Sugestões de atividades para trabalhar a literatura infantil na sala de aula - Raquel Rodrigues Franco 

Este artigo tem como objetivo, apresentar algumas sugestões de atividades para trabalhar a literatura infantil na sala de aula, a autora, sugere algumas dicas fundamentais, no trabalho cotidiano com as crianças, tais como: a literatura infantil deve ser experenciada continuamente pelos alunos e professores; é importante que disponibilize um acervo de qualidade e adequado às necessidades sociais, culturais, afetivas e cognitivas dos alunos.

Acrescenta, que a literatura deve ser vivenciada com prazer num espaço físico agradável e estimulante; é importante que o professor, crie situações nas quais os alunos possam comunicar, fazer registros e compartilhar com colegas e professores suas opiniões, sensações e o prazer experimentado na leitura. O ato de compartilhar a leitura por meio da externalização de opiniões e percepções possibilita ao leitor a habilidade de estabelecer relações com o mundo que o cerca.

Segundo Amarilha (2001), a literatura educa “o mesmo sem tarifa, sem nota, sem prova” e, pedagogicamente, é de extrema importância; assim como:

 

O jogo que o texto proporciona é de natureza dramática. Ao entrar na trama de uma narrativa, como ouvinte ou leitor penetra no teatro. Mas, do lado do palco ele não só assiste ao desenrolar do enredo como pode encarnar um personagem, vestir sua máscara e viver suas emoções, seus dilemas. Dessa forma, ele se proteja no outro através desse jogo de espelho, ganha autonomia e ensaia atitudes e esquemas práticos necessários a vida adulta (AMARILHA, 2001 p.53).

 

 

O professor pode criar um canto temático para a leitura, criar uma mala de livros, um varal, entre tantas outras estratégias para proporcionar o contato das crianças com os livros infantis. O livro é atraente e desperta a curiosidade dos alunos. Inclusive, esse contato oportuniza à criança o desenvolvimento de habilidades leitoras, bem como os cuidados que deve ter ao manusear os livros. Essa é uma orientação que o professor deve intencionalmente ensinar aos seus alunos.

É importante que a escola assegure, por meio do projeto pedagógico e das atividades habituais e permanentes, o tempo especifico para enriquecer o contato das crianças com os livros. A estratégia dos projetos é bem interessante para essa finalidade, pois indica que a leitura, os livros têm espaço especial na escola e que a equipe de professores valoriza claramente a pratica da leitura. Assim é que a leitura pode estar atrelada a outras atividades e disciplinas, mas, ao mesmo tempo, já constitui em si uma atividade.

O canto da leitura e o espaço da biblioteca constituem ambientes adequados para a leitura, pois, proporcionam a concentração e a tenção das crianças. Além disso, não podemos nos esquecer que as experiencias afetivamente positivas da criança em relação à leitura influenciam no seu desejo de compartilhar com os outros, já que a criança se sente motivada a trocar experiencias sobre as leituras realizadas.

Vale lembrar, que mesmo, as crianças que ainda não sejam leitores fluentes, enquanto professores, devemos proporcionar o contato com o texto escrito em voz alta. Isso oportuniza o desenvolvimento de noções sobre a língua que contribuem com o processo de alfabetização e letramento. Todas as atividades proporcionadas as crianças devem ser contextualizadas e precedidas por conversas que motivem e introduzam a temática. Uma dica é apresentar o autor, o ilustrador, o gênero textual ao qual pertence ao livro, editora, números de folhas etc.

Destaca Solé (1998) aponta que os procedimentos de motivar os alunos para fazer previsão acerca do tema, das personagens e enredo da história devem fazer parte intencionalmente do planejamento do professor. A autora aponta que a leitura é um processo de interação entre o autor e o leitor e que, a partir desse pressuposto, o professor pode antes da leitura ensinar estratégias aos alunos para que essa interação seja o mais produtiva possível. Importante frisar que essas estratégias de interação com o texto podem acontecer antes, durante e depois da leitura.

Para a autora, o ideal é ter sensibilidade para verificar o momento de fazer boas interferências para que as crianças somem, no decorrer da leitura, diferentes pistas sobre o que leu para levantar hipóteses daquilo que possivelmente surgira na história. A questão é apresentar perguntas de qualidade e não focar na quantidade e informação irrelevantes que exijam das crianças apenas uma recepção ou decodificação das mensagens do autor.

Trata-se de realizar questionamentos de qualidade que desenvolva na criança a capacidade de estabelecer novas relações, inclusive, com o seu mundo.

Complementa que, além de a leitura ser contextualizada, a criança deve ser assegurada por um comportamento autônomo na escolha dos livros. Isso significa que ela pode escolher livros que estejam além de seu nível de competência de leitura. Em palavras mais simples, a leitura deve possibilita que o aluno se aventure. O importante é o contexto e a ação do adulto em proporcionar um clima favorável para que essa leitura seja tranquila e afetiva.

Ao contar a história, o professor deve incentivar a participação dos alunos, favorecer o contato de vários tipos de linguagens, oportunizando as crianças a contar e compreender a história, lembrando sempre de valorizar as experiências pessoais, pois, contribuirá na percepção, além de estimular a imaginação. Texto baseado no livro Ensino e Alfabetização, p.20-24.

 

Referência Bibliográfica

AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas¿nPetropólis: Vozes,2001

Franco, Raquel Rodrigues Ensino e Alfabetização II/ Raquel Rodrigues Franco- São Paulo: Pearson Education do Brasil,2012.

Karina de Azevedo Santiago