SR. SORRISO

Não é sempre que temos vontade de sorrir, mas faça um esforço – o mundo ao seu redor ficará melhor.

Ele era todo alegria. Um homem dos seus 50 anos, um tanto quanto balofo, um largo sorriso permanente nos lábios e sempre uma piada, uma gozação e uma constante presença de espírito para manter o grupo em alto astral.

Naquela empresa, ao redor do Sr. Sorriso, era só alegria, não só quando uma tirada de classe era dita. Ele transbordava alegria de viver, de trabalhar, de ver um mundo melhor. Todos recorriam a ele quando uma preocupação os perturbava – e o Sr. Sorriso, com uma mensagem otimista e os dentes á mostra, virava o jogo. A preocupação se esvaia no ar.

Nos seus telefonemas, quando falava com a esposa, era só carinho. Os problemas com os filhos que desesperavam a mulher eram contornados com uma simples palavra de conforto, de aconchego, de vibração positiva. Seu chefe, ás vezes, adentrava a sala onde as gargalhadas ecoavam e repreendia a todos. Mas esse chefe sabia que com toda essa zoeira, o trabalho fluía, a produção batia recordes naquele setor.

Veio à recessão naquela empresa, os outros departamentos não conseguiam atingir as metas e a notícia correu, rapidamente: ”Temos que cortar o pessoal de todos os departamentos”.

Como o Sr. Sorriso era, naquela seção, o mais novo dos contratados, sobrou para ele. O chefe, consternado, informou-o da decisão. Um pouco assustado, o Sr. Sorriso ainda indagou se aquela notícia era uma brincadeira, mas a confirmação foi rude.

Para surpresa do chefe, embora demitido, o Sr. Sorriso ainda teve tempo de deixar uma mensagem: “Espero, de coração, que os demais membros da nossa equipe não venham a sofrer com os problemas da empresa, principalmente o senhor, que me acolheu tão amavelmente”.

O tempo passou. O ambiente na empresa ficou carregado, mas o espírito do Sr. Sorriso permanecia naquela sala. Num ímpeto de remorso, o chefe conseguiu com o diretor de uma outra empresa que uma vaga fosse conseguida para o Sr. Sorriso, que sem saber, num encontro casual entre os dois, demonstrou sua satisfação com o novo emprego, e prometeu visitar o ex- chefe assim que pudesse.

Alguns meses depois, o chefão também perdeu seu emprego. Desespero imediato! Afinal, eram 20 anos de trabalho que se lhe escapavam pelos dedos.

Macambúzio, encontrou o Sr. Sorriso num bar. Entre um trago e outro, este lhe passou um montão de mensagens positivas, de esperança, de fé, de otimismo. O chefe que há pouco estava em total bancarrota, recuperou-se moralmente – e partiu para a luta, com motivação e novas energias.

Hoje os dois estão felizes, o chefão aposentado e feliz e o Sr. Sorriso trabalhando com afinco e sempre com aquele ar de alegria estampado no rosto, transmitindo vida e coragem.

Seja o Sr. Sorriso na sua empresa, no seu lar, no seu mundo. Pode ter certeza de que alguém, em algum lugar, um dia, lembrará de seu rosto alegre e irradiante de felicidade.

Seja feliz e transmita a felicidade.

 

Nádia Januário

Bacharel Administração com Habilitação em Marketing

Especialista em Gestão de pessoas

Pós - Graduação em Sociologia