferentes cores e formatos estimulam também a parte visual. “É uma excelente brincadeira para fazer com bebês de qualquer idade porque o estímulo sonoro ativa o senso de ritmo. Só é importante manter as garrafas muito bem tampadas”;

 Tá quente, tá frio; esconder alguns brinquedos pela casa e dar pistas para as crianças conforme se aproximam – “tá quente!” – ou se afastam do objeto – “tá frio!”. Para aguçar o faro dos pequenos, é legal esconder as peças em diferentes cômodos, alturas e móveis da casa. “É uma brincadeira estimulante para todas as idades porque trabalha a noção de espaço, a concentração e a coordenação geral”;

 Telefone sem fio: o ideal é que tenham, pelo menos, quatro pessoas, sentadas uma do lado da outra. A primeira cochicha uma frase para a segunda, como se estivesse contando um segredo. Baixinho, a segunda fala a mesma frase para a terceira e assim por diante. Para deixar a atividade mais desafiadora, na hora de falar a frase para a última pessoa a regra muda: em vez de cochicho, a mensagem tem que ser transmitida com mímica ou desenho em papel. “O telefone sem fio estimula a concentração, a memória e trabalha a oralidade das crianças”;

Ponte de jornal: a criança tem duas folhas de jornal: em uma ela está pisando e a outra está na mão dela para ser usada quando der um passo à frente. Dado o passo pra frente, ela pega a que ficou para trás e bota de novo no chão para continuar andando. Os adultos podem propor o caminho, do banheiro até a sala, por exemplo, e ficar acompanhando o trajeto: não pode pisar fora do jornal. “A brincadeira reforça a noção espacial, corporal, o equilíbrio, a flexibilidade e a coordenação motora”;

Vale ressaltar ainda que: Para Vygotsky, citado por Baquero (1998), a brincadeira, o jogo são atividades específicas da infância, na quais a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos, sendo uma atividade com contexto cultural e social. O autor relata sobre a zona de desenvolvimento proximal que é a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver, independentemente, um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.

Na visão de Vygotsky (1998) o jogo simbólico é como uma atividade típica da infância e essencial ao desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da aquisição da representação simbólica, impulsionada pela imitação. Desta maneira, o jogo pode ser considerado uma atividade muito importante, pois através dele a criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, com funções que ainda não amadureceram, mas que se encontra em processo de maturação, ou seja, o que a criança irá alcançar em um futuro próximo.

O que sempre deve ser lembrado, todavia, é que as crianças podem e aprendem de outras maneiras além da lúdica, e frequentemente tem prazer com isso. Um exemplo seria ouvir uma história ou trabalhar ao lado de um adulto que está fazendo alguma coisa. Kishimoto (1993) acha que esse elemento do brincar e aprender mais dirigido para um objetivo é muitas vezes esquecido e inclusive desprezado por muitos professores de educação infantil, mas é assim que as crianças vêm aprendendo há muitos séculos. Ela afirma que “por mais detestável que seja a ideia para esses professores, há poucas evidências de que brincar livre com blocos ensine mais à criança do que copiar um modelo dos mesmos”. Os jogos e brincadeiras estimulam a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. Proporcionam aprendizagem, desenvolvimento de linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção. Portanto brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. “É uma arte, um dom natural que quando bem utilizado, irá contribuir, no futuro, para eficiência e o equilíbrio do adulto”(OLIVEIRA,2000,p.67).

 

REFERENCIA BIBLIOGRAFICAS:

https://blog.bodytech.com.br/8-brincadeiras-para-fazer-com-criancas-e-bebes-em-casa/

Acesso em:  01/11/2021

https://paisefilhos.uol.com.br/crianca/31-atividades-e-brincadeiras-para-fazer-com-as-criancas-durante-a-quarentena/

Acesso em: 30/10/2021

BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Trad. Ernani F. da Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos tradicionais infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis: Vozes, 1993.

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.